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ID
2832172
Banca
UFPR
Órgão
COREN-PR
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O texto abaixo é referência para a questão.

  Eu vim ao Rio para um evento no Museu do Amanhã. Então descobri que não tinha mais passado. 
  Diante de mim, o Museu Nacional do Rio queimava.
  O crânio de Luzia, a “primeira brasileira”, entre 12.500 e 13 mil anos, queimava. Uma das mais completas coleções de pterossauros do mundo queimava. Objetos que sobreviveram à destruição de Pompeia queimavam. A múmia do antigo Egito queimava. Milhares de artefatos dos povos indígenas do Brasil queimavam.
  Vinte milhões de memória de alguma coisa tentando ser um país queimavam. 
 O Brasil perdeu a possibilidade da metáfora. Isso já sabíamos. O excesso de realidade nos joga no não tempo. No sem tempo. No fora do tempo.
  O Museu Nacional em chamas. Um bombeiro esguichando água com uma mangueira um pouco maior do que a que eu tenho na minha casa. O Museu Nacional queimando. Sem água em parte dos hidrantes, depois de quatro horas de incêndio ainda chegavam caminhões-pipa com água potável. O Museu Nacional queimando. Uma equipe tentava tirar água do lago da Quinta da Boa Vista. O Museu Nacional queimando. A PM impedia as pessoas de avançar para tentar salvar alguma coisa. O Museu Nacional queimando. Outras pessoas tentavam furtar o celular e a carteira de quem tentava entrar para ajudar ou só estava imóvel diante dos portões tentando compreender como viver sem metáforas. Brasil, é você. Não posso ser aquele que não é. O Museu Nacional queimando. […] 
  Quando soube que o museu queimava, eu dividi um táxi com um jornalista britânico e uma atriz brasileira com uma câmera na mão. “Não é só como se o British Museum estivesse queimando, é como se junto com ele estivesse também o Palácio de Buckingham”, disse Jonathan Watts. “Não há mais possibilidade de fazer documentário”, afirmou Gabriela Carneiro da Cunha. “A realidade é Science Fiction”.on”.
  Eu, que vivo com as palavras e das palavras, não consigo dizer. Sem passado, indo para o Museu do Amanhã, sou convertida em muda. Esvazio de memória como o Museu Nacional. Chamas dentro de todo ele, uma casca do lado de fora. Sou também eu. Uma casca que anda por um país sem país. Eu, sem Luzia, uma não mulher em lugar nenhum. 
   A frase ecoa em mim. E ecoa. Fere minhas paredes em carne viva. “O Brasil é um construtor de ruínas. O Brasil constrói ruínas em dimensões continentais”. […]
  Ouço então um chefe de bombeiros dar uma coletiva diante do Museu Nacional, as labaredas lambem o cenário atrás dele. O bombeiro explica para as câmeras de TV que não tinha água, ele conta dos caminhões-pipa. E ele declara: “Está tudo sob controle”.
  Eu quero gargalhar, me botar louca, queimar junto, ser aquela que ensandece para poder gritar para sempre a única frase lúcida que agora conheço: “O Museu Nacional está queimando! O Museu Nacional está queimando!”.
   O Brasil está queimando.
    E o meteoro estava dentro do museu.

(Disponível em:https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/03/opinion/1535975822_774583.html>. Acesso em 04, set. 2018.)

No primeiro parágrafo do texto, o articulista afirma que “Eu vim ao Rio para um evento no Museu do Amanhã. Então descobri que não tinha mais passado”. O termo destacado conecta as sentenças em uma relação de: 

Alternativas
Comentários
  •  

    GABARITO C.

     

    Advérbio de tempo:    hoje, logo que , primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, antes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, afinal, amiúde, breve, constantemente, enfim, entrementes (enquanto isso), hoje, imediatamente, primeiramente, tarde, provisoriamente, sucessivamente, depois que.

     

    Advérbio de Conclusão:  por conseguinte, logo, consequentemente, por isso, assim sendo, por consequência, em vista disso, à vista disso, sendo assim, desse modo, dessa forma, dessa maneira, isto posto, destarte, dessarte, por isto, deste modo, desta forma, desta maneira, então, assim, pois.

     

    Advérbio de tempo -> Eu vim ao Rio para um evento no Museu do Amanhã. Logo descobri que não tinha mais passado

     

    Não faz sentido colocar um verbo de conclusão:

    Eu vim ao Rio para um evento no Museu do Amanhã. Portanto/ Desse modo descobri que não tinha mais passado

  • Errei, mas, pra mim, foi uma questão bem "subjetiva" da parte do examinador. Pra mim, o termo "ENTÃO", neste contexto, também pode ser entendido como uma conclusão. Até poderia ser substituído, sem perder o sentido, por outros, tais como: Assim, logo, portanto, por isso, por conseguinte, por isso, portanto, ... Também até teria "cabimento" expressar MODO, também seria coerente. Agora, expressar TEMPO????

    Até mesmo pelo fato do termo "ENTÃO" poder ser tanto um advérbio de tempo quanto de conclusão, estranho, mas gera certa ambiguidade na hora de interpretar e, consequentemente, dúvida na hora de marcar a questão.


    Sinceramente, para expressar tempo, o examinador deveria ter escolhido outro termo, o qual não viesse a expressar duas coisas, por exemplo: QUANDO descobri que não tinha mais......

    Ou seja, seguindo essa "linha" de definição do examinador, então caberia qualquer outra definição, inclusive lugar, bastando substituir o termo ENTÃO por ONDE, reafirmo: foi muito subjetiva e até maldosa essa interpretação, faltaram apontamentos necessários, os quais definiriam claramente o pedido da questão. Muito "genérica" e mal-elaborada.


    Enfim, galerinha, é legítimo tipo de questão à moda UFPR com suas "pegadinhas patéticas" em relação a textos.

  • Concordo com os colegas, faz sentido. Acredito que a palavra então, entre esses períodos, é uma Conjunção Coordenativa Conclusiva. Ainda assim, continua expressando o sentido de conclusão.

    Essa questão foi muito mal elaborada! Deveria ter sido anulada!

    Mas serve de lição para conhecermos o perfil desta banca.

    Bons estudos!

  • Eu não li o texto e acertei por causa disso!

    Achei q o evento não tinha mais passado!

  • Alysson errou no próprio comentário kkk, usou o advérbio de conclusão na reescrita do advérbio de tempo..

    Também acho que essa questão deveria ser anulada.. 

  • Não faz sentido colocar uma conjunção conclusiva!

    troca ENTÃO / QUANDO fica mais fácil de entender

  • Força, pessoal! Cada banca tem suas peculiaridades, o negócio é TTT (treinar, treinar e treinar)

  • SÉRIO ISSO VELHO? SÓ PODE SER BRINCADEIRA.

  • Pessoal, não dá pra se ater apenas à classificação das conjunções. Tem que analisar o contexto em que está inserido no texto. Até porque tem conjunções que podem ter mais de uma classificação, como a POIS (explicativa ou conclusiva).

    GABARITO C

  • “Eu vim ao Rio para um evento no Museu do Amanhã. foi quando descobri que não tinha mais passado”

    Só substituindo pelas expressões de tempo e conclusão pra verificar qual melhor se encaixa, mas deu trabalho essa!

  • Eu vim ao Rio para um evento no Museu do Amanhã. Logo descobri que não tinha mais passado.

    Rapidamente (tempo) ele percebeu que não tinha mais passado. Errei, mas agora consigo ver dessa forma.

  • sem decoreba.

    gab c

  • essa banca é bizarra

  • “Eu vim ao Rio para um evento no Museu do Amanhã. Então descobri que não tinha mais passado”.

    “Eu vim ao Rio para um evento no Museu do Amanhã. Quando descobri que não tinha mais passado”.

    Encaixa certinho! Li os comentários dos colegas e, sim poderia encaixar uma conjunção conclusiva .Porém, devemos atentar bem a essa banca, pois nem tudo que reluz é loiro.

  • Substitua o ´´ENTÃO`` por ´´QUANDO``, por exemplo, e verá que o sentido é de tempo mesmo.

  • Se responder sem voltar no texto erra

    GAB C

  • AVANTE PMPR!!!

  • Sem vírgula muda a semântica.