"Partimos da constatação de que o Serviço Social brasileiro vive, processual‑ mente, metamorfoses/alterações que se relacionam de forma mediata ou imediata com os rumos da realidade, determinadas quer pelas profundas transformações produzidas pelo capitalismo, quer pelas mudanças na formação da sociabilidade das classes, ambos mediando a intervenção do Estado.
[...]
Como dito,surgem novos espaços ocupacionais e competências profissionais que convivem com os tradicionais, revelando significativas alterações no merca‑ do de trabalho, nas demandas e nos conteúdos das ações dos assistentes sociais. O leque dos fenômenos-objeto trabalhados e pesquisados no âmbito do Serviço Social se amplia, requerendo novas problematizações e aportes de conhecimentos que se refletem nas práticas profissionais, no ensino e nos campos de estágios curriculares.
Observamos, por exemplo, que mesmo espaços tradicionais como saúde, assistência social e previdência sofrem reveses e atualizam as demandas, a abran‑ gência do seu público, as modalidades de intervenção e o conteúdo do trabalho dos assistentes sociais. Podemos destacar, na esfera da saúde a expansão dos planos e seguros privados, que passam a contratar profissionais, assim como as mudanças nos programas da área da saúde mental e das drogas, afora a expansão de serviços de emergência e pronto atendimento. Também são evidentes e têm impacto nas práticas e demandas a criação de programas eventuais de inserção e a terceirização da gestão por meio de diversos tipos de organizações (Soares, 2010 e 2012)."
Fonte: Espaços ocupacionais e dimensões políticas da prática do assistente social - Ana Elizabete Mota
http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n120/06.pdf