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ID
2798029
Banca
FCC
Órgão
Câmara Legislativa do Distrito Federal
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

             É um pássaro? É um avião? Não, é uma borboleta


      Há 30 anos, Brasília se tornava Patrimônio Cultural da Humanidade. Primeira (e ainda única) cidade moderna com tal honraria, a capital do país foi inscrita na lista de Patrimônio da Unesco em 7 de dezembro de 1987.

       O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco reconheceu a capital obra-prima do gênio criativo humano e exemplo eminente de conjunto arquitetural que representava período significativo da história. Para o comitê, Brasília era um marco do movimento moderno. Mas, para ganhar o título de patrimônio mundial, precisava de leis para protegê-la de alterações e deturpações fatais. A cidade construída em 1.296 dias, a partir de 1956, não contava com essa cobertura. Não havia nada que a livrava dos males da especulação imobiliária e de outras ameaças.

      Ao tomar conhecimento desse entrave, o então governador de Brasília, José Aparecido de Oliveira, publicou o decreto, em outubro de 1987, regulamentando a Lei n° 3.751, de 13 de abril de 1960, de preservação da concepção urbanística de Brasília. Em síntese, a lei manda respeitar as quatro escalas que definem os traços essenciais da capital, ou seja, as quatro dimensões dos quatro modos de viver na cidade.

      Criadas por Lucio Costa para organizar o sítio urbano que havia apresentado no concurso público aberto pelo Governo Federal para escolher o projeto da nova capital brasileira, as escalas são definidas como monumental (a do poder), residencial (das superquadras), gregária (dos setores de serviços e diversão) e bucólica (das áreas verdes entremeadas nas demais, incluindo a vegetação nativa). Com elas, o urbanista deixou claras as funções de cada espaço da cidade, definindo os setores de trabalho, moradia, serviços e lazer, em harmonia com a natureza.

      Era justamente esse conceito o grande trunfo de Brasília, que trazia um desenho único de cidade. Diferentemente do que muitos pensam, seria tombado o projeto urbanístico de Lucio Costa e não os prédios modernistas de Oscar Niemeyer. Esses viriam a ser protegidos por meio de outras leis. Mas as obras de Niemeyer contribuíram para a conquista do título da Unesco. Os representantes da organização ressaltaram que cada elemento − da arquitetura das áreas residenciais e administrativas à simetria dos edifícios − dos traços de Niemeyer estavam em harmonia com o desenho geral da cidade. Assim como o plano de Lucio, a Unesco considerou os prédios inovadores e criativos.

      Para muitos, o Plano Piloto lembra um avião. Mas Lucio Costa o comparava a uma borboleta. O arquiteto Leon Pressouyre, o relator da candidatura de Brasília ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco, viu “um pássaro gigante voando em direção ao sudeste”. O certo é que o tombamento protegeu uma ideia de liberdade.

(Adaptado de: ALVES, Renato.  http://blogs.correiobraziliense.com.br

Mas, para ganhar o título de patrimônio mundial, precisava de leis para protegê-la de alterações e deturpações fatais. A cidade construída em 1.296 dias, a partir de 1956, não contava com essa cobertura. (2°parágrafo)


Essa passagem está reescrita em conformidade com a norma-padrão e com o sentido preservado, em linhas gerais, em:


Mas, para ganhar o título de patrimônio mundial, precisava de leis para protegê-la de alterações e deturpações fatais,

Alternativas
Comentários
  •  a) de que a cidade construída em 1.296 dias, a partir de 1956, não dispunha. 

     b) de cujas a (CUJA) cidade construída em 1.296 dias, a partir de 1956, não tinha.  

     c)  às quais  (QUE) a cidade construída em 1.296 dias, a partir de 1956, não possuía. 

     d) a cujas a (CUJA) cidade construída em 1.296 dias, a partir de 1956, não usufruía. 

     e) a QUE a cidade construída em 1.296 dias, a partir de 1956, não abrangia.

    GAB: A

  • Gabarito A

    nesse caso você precisa observar a regência do último verbo

    quem dispunha, dispunha DE alguma coisa(GABARITO)

    quem tem, tem algo( sem preposição, logo não cabe essa preposição DE no início)

    quem possui, possui algo( sem preposição, logo não cabe essa preposição A no início)

    quem usufrui, usufrio algo( sem preposição, logo não cabe essa preposição A no início)

    abrenge algo( sem preposição, logo não cabe essa preposição A no início)

  • Complementando o raciocínio dos colegas, cujo pode ser precedido do artigo "a", todavia, não pode após, assim, inexiste "cuja a", eliminando a B e D de cara.



  • O comentário da Daniela B. sobre o item "d" seria mais oportuno caso apontasse apenas o equívoco do "cujo". O examinador fugiu de recursos ao inserir equivocadamente o "cujas" no item "d" como erro. Caso ele usasse o verbo usufruir como gabarito (iniciando com o "de que", iria gerar uma polêmica, pois existe uma celeuma quanto a sua transitividade: na lição de Cândido Jucá Filho, Celso Pedro Luft observa a possibilidade facultativa de seu emprego com objeto indireto introduzido pela preposição de. Contudo, Adalberto J. Kaspary ensina com propriedade: "embora seja registrada por alguns gramáticos e dicionaristas, não encontramos nos textos de lei pesquisados, exemplos da regência usufruir de".   

  • Já faz 84 anos que faço questão da prova da CLDF

  • aesy