Do ponto de vista político, é importante que a análise contemple o papel do Estado em sua relação com os interesses das classes sociais, sobretudo na condução das políticas econômica e social, no sentido de identificar se atribui maior ênfase nos investimentos sociais ou prioriza políticas econômicas; se atua na formulação, regulação e ampliação (ou não) de direitos sociais; se possui autonomia nacional na definição das modalidades e abrangência das políticas sociais ou segue imperativos dos organismos internacionais; se investe em políticas estruturantes de geração de emprego e renda; se fortalece e respeita a autonomia dos movimentos sociais; se a formulação e implementação de direitos favorece os trabalhadores ou os empregadores . Enfim, deve-se avaliar o caráter e as tendências da ação estatal e identificar os interesses que se beneficiam de suas decisões e ações. Da mesma forma, é fundamental identificar as forças políticas que se organizam no âmbito da sociedade civil e que interferem na conformação da política social, no sentido de identificar sujeitos coletivos de apoio e/ou de resistência a determinada política social, bem como sua vinculação a interesses de classe. Essas forças sociais tanto podem se situar no âmbito dos movimentos sociais de defesa de trabalhadores quanto de defesa de interesses de empregadores e empresariado, como também de organizações nãogovernamentais que muitas vezes se autoproclamam “imparciais”, mas que uma análise mais minuciosa acaba revelando seus interesses de classe.
2.3 Aspecto 3 – Gestão e controle social democrático
Este aspecto da análise tem por objetivo demonstrar como está estruturada a
organização e gestão da política e/ou programa avaliado, tendo como parâmetro os
princípios contemporâneos de gestão federada estabelecidos na Constituição Federal e
como ocorre a participação e controle popular. Na Constituição Federal, foram
estabelecidas diretrizes de descentralização com autonomia das esferas governamentais
e participação da sociedade no controle das ações governamentais, como base para
estruturação das relações entre os poderes públicos das três instâncias e entre estes e a
sociedade civil na implementação das políticas sociais. Nessa direção, a avaliação de
organização, gestão e controle social pode levar em consideração vários fatores, como os
apontados abaixo.
Indicador 1: Relação entre as esferas governamentais:(...)
Indicador 2 – Relação entre estado e organizações não-governamentais:(...)
Indicador 3 – Participação e controle social democrático:(...)
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