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ID
2790811
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2018
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

 Com a inflação piorando mês a mês, o presidente lançou, no fim de 1962, um plano preparado por Celso Furtado, ministro extraordinário para assuntos de desenvolvimento econômico. O objetivo era conciliar crescimento com reformas sociais e combate à inflação. Segundo Furtado, o desafio era demonstrar, “contra a ortodoxia dos monetaristas, esposada e imposta pelo FMI, que era possível conduzir a economia com relativa estabilidade sem impor-lhe a purga recessiva”. (…)

   [O plano] adotava a visão estruturalista da CEPAL. Enfatizava a substituição de importações como meio de ampliar o processo de industrialização. Furtado acreditava que a crise econômica derivava do modelo de desenvolvimento, mas a solução não estaria no abandono, e sim no “aprofundamento do modelo, ou seja, com a ampliação do mercado interno, através da reforma agrária e de outras políticas voltadas à redistribuição de renda”

M. da Nóbrega. O futuro chegou. São Paulo: Globo, 2005, p. 265 (com adaptações)


Tendo o texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E) o item subsecutivo, acerca da história da economia brasileira no período de 1962 a 1967.


Com o lema de fazer avançar a economia 50 anos em 5, o plano descrito no texto foi preparado para ser adotado em um período de cinco anos, a exemplo dos planos quinquenais da União Soviética

Alternativas
Comentários
  • ERRADO.

     

    O texto se refere ao Plano Trienal de Celso Furtado, durante o governo de João Goulart, e não ao Plano de Metas de JK.

     

    (Prof. Marcello Bolzan).

  • Falou em crescer 50 anos em 5 lembrar do JK e do Plano de Metas.

  • O preâmbulo da questão trata de outro Plano Econômico, O Plano Trienal, conforme podemos observar no livro de Economia Brasileira Contemporânea, de Fabio Giambiagi, a decisão de lançar o Plano Trienal teve como pano de fundo a queda da taxa de crescimento da economia em 1962 (para 6,6%, contra 8,6% em 1961), bem como o agravamento do quadro inflacionário (com a inflação, medida pelo IGP, atingindo 6,3%, ou mais de 100% anualizados, em dezembro de 1962). Lançado oficialmente em 30 de dezembro de 1962, seu objetivo mais geral era conciliar crescimento econômico com reformas sociais e o combate à inflação. Nas palavras de Furtado, o Plano Trienal era um desafio, que visava demonstrar “(...) contra a ortodoxia dos monetaristas, esposada e imposta pelo FMI, que era possível conduzir a economia com relativa estabilidade sem impor-lhe a purga recessiva".

    Enquanto o comando da questão trata do Plano de Metas, segundo o livro de Economia Brasileira, de Antônio Corrêa Lacerda, o planejamento estatal começou a ser utilizado amplamente na União Soviética, com o primeiro plano quinquenal de 1929, no momento em que praticamente toda a economia mundial começava a enfrentar os duros anos da Grande Depressão. De 1929 a 1940, enquanto as economias capitalistas sofriam os traumas da Depressão, a participação da produção industrial soviética aumentou de 5%, no total mundial em 1929, para 18%, em 19381. Esses resultados impressionaram políticos e técnicos de vários países e, rapidamente, os termos “plano" e “planejamento" passaram a frequentar os debates mesmo nas economias capitalistas, que não eram centralmente planejadas. Posteriormente, com a divulgação da macroeconomia keynesiana e com a evolução dos modelos de crescimento, típicos da ideologia desenvolvimentista, o planejamento estatal passou a ser uma técnica utilizada intensamente em todo o mundo. Alguns autores, como Galbraith, apontariam, ainda, a crescente importância do planejamento empresarial nas grandes corporações privadas, confirmando a utilidade dessa ferramenta.

    Já no Brasil, essa atividade de planejamento iniciou-se entre 1951 e 1953, ainda no governo Vargas, quando foi constituída a Comissão Mista Brasil—Estados Unidos (CMBEU), com o objetivo de elaborar projetos que seriam financiados pelo Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos (Eximbank) e pelo Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). Posteriormente, em 1953, foi constituído o Grupo Misto BNDE-Cepal que, sem sombra de dúvidas, constituiu a base do Plano de Metas. O trabalho do Grupo Misto seria o de fazer um levantamento exaustivo dos principais pontos de estrangulamento da economia brasileira — sobretudo os setores de transporte, energia e alimentação —, além de identificar áreas industriais com demanda reprimida, que não poderia ser satisfeita com importações dada a escassez estrutural de divisas na economia brasileira. Com base nesse diagnóstico, caberia às comissões propor projetos e planos específicos para a superação dos pontos de estrangulamento, considerando as repercussões e as necessidades criadas pela introdução de novos ramos industriais, como a indústria automobilística.

    O Plano de Metas proposto por JK para o período 1956-1960 continha um conjunto de 31 metas, incluída a meta-síntese: a construção de Brasília. Tratava-se de um ambicioso conjunto de objetivos setoriais que, segundo Lessa, “(…) constituiu a mais sólida decisão consciente em prol da industrialização na história econômica do país (…) e conferia prioridade absoluta à construção dos estágios superiores da pirâmide industrial verticalmente integrada e do capital social básico de apoio a esta estrutura. Daria continuidade ao processo de substituição de importações que se vinha desenrolando nos dois decênios anteriores".

    Consequentemente, como o preâmbulo da questão trata do Plano Trienal e o comando da questão trata do Plano de Metas, usando como referência o plano descrito no texto, a alternativa está errada.

    Gabarito: Errado.


  • RESOLUÇÃO:

    Errado!

    O texto descreve o Plano Trienal, chefiado por Celso Furtado no Governo de João Goulart.

    Era o Plano de Metas, do governo JK, que buscava fazer o Brasil crescer 50 anos em 5. Ele se deu na década

    anterior.

    Resposta: E