O
preâmbulo da questão trata de outro Plano Econômico, O Plano Trienal, conforme
podemos observar no livro de Economia Brasileira Contemporânea, de Fabio
Giambiagi, a decisão de lançar o Plano Trienal teve como pano de fundo a queda
da taxa de crescimento da economia em 1962 (para 6,6%, contra 8,6% em 1961),
bem como o agravamento do quadro inflacionário (com a inflação, medida pelo
IGP, atingindo 6,3%, ou mais de 100% anualizados, em dezembro de 1962). Lançado
oficialmente em 30 de dezembro de 1962, seu objetivo mais geral era conciliar
crescimento econômico com reformas sociais e o combate à inflação. Nas palavras
de Furtado, o Plano Trienal era um desafio, que visava demonstrar “(...) contra
a ortodoxia dos monetaristas, esposada e imposta pelo FMI, que era possível
conduzir a economia com relativa estabilidade sem impor-lhe a purga recessiva".
Enquanto
o comando da questão trata do Plano de Metas, segundo o livro de Economia
Brasileira, de Antônio Corrêa Lacerda, o planejamento estatal começou a ser
utilizado amplamente na União Soviética,
com o primeiro plano quinquenal de 1929, no momento em que praticamente
toda a economia mundial começava a enfrentar os duros anos da Grande Depressão.
De 1929 a 1940, enquanto as economias capitalistas sofriam os traumas da
Depressão, a participação da produção industrial soviética aumentou de 5%, no
total mundial em 1929, para 18%, em 19381. Esses resultados impressionaram
políticos e técnicos de vários países e, rapidamente, os termos “plano" e
“planejamento" passaram a frequentar os debates mesmo nas economias
capitalistas, que não eram centralmente planejadas. Posteriormente, com a
divulgação da macroeconomia keynesiana e com a evolução dos modelos de
crescimento, típicos da ideologia desenvolvimentista, o planejamento estatal passou
a ser uma técnica utilizada intensamente em todo o mundo. Alguns autores, como
Galbraith, apontariam, ainda, a crescente importância do planejamento
empresarial nas grandes corporações privadas, confirmando a utilidade dessa
ferramenta.
Já no
Brasil, essa atividade de planejamento iniciou-se entre 1951 e 1953, ainda no
governo Vargas, quando foi constituída a Comissão Mista Brasil—Estados Unidos
(CMBEU), com o objetivo de elaborar projetos que seriam financiados pelo Banco
de Exportação e Importação dos Estados Unidos (Eximbank) e pelo Banco
Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). Posteriormente, em
1953, foi constituído o Grupo Misto BNDE-Cepal que, sem sombra de dúvidas, constituiu
a base do Plano de Metas. O trabalho
do Grupo Misto seria o de fazer um levantamento exaustivo dos principais pontos
de estrangulamento da economia brasileira — sobretudo os setores de transporte,
energia e alimentação —, além de identificar áreas industriais com demanda
reprimida, que não poderia ser satisfeita com importações dada a escassez
estrutural de divisas na economia brasileira. Com base nesse diagnóstico,
caberia às comissões propor projetos e planos específicos para a superação dos
pontos de estrangulamento, considerando as repercussões e as necessidades
criadas pela introdução de novos ramos industriais, como a indústria
automobilística.
O Plano de Metas proposto por JK
para o período 1956-1960 continha um conjunto de 31 metas, incluída a meta-síntese: a construção
de Brasília. Tratava-se de um ambicioso conjunto de objetivos setoriais que,
segundo Lessa, “(…) constituiu a mais sólida decisão consciente em prol da
industrialização na história econômica do país (…) e conferia prioridade
absoluta à construção dos estágios superiores da pirâmide industrial
verticalmente integrada e do capital social básico de apoio a esta estrutura.
Daria continuidade ao processo de substituição de importações que se vinha desenrolando
nos dois decênios anteriores".
Consequentemente,
como o preâmbulo da questão trata do Plano Trienal e o comando da questão trata
do Plano de Metas, usando como referência o plano descrito no texto, a
alternativa está errada.
Gabarito: Errado.