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ID
2832175
Banca
UFPR
Órgão
COREN-PR
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O texto abaixo é referência para a questão.

  Eu vim ao Rio para um evento no Museu do Amanhã. Então descobri que não tinha mais passado. 
  Diante de mim, o Museu Nacional do Rio queimava.
  O crânio de Luzia, a “primeira brasileira”, entre 12.500 e 13 mil anos, queimava. Uma das mais completas coleções de pterossauros do mundo queimava. Objetos que sobreviveram à destruição de Pompeia queimavam. A múmia do antigo Egito queimava. Milhares de artefatos dos povos indígenas do Brasil queimavam.
  Vinte milhões de memória de alguma coisa tentando ser um país queimavam. 
 O Brasil perdeu a possibilidade da metáfora. Isso já sabíamos. O excesso de realidade nos joga no não tempo. No sem tempo. No fora do tempo.
  O Museu Nacional em chamas. Um bombeiro esguichando água com uma mangueira um pouco maior do que a que eu tenho na minha casa. O Museu Nacional queimando. Sem água em parte dos hidrantes, depois de quatro horas de incêndio ainda chegavam caminhões-pipa com água potável. O Museu Nacional queimando. Uma equipe tentava tirar água do lago da Quinta da Boa Vista. O Museu Nacional queimando. A PM impedia as pessoas de avançar para tentar salvar alguma coisa. O Museu Nacional queimando. Outras pessoas tentavam furtar o celular e a carteira de quem tentava entrar para ajudar ou só estava imóvel diante dos portões tentando compreender como viver sem metáforas. Brasil, é você. Não posso ser aquele que não é. O Museu Nacional queimando. […] 
  Quando soube que o museu queimava, eu dividi um táxi com um jornalista britânico e uma atriz brasileira com uma câmera na mão. “Não é só como se o British Museum estivesse queimando, é como se junto com ele estivesse também o Palácio de Buckingham”, disse Jonathan Watts. “Não há mais possibilidade de fazer documentário”, afirmou Gabriela Carneiro da Cunha. “A realidade é Science Fiction”.on”.
  Eu, que vivo com as palavras e das palavras, não consigo dizer. Sem passado, indo para o Museu do Amanhã, sou convertida em muda. Esvazio de memória como o Museu Nacional. Chamas dentro de todo ele, uma casca do lado de fora. Sou também eu. Uma casca que anda por um país sem país. Eu, sem Luzia, uma não mulher em lugar nenhum. 
   A frase ecoa em mim. E ecoa. Fere minhas paredes em carne viva. “O Brasil é um construtor de ruínas. O Brasil constrói ruínas em dimensões continentais”. […]
  Ouço então um chefe de bombeiros dar uma coletiva diante do Museu Nacional, as labaredas lambem o cenário atrás dele. O bombeiro explica para as câmeras de TV que não tinha água, ele conta dos caminhões-pipa. E ele declara: “Está tudo sob controle”.
  Eu quero gargalhar, me botar louca, queimar junto, ser aquela que ensandece para poder gritar para sempre a única frase lúcida que agora conheço: “O Museu Nacional está queimando! O Museu Nacional está queimando!”.
   O Brasil está queimando.
    E o meteoro estava dentro do museu.

(Disponível em:https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/03/opinion/1535975822_774583.html>. Acesso em 04, set. 2018.)

No sexto parágrafo do texto, a expressão “O Museu Nacional queimando” é repetida inúmeras vezes. Ao fazer isso, o articulista:

Alternativas
Comentários
  • Assertivas C, D e E podem eliminar porque não tem nada a ver.

    letra B esta incorreta porque não houve atitudes inoperantes (erradas).

     A PM impedia as pessoas de avançar para tentar salvar alguma coisa.

    A pm impediu porque correria o risco de alguém morrer cremado, portanto a atitude de a pm foi correta.


    alternativa "A"

  • Desaparelhamento - Desguarnecimento - Desprevenido


    Órgãos públicos de Defesa ( Corpo de Bombeiros )

    Desaparelhados ( "N]ao tinha água" e "Mangueira pouco maior que a da minha casa".


    Os bombeiros estavam desaparelhados.

  • A assertiva diz o que o 6º parágrafo sugere, mas não achei que é diretamente ligado às repetições da frase.

  • Não está ligada ao 6o parágrafo especificamente , e sim ao texto como um todo , na minha opinião.

  • Como assim?

    estar desemparelhado não seria a falta de equipamentos? Essa é uma responsabilidade do Estado e não dos órgãos de segurança pública.

    O hidrante sem água, a falta de equipamentos dos bombeiros, não é responsabilidade dos bombeiros que trabalhavam lá...

    em outra questão inclusive a resposta para esse texto é sobre a incoerência do poder público que hora gasta muito e hora alega falta de verbas...

    Incoerente é essa banca pqp

  • O Museu Nacional em chamas. Um bombeiro esguichando água com uma mangueira um pouco maior do que a que eu tenho na minha casa. O Museu Nacional queimando. Sem água em parte dos hidrantes, depois de quatro horas de incêndio ainda chegavam caminhões-pipa com água potável. O Museu Nacional queimando. Uma equipe tentava tirar água do lago da Quinta da Boa Vista. O Museu Nacional queimando. A PM impedia as pessoas de avançar para tentar salvar alguma coisa. O Museu Nacional queimando. Outras pessoas tentavam furtar o celular e a carteira de quem tentava entrar para ajudar ou só estava imóvel diante dos portões tentando compreender como viver sem metáforas. Brasil, é você. Não posso ser aquele que não é. O Museu Nacional queimando. […] 

    Na minha opinião os trechos grifados denotam o DESAPARELHAMENTO dos órgãos de seguranças pública sem dúvida. O texto em nenhum momento trata da RESPONSABILIDADE desse desaparelhamento, isto é, se é culpa do estado ou do próprios órgãos, apena denota que há falta de recursos.

    A repetição da frase "O Museu Nacional queimando", ao meu ver, serve para enfatizar que as medidas que estavam sendo tomadas eram insuficientes.

  • Deus tenha piedade de nós na prova da PC-PR.

    Na minha humilde opinião (sem hipocrisia), no mínimo temos aí duas respostas possíveis:

    A) DESAPARELHAMENTO >>> DESAPARELHADO = Desprovido dos meios necessários; sem aptidão nem preparo para; despreparado.

    (...) "uma mangueira um pouco maior do que a que eu tenho na minha casa";

    "Sem água em parte dos hidrantes"

    B) ATUAÇÃO INOPERANTE >>> INOPERANTE = Que não é capaz de operar; que não produz o efeito esperado; ineficaz

    Um bombeiro esguichando água com uma mangueira um pouco maior do que a que eu tenho na minha casa. >>>>>>> O Museu Nacional queimando.

    O efeito que a água está produzindo no incêndio não tem eficácia. O Museu ainda queima.

    Pessoal, vamos ficar alerta: Esse tipo de questão, que não traz clareza na resposta correta, é bem corriqueira nas provas da UFPR. Isso, ao meu ver, é feito com o intuito único e exclusivo de prejudicar o candidato, pois é inconcebível que tais questões não passem por uma revisão antes de irem para os cadernos de provas.

    CESPE, POR QUE NÃO TU?

    RECURSO, RECURSO E MAIS RECURSO.

  • Zoado demais, credo.

  • Essa banca é ridícula. Inadmissível uma banca assim realizar um concurso como o da PC-PR. Vai ser uma verdadeira loteria.

  •  O Museu Nacional em chamas. Um bombeiro esguichando água com uma mangueira um pouco maior do que a que eu tenho na minha casa. O Museu Nacional queimando. Sem água em parte dos hidrantes, depois de quatro horas de incêndio ainda chegavam caminhões-pipa com água potável. O Museu Nacional queimando. Uma equipe tentava tirar água do lago da Quinta da Boa Vista. O Museu Nacional queimando. A PM impedia as pessoas de avançar para tentar salvar alguma coisa. O Museu Nacional queimando. Outras pessoas tentavam furtar o celular e a carteira de quem tentava entrar para ajudar ou só estava imóvel diante dos portões tentando compreender como viver sem metáforas. Brasil, é você. Não posso ser aquele que não é. O Museu Nacional queimando. […] 

    Podemos verificar claramente a crítica sobre o orgão público, e não a crítica sobre os profissionais.

    Espero ter ajudado, pois esse foi o meu ver sobre essa questão.

  • Gabarito correto A

    Não tem como ser a letra B, pois percebe-se que os bombeiros que atendiam a ocorrência se esforçaram para apagar o fogo, porém estavam sem recursos. Não há que se falar em inoperância. Na leitura apressada acabei marcando B, contudo sem discussão é A.

    Sem choro!

  • Quem ficou em dúvida da A e B é só ter em mente que à autora está reclamando da falta de preparo de segurança pública.

    "O Museu Nacional em chamas. Um bombeiro esguichando água com uma mangueira um pouco maior do que a que eu tenho na minha casa. O Museu Nacional queimando. Sem água em parte dos hidrantes, depois de quatro horas de incêndio ainda chegavam caminhões-pipa com água potável. O Museu Nacional queimando. Uma equipe tentava tirar água do lago da Quinta da Boa Vista. O Museu Nacional queimando. A PM impedia as pessoas de avançar para tentar salvar alguma coisa. O Museu Nacional queimando."

  • Muito subjetivo. Parabéns para quem acertou.

  • Um bombeiro esguichando água com uma mangueira um pouco maior do que a que eu tenho na minha casa.

    A PM impedia as pessoas de avançar para tentar salvar alguma coisa

    Sem água em parte dos hidrantes, depois de quatro horas de incêndio ainda chegavam caminhões-pipa

    O AUTOR saiu apontando dedo - desaparelhamento dos órgãos públicos de segurança.