SóProvas


ID
2836267
Banca
IDECAN
Órgão
Câmara de Natividade - RJ
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Uma coisa grande mesmo
Não adianta chorar o leite derramado, a árvore derrubada e colocar
a culpa nas gerações passadas. É bola pra frente.


    Difícil falar de sustentabilidade para pessoas que não querem, não gostam e têm dificuldade de pensar no futuro. 
Mas a pauta do mundo hoje é essa, goste ou não, queira ou não. Porque sustentabilidade é isto: trazer o futuro para o presente. É resolver os seus problemas e realizar seus sonhos hoje sem comprometer os sonhos de quem ainda nem nasceu. 
    Para quem é jovem e brasileiro, então, a dificuldade de incluir o futuro nas suas decisões é maior ainda. Vou explicar começando pelo que temos em comum: Brasil. Vivemos numa região do planeta que é muito boa e generosa com as nossas condições de vida. Para nós, humanos, para as plantas e para os animais. 
    Aprendi isso no livro do Eduardo Giannetti, O valor do amanhã. Ele diz que uma árvore no hemisfério Norte, como por exemplo o carvalho, tem que armazenar energias no verão para atravessar o inverno, senão morre. Uma palmeira nos trópicos, onde o inverno é quente, não tem esse mecanismo de armazenagem porque não precisa. 
    Isto é, nós, que vivemos nos trópicos, tendemos naturalmente a não esquentar a cabeça com o inverno, isto é, com o futuro. Daí para essa tendência virar atitude, cultura, estilo de vida, não custa nada. Conclusão: o brasileiro é cabeça fresca por natureza.
    O mesmo acontece quando temos pouca idade. Quando jovens, temos tanto para viver no presente e tanto futuro pela frente, que não temos nenhuma motivação nem espaço na cabeça para pensar no futuro. Dizem que o máximo de futuro que a maioria dos jovens consegue pensar é três ou quatro dias. Mais praticamente, o tempo da próxima balada ou o prazo para entregar o trabalho da escola.
    Normal. De verdade, a gente só começa a pensar no futuro para valer quando casamos e temos filhos. Aí é que se começa a pensar sério na vida, fazer planos, poupar, essas coisas. 
    Então, para jovens brasileiros, sustentabilidade é papo cabeça, abstrato, que só vira realidade quando vê crianças morrendo de falta de água, ursinho morrendo de falta de frio, peixe morrendo de falta de ar, floresta morrendo de falta de inteligência humana e boate fechando por falta de energia elétrica para a guitarra e o ar-condicionado.
    Estou falando isso para mostrar o tamanho do desafio para um jovem dos trópicos entender o que de fato está por trás da sustentabilidade e poder se preparar para contribuir na virada deste jogo que está pondo em risco o seu próprio futuro. (...) 
    É uma coisa grande mesmo. Muito maior do que o aqui, agora da minha geração, que muita gente entendeu que era pequeno e curto e acabou detonando sua saúde em poucos anos, destruindo sua vida e privando o futuro do seu talento. Muitos amigos, muitos músicos geniais foram destruídos por essa má compreensão do “aqui, agora”. (...)
    Vamos combinar: para sustentabilidade não existe futuro nem passado, só existe o presente, um presente eterno, um presente tão grande que só cabe na nossa consciência e se está na consciência vira estilo de vida. Então, a saída é acordar para essa nova consciência. Como cantam Céu e Beto Villares na sua “Roda”: “Caiu na roda, ou acorda ou vai dançar.


(Ricardo Guimarães. Uma coisa grande mesmo. Revista MTV, jun. 2007.)

O uso do “porque” em “Porque sustentabilidade é isto:” (1º§) indica

Alternativas
Comentários
  • A questão exige conhecimento do uso dos porquês e de conjunções.

    Porque sustentabilidade é isto: trazer o futuro para o presente

    VEJAM O QUE ESTA EM NEGRITO ESTA EXPLICANDO O QUE É SUSTENTABILIDADE.

    GABARITO D

  • Complementando explicação do colega Diogo


    "Porque" ---> conjunção, equivale a "pois"


    Gab E

  • A forma porque pode ser uma conjunção explicativa ou causal (equivalendo a pois, visto que, já que, etc.); para alguns gramáticos, como Luiz A. Sacconi, Pasquale C. Neto, Ulisses Infante etc., pode ser também uma conjunção final (equivalendo a “para que”).


    – Você fez isso porque (pois) queria dinheiro, não é?

    – Só fiz isso porque (para que) conseguisse dar-me bem, até porque (pois; ignore o “até”) sou merecedor


    Cuidado!!!

    Em frases interrogativas diretas, a banca vai tentar influenciar você a marcar o uso de por que (separado, sem acento). Não caia nessa. Analise com calma a questão, pois, mesmo em frases interrogativas diretas, podemos usar a forma porque. Veja só um caso: “Será porque ele viajou mais de 20 horas na classe econômica que está cansado?”. Observe que a substituição por “pois” não seria suficiente para batermos o martelo, até porque ia ficar estranha a frase: “Será pois (?!) ele viajou mais de 20 horas na classe econômica que está cansado?”. Como analisar, então, a frase “Será porque ele viajou mais de 20 horas na classe econômica que está cansado?”. Ignore o verbo ser + que, que formam uma expressão expletiva (de realce), e a frase ficará assim, na ordem direta: “Ele está cansado porque (= pois) viajou mais de 20 horas na classe econômica?”. Percebe que a forma porque está certíssima? Cuidado!!! 



    Fonte: A Gramatica para concursos publicos Fernando Pestana.


  • Porque = conjunção explicativa.

    Gabarito E

  • Conjunções Coordenativas Explicativas


    Porque

    Pois (quando utilizado no início do período)

    Porquanto

    Que


    Detalhe sobre o "Pois"

    Se usado deslocado, no meio do texto entre vírgulas, trata-se de uma Conjunção Conclusiva.

  • que engraçado. Tdo mundo colocando "LETRA E" ,mas nem tem essa letra kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk





    gabarito: letra D

  • Vale observar que os dois pontos após a palavra isto introduz uma explicação.

  • "Pois" deslocado e entre vírgulas = conclusão

    "Pois" início de período = explicação

  • A) causa. ERRADO.

    causa: visto que, já que, porque, como (em oração anteposta), haja vista, porquanto, uma vez que, dado que...

    B) dúvida. ERRADO.

    C) finalidade. ERRADO.

    finalidade: a fim de, para que...

    D) explicação. CERTO.

    explicação: que, porque, pois (anteposto ao verbo), porquanto.

    Porque sustentabilidade é isto: trazer o futuro para o presente (Explicação).

    Gabarito: D.

  •  

    GABARITO: D

    Vamos, primeiro, entender que uma relação de Causa e Consequência é sempre recíproca: um fato só pode ser chamado de “causa” a partir do momento em que ele gera uma consequência. Já uma “consequência” só existe se estiver associada a uma causa. Primeiro a causa, depois a consequência... antes-depois. Um fato isolado é só um fato.

                   

                 A explicação não possui uma relação semântica assim tão intrínseca. Posso dar-lhe uma ordem sem explicar o motivo, ou mesmo mostrar-lhe uma constatação sem explicar como cheguei até ela.

     

                   Se eu afirmo que estou sonolento pelo fato de ter trabalhado muito na noite anterior, posso dizer que um fato gerou o outro: causa e consequência.

                   Se eu constatei que aquele rapaz deve trabalhar de madrugada, pois está sempre sonolento durante o dia, não posso dizer que “estar sonolento” é a causa de “trabalhar de madrugada”.

     

                  Portanto:

     

              EXEMPLOS     (A) Eu fiquei sonolento, porque trabalhei muito na noite anterior. – O fato de eu ter trabalhado muito gerou uma consequência: eu fiquei sonolento. Se gerou consequência, posso dizer que é uma causa.

                   (B) Aquele rapaz deve trabalhar de madrugada, porque está sempre sonolento durante o dia. – Ele trabalhar de madrugada não é uma consequência de ele estar sempre sonolento, mas apenas uma constatação. A oração iniciada pela conjunção apenas explica o porquê de ter-se chegado a tal constatação.

     

                   Sendo assim, a conjunção na sentença do exemplo A estabelece valor causal; na sentença do exemplo B, explicativo.

     

    FONTE: PROVA DE PORTUGUÊS

  • A questão é sobre o uso do porque e quer saber o valor semântico da conjunção "porque" em "Porque sustentabilidade é isto:". Vejamos:

    Conjunções coordenativas são as que ligam termos ou orações de mesmo valor. As conjunções coordenativas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

    Conjunções subordinativas são as que tornam orações dependentes, isto é, subordinam uma oração à outra. Com exceção das conjunções integrantes (que introduzem orações substantivas), essas conjunções introduzem orações adverbiais e exprimem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição, conformidade, consequência, fim, tempo e proporção).

     .

    A) causa.

    Conjunções subordinativas causais: têm valor semântico de causa, motivo, razão...

    São elas: porque, porquanto, como, uma vez que, visto que, já que, posto que, por isso que, na medida em que...

    Ex.: Já que você está estudando bastante, suas chances de passar em concurso são enormes.

     .

    B) dúvida.

    Não há conjunção com valor de dúvida.

     .

    C) finalidade.

    Conjunções subordinativas finais: têm valor semântico de finalidade, objetivo, intenção, intuito...

    São elas: a fim de que, para que, que e porque (= para que)

    Ex.: Fazemos tudo, a fim de que você passe nas provas.

     . 

    D) explicação.

    Conjunções coordenativas explicativas: têm valor semântico de explicação, justificativa, motivo, razão...

    São elas: porque, pois (antes do verbo), porquanto, que...

    Ex.: Vamos indo, porque já é tarde.

     . 

    Gabarito: Letra D