"Ainda que se registrem polêmicas acerca da natureza e das complexas implicações dessas transformações, bem como do ritmo em que levam o modo de produção capitalista a aproximar‑se dos seus limites estruturais, duas inferências parecem‑me inquestionáveis:
1ª) nenhuma dessas transformações modificou a essência exploradora da relação capital/trabalho; pelo contrário, tal essência, conclusivamente planetarizada e universalizada, exponencia‑se a cada dia;
2ª) a ordem do capital esgotou completamente as suas potencialidades progressistas, constituindo‑se, contemporaneamente, em vetor de travagem e reversão de todas as conquistas civilizatórias.
A primeira inferência revela‑se mediante vários indicadores: as jornadas de trabalho prolongadas para aqueles que conservam seus empregos (extensão que envolve todos os setores de atividades econômicas...(CRISE DO CAPITAL E CONSEQUENCIAS SOCIETÁRIAS, NETTO, 2012)