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ID
2822188
Banca
UFU-MG
Órgão
UFU-MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Charles Dickens
(1812-1870)
Dickens era prolífico – escreveu 15 romances, 10 dos quais excedem 800 páginas cada, e inúmeras histórias, ensaios, cartas e peças de teatro – mas só conseguia ser produtivo se determinadas condições fossem atendidas. Primeiro, ele precisava de silêncio absoluto. Em uma de suas casas, uma porta extra teve de ser instalada em seu estúdio para bloquear os ruídos. E seu estúdio precisava ter uma organização metódica. A escrivaninha ficava na frente de uma janela e, sobre ela, seus materiais para escrever – penas de ganso e tinta azul – dispostos ao lado de vários ornamentos: um pequeno vaso com flores frescas, um grande abridor de cartas, uma folha dourada com um coelho empoleirado em cima e duas estatuetas de bronze […].

As horas de trabalho de Dickens não variavam. Seu filho mais velho lembrou que “nenhum funcionário na cidade era mais metódico ou organizado do que ele; nenhuma tarefa monótona e convencional poderia ter sido feita com mais pontualidade ou mais regularidade do que dedicava ao trabalho de sua imaginação e fantasia”. Levantava-se às 7 horas, tomava café da manhã às 8 horas e estava em seu estúdio às 9 horas. Lá permanecia até o meio-dia quando fazia uma breve pausa para almoçar com a família. Durante o almoço, muitas vezes, parecia estar em transe, comia mecanicamente e mal pronunciava uma palavra antes de voltar apressado para sua mesa. Em um dia comum, escrevia cerca de 2 mil palavras, mas, durante um rompante de imaginação, às vezes, fazia o dobro disso. Em outros dias, no entanto, dificilmente escrevia alguma coisa. Mesmo assim, mantinha suas horas de trabalho sem falha, e ficava rabiscando e olhando pela janela para passar o tempo. 

Pontualmente às 14h, Dickens deixava sua mesa para dar uma caminhada vigorosa de três horas de duração pelo campo ou pelas ruas de Londres, continuando a pensar em sua história e, como ele descreveu, “procurando algumas imagens que eu gostaria de explorar”. Quando voltava para casa, seu cunhado lembra: “Ele parecia a personificação da energia, transbordando por todos os poros, vinda de algum reservatório escondido”. As noites de Dickens, no entanto, eram tranquilas: jantava às 18 horas e passava a noite com a família ou amigos antes de se recolher, à meia-noite. 

CURREY, Mason. O segredo dos grandes artistas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013, p. 193-194.

O texto retrata a sistemática rotina do escritor no seu dia a dia. A estratégia do autor para mostrar essa rotina se dá pelas sequências enunciativas, próprias da tipologia narrativa.

Com base nessas informações e no texto dado, assinale a alternativa que NÃO se configura como sequência narrativa.

Alternativas
Comentários
  • "A sequência narrativa é a história contada de acordo com o envolvimento dos personagens, tempo, espaço e conflito. Sua ordem será a que o jornalista escolher para contar os fatos da notícia. Dependendo do seu ponto do vista e do editorial do jornal ou revista. A seguir veremos a explicação e exemplos dessas sequências e dos tipos de personagens.

    Sequência Narrativa Atemporal: é quando a ordem contada em uma matéria corresponde a ordem cronológica dos fatos.

    Sequência Narrativa por Ordem de Importância: essa sequência é de acordo com o que o autor ou jornalista julga ser mais importante, então a matéria é feita aos moldes de quem a fez.

    Personagem Plana: é aquele personagem da história que permanece o mesmo durante a narrativa, suas ações e psicológico são claros e previsíveis e sua aparência física continua a mesma.

    Personagem Esférica: é aquele personagem multifacetado, que possui uma personalidade complexa e facilmente mutável de acordo com o desenrolar da história, do tempo ou das ações."