SóProvas


ID
2802439
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Polícia Federal
Ano
2018
Provas
Disciplina
Engenharia Civil
Assuntos

    Ao analisar um projeto ferroviário, o engenheiro responsável constatou que foi adotado dormente de concreto com intervalo mínimo de 30 cm entre eles, sendo que os espaçamentos variavam de acordo com a velocidade e o tipo de via e que, nos trechos com plataforma rígida, a aplicação desses dormentes foi dispensada.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item subsequente.


Quanto maiores forem o movimento e a velocidade da via, maior será o espaçamento máximo recomendável entre os dormentes.

Alternativas
Comentários
  • ERRADO

    Quanto MENOR forem o movimento e a velocidade da via, maior será o espaçamento máximo recomendável entre os dormentes.

    O espaçamento máximo entre dormentes terá os seguintes valores:
     Vias Classe I - 60cm;
     Vias Classe II - 65cm;
     Vias Classe III - 71cm;
     Vias Acessórias com velocidade máxima de 30 km/h - 80cm.

    Disponível: DNIT -  ISF 213: PROJETO DE SUPERESTRUTURA DA VIA PERMANENTE / CONJUNTO TRILHO E DORMENTE

  • mais moviemento e mais velocidade implica em maiores deslocamentos dos trilhos, para conter tal feito, é recomendado travamentos com espaçamento menor

  • Distribuição de Dormentes

     Os dormentes devem ser assentados, perpendicularmente, aos trilhos tanto em tangente como nas curvas.

     O espaçamento entre dormentes depende de fatores tais, como:

     - Cargas dos veículos;

    - Velocidade dos trens;

    - Densidade do tráfego;

    - Natureza da plataforma da via (qualidade);

    - Raio das curvas.

     Chama-se “densidade de dormentação” ou “taxa de dormentação”, à quantidade de dormentes distribuídos por quilômetro de via. Esta taxa de distribuição dos dormentes é função do peso médio das composições que trafegam na via.

     Assim: - Europa (trens mais leves) – 1 500 a 1 700 pç/km; - EUA e Brasil (trens mais pesados) – 1 600 a 1 850 pç/km. 133 Se for maior que 2 000 pç/km, a “socaria” do lastro deverá ser feita, obrigatoriamente, por meios mecânicos já que os métodos manuais ficam inviáveis.

     Nas juntas de trilhos, os dormentes são aproximados, gradativamente, para garantir melhor sustentação às mesmas.

     FONTE:http://www.dtt.ufpr.br/Ferrovias/arquivo/MANUAL%20DID%C3%81TICO%20DE%20FERROVIAS%202012%20(p.91-194)%20SEGUNDA%20PARTE%202s.pdf

     

    VÁ E VENÇA, QUE POR VENCIDO NÃO OS CONHEÇA.

  • Para responder essa pergunta devemos colocar em prática nosso conhecimento sobre o projeto de ferrovias.


    O modal de transporte ferroviário ocorre por meio de locomotivas e vagões se movimentando pelas ferrovias que, por sua vez, consistem em trilhos de ferros. O transporte ferroviário apresenta como vantagens baixo custo de frete, a capacidade carregar grande quantidade de carga e segurança contra roubos e acidentes. Por sua vez, suas principais desvantagens ficam por conta do tempo de locomoção, da inviabilidade em terrenos muito acidentados e a dependência de malhas ferroviárias, muitas vezes sucateadas e/ou com dimensões incompatíveis para uso.


    Nesse contexto, os dormentes tratam-se de importantes elementos da ferrovia, dispostos transversalmente à mesma, cuja função é receber os esforços provenientes dos veículos e suas cargas e transmiti-los para o lastro. Além disso, os dormentes atuam como suporte para os trilhos, fixando estes e impedindo variações dimensionais na distância entre eles. A Figura 1 exemplifica o que são os dormentes.


    Figura 1: Elementos de uma linha férrea.



    Fonte: Klincevicius (2011).


    Por sua vez, quanto maior for a velocidade da via, maiores serão os esforços nos dormentes e, consequentemente, maior será o número de dormentes necessários para resistir aos esforços - reduzindo, dessa forma, o espaçamento entre eles. Em outras palavras, quanto maior a velocidade da via, menor será o espaçamento recomendável (e necessário) entre os dormentes. Portanto, a assertiva do enunciado está errada.


    Gabarito do professor: errado.


    Corroborando o que foi dito, a Instrução de Serviço Ferroviário 213 do DNIT (2015), intitulada “Projeto da superestrutura da via permanente – Trilhos e dormentes", trata sobre dormentes em sua seção 3, estabelecendo, dentre outras coisas, que:


    O espaçamento entre dormentes depende de cálculos demonstrativos de elementos da superestrutura, da infraestrutura, do material rodante, e de tração.


    Recomenda-se que o espaçamento máximo entre dormentes tenha os seguintes valores:


    - Vias troncos principais de grande movimento – 60 cm;

    - Vias troncos secundários de pouco movimento – 70 cm;

    - Vias acessórias com velocidade máxima de 30 km/h – 80 cm."