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ID
2832088
Banca
UFPR
Órgão
COREN-PR
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Aprimorar, sempre. Catástrofe, jamais

Sérgio Pardellas

    Em tempos de fake news, da efervescência dos debates nas redes sociais e do alcance quase infinito do whatsapp, uma idiossincrasia deletéria ao processo democrático se estabeleceu: as pessoas em geral, agrupadas em bolhas, não querem mais se informar. Estão interessadas em ler e ouvir apenas aquilo que se ajusta ao que elas acreditam. 
    E ponto final. Da esquerda à direita, passeando pelo que se convencionou chamar de centro do espectro político, quase ninguém escapa incólume. Cara de um, focinho do outro. Se a notícia é contra o político do meu coração, é “fake news”. O repórter, logo, é tachado de “golpista”, “coxinha”, “direitista”, “esquerdopata” ou “comunista”. Se a reportagem atinge em cheio a reputação do adversário, a ordem é disseminá-la sem dó, com pitadas de crueldade se necessário for. Como pau que dá na esquerda, logo dá na direita ou no “centro”, um inimigo comum foi eleito: a mídia. Ou “a grande mídia”.
    Assim, o whatsapp virou a principal fonte de informação de oito em cada dez brasileiros. Deu no “zap”, pronto. O incauto vai lá e crava: é real. Alguém ouviu o galo cantar, ninguém sabe onde, mas “assim é, se lhe parece”, como a peça de Luigi Pirandello. Não importa o transmissor, se a gramática foi maltratada, se guarda verossimilhança com a realidade ou não. A pessoa dispara para os seus, formando uma espécie de corrente interminável de beócios que se retroalimentam. Muitas vezes não faz qualquer sentido, não junta lé com cré.
    O pior é quando o texto embute uma _______ bem empacotada. É onde mora o perigo. O segredo do sucesso é a mensagem e, se ela soa como música aos ouvidos do freguês, vira verdade.
    A pena do jornalista já foi mais respeitada. É uma pena, mas não só. Querer sufocar a imprensa, editorial ou economicamente, constitui prejuízo inegável à democracia. Do lado de cá, _______ é fundamental. A mídia exagera, beatifica e _______ na mesma velocidade, _______ e também comete erros – contra o seu político preferido, mas contra quem você odeia também. Mas não aposte no contrário: sempre houve muito mais acertos e jornalista que é jornalista gosta mesmo é de notícia. Ou de análise, sem torcida, embora imparcialidade total não exista. Cabe ao leitor filtrar. Ou ao veículo, se for o caso, admitir um lado. É um bom debate. O fato insofismável é que o processo de apuração e divulgação da notícia pode até ser falho, nem sempre justo, mas ainda não inventaram modelo mais eficaz.
    O filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard escreveu, nos estertores da vida, que ensinaria às pessoas como produzir uma catástrofe. Embora tivesse sido um crítico do periódico satírico-iluminista O Corsário e da mídia durante alguns momentos de sua existência, Kierkegaard criou, no fim do século XIX, O Instante, semanário pelo qual alertava o cidadão sobre os problemas da cultura de sua época. A ruína da imprensa, sabia bem ele, poderia representar o primeiro passo rumo à catástrofe.

(Disponível em:https://istoe.com.br/aprimorar-sempre-catastrofe-jamais/>.)

Em relação ao tema do texto, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito e) A disseminação de notícias via whatsapp é realizada em detrimento da verdade, que é relativizada em favor de interesses pessoais. 

  • a questão era de interpretação e não de compreensão a resposta esta além do texto... letra E

  • Errei, bora estudar mais.

  • 4º§: O segredo do sucesso é a mensagem e, se ela soa como música aos ouvidos do freguês, vira verdade.

    GAB: E

  • GABARITO= E

    r. Estão interessadas em ler e ouvir apenas aquilo que se ajusta ao que elas acreditam

        E ponto final. Da esquerda à direita, passeando pelo que se convencionou chamar de centro do espectro político, quase ninguém escapa incólume. Cara de um, focinho do outro. Se a notícia é contra o político do meu coração, é “fake news”. O repórter, logo, é tachado de “golpista”, “coxinha”, “direitista”, “esquerdopata” ou “comunista”. Se a reportagem atinge em cheio a reputação do adversário, a ordem é disseminá-la sem dó, com pitadas de crueldade se necessário for. mídia”

    ESSAS INFORMAÇÕES AUXILIAM.

  • Detrimento= perda

  • Gabarito: E.

    Reescrevendo a alternativa:

    A disseminação de notícias via whatsapp é realizada em prejuízo da verdade, que é relativizada em favor de interesses pessoais.

    Bons estudos!

  • Acertei e nem li o texto. Obviamente que não levo esse pensamento para a prova. Mas depois de fazer várias questões da UFPR, percebi sua ideologia.

  • Texto totalmente enviesado, buscando colocar a imprensa como neutra e jogando a culpa na maioria das pessoas com pouca instrução que consomem seu conteúdo direcionado com fins espúrios. Essa banca é uma piada.

    Gabarito: E.

  • isso ocorre ? sim.

    Brasileiro adora adotar politico, isso é fato !

    agora, o camarada deixar de maneira sub-entendida que não existe ideologia na imprensa, tá de sacanagem né ? kkkkkkkkkk

  • Banca de esquerda fazendo prova para polícia. Deus nos acuda.

  • Gab.E

    Questão complexa, como quase todas da banca. Acertei a questão analisando, em especial, os seguintes segmentos do texto:

    Em tempos de fake news, da efervescência dos debates nas redes sociais e do alcance quase infinito do whatsapp, uma idiossincrasia deletéria ao processo democrático se estabeleceu: as pessoas em geral, agrupadas em bolhas, não querem mais se informar. Estão interessadas em ler e ouvir apenas aquilo que se ajusta ao que elas acreditam(...)

    (...)Assim, o whatsapp virou a principal fonte de informação de oito em cada dez brasileiros. Deu no “zap”, pronto. O incauto vai lá e crava: é real(...).

    Gab.E - A disseminação de notícias via whatsapp é realizada em detrimento da verdade, que é relativizada em favor de interesses pessoais.

    A luta continua ! O caminho é árduo, mas a vitória é certa !