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ID
2790685
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Até 1880, em cerca de 80% do seu território, a África era governada por seus próprios reis, rainhas, chefes de clãs e de linhagens, em impérios, reinos, comunidades e unidades políticas de porte e natureza variados. No entanto, nos trinta anos seguintes, assistiu-se a uma transmutação extraordinária, para não dizer radical, dessa situação. Em 1914, com exceção da Etiópia e da Libéria, a África inteira estava submetida à dominação de potências europeias e dividida em colônias de dimensões diversas, mas de modo geral, muito mais extensas do que as formações políticas preexistentes e, muitas vezes, com pouca ou nenhuma relação com elas.

Albert Adu Boahen. A África diante do desafio colonial. In: História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 (editado por Albert Adu Boahen), 2.ª ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010, p. 3 (com adaptações)

Tendo o texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E) o item que se segue.


Na Índia, propostas de modernização e desenvolvimento econômico sustentaram a mobilização popular alcançada por Mohandas Gandhi contra a dominação britânica. O movimento nacionalista, com discurso tradicionalista iniciado por Bal Ganghadar Tilak, passou a ser minimizado em decorrência das divisões religiosas indianas, que opunham muçulmanos a hindus.

Alternativas
Comentários
  • ERRADO.

     

    "A Índia britânica conquistou a independência após Londres convencer-se da inutilidade da manutenção do colonialismo direto perante a crescente reação interna e à pressão externa. Entretanto, a política colonial britânica, caracterizada pelo fomento das divisões internas, e as manobras que envolveram o processo de descolonização do subcontinente indiano resultaram na partilha deste e na eclosão de conflitos étnicos e nacionais que ainda persistem. Em 1947 sucederam-se as independências da Birmânia, da Índia e do Paquistão. Confrontos étnico-religiosos e migrações maciças marcaram o difícil nascimento dos dois últimos Estados, que também travaram uma guerra inconclusa pelo controle da Caxemira. (...) 10% da população da Índia eram muçulmanas. Este país, apesar da linha laica do Partido do Congresso (agora liderado por Nehru), manteve o sistema de castas e um atraso social impressionante, apesar do avanço industrial logrado. A estratégia pacifista de Ghandi, visando evitar uma revolução social, legou ao país esta situação."

    (VISENTINI, Paulo Fagundes e PEREIRA, Analúcia Danilevicz. Manual do Candidato de História Mundial. Ed. FUNAG, 2012, p. 203)

     

     

    É incorreto afirmar que "o movimento nacionalista passou a ser minimizado em decorrência das divisões religiosas indianas, que opunham muçulmanos a hindus". Uma vez que a maior parte da população é hindu (80,5% da população), e as divisões ou conflitos sociais são de natureza étnica, originada do sistema de castas.

  • Dois erros:

    1) Não eram as propostas de modernização que sustentavam o movimento popular, mas a luta pela independência e a autodeterminação

    2) Não se enfraqueceu o movimento nacionalista, muito pelo contrário. A divisão com os muçulmanos o acirrou.

    Fonte: Prof. João Daniel

  • O movimento nacionalista, com discurso tradicionalista iniciado por Bal Ganghadas Tilak, foi anterior ao movimento de mobilização popular iniciado por Mohandas Gandhi que defendia o boicote de produtos britânicos e da valorização da tradição hindu. As divisões religiosas que opunham muçulmanos e hindus teve seu ápice quando ocorreu a independência dos dois países em 1947 dando origem a Índia e Paquistão Ocidental e Oriental, que posteriormente virou Bangladesh.