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ID
2790859
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2018
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Uma das principais preocupações da análise econômica é com a precificação no mercado. Muitas vezes, ela ocorre de maneira ineficiente e isso acarreta importantes consequências no funcionamento da economia. A respeito desse assunto, julgue (C ou E) o item a seguir. 


A tendência à deterioração dos termos de troca afetou as economias latino-americanas durante todo o século XIX em seu período agroexportador. Esse foi o motivo pelo qual o Brasil abandonou esse modelo na década de 30 do século XX em prol de uma política industrial que favorecia bens com forte desempenho no mercado internacional.

Alternativas
Comentários
  • ERRADO.

     

    Na realidade, o que motivou a indústria foram choques adversos e transbordamentos ao longo das décadas de 30 e 40 do século passado. Além disso, a industrialização se dá de forma fechada no Brasil, por uma estrutura de PSI. Para manter os lucros do café, a maquina pública foi utilizada. O que motivou a mudança do eixo dinâmico foram os choques em essência.

     

    (Prof. Marcello Bolzan).

  • Errado.

    À época, o objetivo brasileiro era o abastecimento do mercado interno, ou seja, não havia preocupação em se estabelecer uma política industrial que favorecia bens com forte desempenho no mercado internacional; a preocupação era com o mercado interno e não com o mercado internacional.

    Comentário feito com base na explicação do professor Daniel Sousa.

    "... a recuperação da economia brasileira, que se manifesta a partir de 1933, não se deve a nenhum fator externo, e sim à política de fomento seguida inconscientemente no país e que era um subproduto da defesa dos interesses cafeeiros".

    Celso Furtado - Formação Econômica do Brasil. 

    Obs.: até então a década de 30, o eixo dinâmico da economia brasileira era o setor externo e a partir desse momento realizou-se o “Deslocamento do Eixo Dinâmico” do setor externo para o setor interno. O Brasil não podia mais ser tão vulnerável aos acontecimentos internacionais, seria o mercado interno que faria o Brasil crescer. 

    lembrar que ao longo dos anos 30 a tendência global era de fechamento. Nessa época o crescimento do PIB dos países era maior que o do comércio. O comércio internacional fechou, inclusive, diminuiu na década de 30. Assim, o Brasil estava alinhado com o resto do mundo nesse ponto. 

    Comentário feito com base na aula do professor Daniel Sousa.

  • Lembrando que o processo de industrialização no Brasil teve influência da crise de 29, pois as exportações de café diminuíram substancialmente e a importação de bens de alto valor agregado se tornou mais difícil, forçando o país a produzir internamente produtos que antes importava, fechando a economia para não se tornar vulnerável a outras crises. Em nada tem a ver com deterioração dos meios de troca.

  • RESOLUÇÃO:

    Muito errado!

    Durante algumas décadas do século XIX e durante as primeiras do século XX, os termos de troca estiveram

    bastante vantajosos para um país de perfil agroexportador.

    Ou seja, a tendência à deterioração dos termos de troca não afetou as economias latino-americanas durante

    todo o século XIX em seu período agroexportador, simplesmente porque não houve esta tendência.

    Esta deterioração ocorreu justamente a partir da crise de 1929 e a Grande Depressão.

    E este foi justamente um grande motivo (propulsor) para que o Brasil abandonasse o modelo agroexportador

    na década de 1930.

    Aliás, especialmente o final do século XIX e o início do século XX foram períodos em que os termos de troca,

    em média, estavam bastante vantajosos para os países agroexportadores.

    Inclusive, este período marcou a famosa "Belle Époque" argentina, quando o país se tornou mundialmente

    famoso por sua riqueza.

    Resposta: E

  • A partir da década de 30 se inicia o processo de substituição de importações. Devido a queda do preço do café e a dificuldade para gerar divisas, os produtos importados ficam muito caros e favorecem a produção industrial nacional.

  • Os preços relativos podem constituir sena subestimativa das rentabilidades relativas. Os cafeicultores paulistas produziam enormes quantidades de café, pelas quais percebiam tão-só um pagamento simbólico representado pelos 2 e 5 mil-réis por saca da quota de sacrifício. O caso dos cotonicultores era bem diferente. O surto algodoeiro foi mais uma prova do fato de os agricultores paulistas serem decididamente motivados pelos lucros. 488 Durante a década de 1930, o Brasil reproduziu, em poucos anos e em menor escala, o que a Colômbia fizera no caso do café. Os cotonicultores eram exatamente os mesmos indivíduos que se dedicaram à cultura do café. Logo, a alegação de que faltou motivação empreendedora é discutível. Tal alegação é uma das bases da escola estruturalista. O fato é que um mercado submetido a contrôles governamentais durante longos anos só pode produzir elementos humanos letárgicos e ineficientes. Logo, foram os contrôles governamentais, e não as deficiências empresariais, a causa da deterioração da vantagem comparativa do Brasil em matéria de produção de café.