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ID
2841034
Banca
CONSULPAM
Órgão
Câmara de Juiz de Fora - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A família pode ser constituída dinamicamente de forma consciente e inconsciente. Assinale a opção CORRETA que indica quais funções uma mãe suficientemente boa, através de suas aptidões físicas e mentais.

Alternativas
Comentários
  • Resposta: C

  • Uma adequada maternagem – que Winnicott denomina como sendo aquela provinda de uma mãe suficientemente boa – alude ao fato de que essa mãe não frustra, nem gratifica, de forma excessiva, e que possibilita um sadio crescimento do self do seu filho. Essa condição de maternagem requer uma série de atributos e funções da mãe, que tanto podem pautar por uma normalidade, como também podem adquirir caraterísticas patogênicas. Pela extrema importância que esses múltiplos aspectos da relação mãe-filho exercem no desenvolvimento do ser humano, cabe descrevê-los separadamente.

     

    A mãe deve emprestar as suas “funções do ego”, como as capacidades de perceber, pensar, juízo crítico, etc., de modo a organizar
    e processar essas funções do ego de seu filho, enquanto ele ainda não as tem desenvolvidas.

  • Saber emprestar as suas funções de ego, ou seja, a capacidade de perceber e de pensar enquanto as do filho ainda não estão desenvolvidas. Correto

  • Saber emprestar as suas funções de ego, ou seja, a capacidade de perceber e de pensar enquanto as do filho ainda não estão desenvolvidas. Correto

  • Winnicott chama de “mãe suficientemente boa” a mulher “comum” que, naturalmente, adapta-se sensivelmente às necessidades de seu bebê. Inicialmente, a “mãe suficientemente boa” encontra-se num estado especial de “sensibilidade exacerbada, quase uma doença” (Winnicott, 1956), que começa a se desenvolver na gestação e se intensifica nas últimas semanas de gravidez se prolongando às primeiras semanas após o nascimento do bebê, atenuando-se após este período e tendendo ao desaparecimento. Nesta fase, a mãe atinge o mais alto grau da capacidade de identificação com o seu bebê e para isso usa suas próprias experiências como bebê, voltando-se totalmente aos cuidados de seu filho. “Ela passa a ser ele. É um estado de verdadeira fusão emocional” (Coutinho, 1997, p. 98). Winnicott deu um nome especial a esse estado psicológico especial da mãe - “preocupação materna primária” (Winnicott, 1956). Para entrar nesse estado delicado, a mulher precisa se sentir protegida, necessita de um ambiente facilitador para ela mesma, representado pelo pai do bebê e pela família. 

    Saber emprestar as suas funções de ego, ou seja, a capacidade de perceber e de pensar enquanto as do filho ainda não estão desenvolvidas, compreender as necessidades e desejos do bebê.

    COUTINHO, F. (1997). O ambiente facilitador: a mãe suficientemente boa. In PODKAMENI, A. B. & GUIMARÃES, M.A.C. Winnicott: 100 anos de um analista criativo. Rio de Janeiro: NAU, 1997.

    WINNICOTT, D. W. (1956). A preocupação materna primária. In Da pediatria à psicanálise: obras escolhidas. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2000. 

    Gabarito: Letra C

  •  A- ser continente (...) - conceito de Bion

    B - Uma adequada maternagem deve facilitar uma lenta e gradual dessimbiotização e, assim, abrir um caminho para a entrada em cena de um pai, respeitado e valorizado. A partir daí, a mãe estará promovendo a seu filho a passagem de uma díade exclusiva com ela para um triângulo edípico. Assim, a criancinha adquire a capacidade de reconhecimento da existência de terceiros, o que propicia a importante transição de um estado de narcisismo para o de um socialismo. 

    D - A capacidade de a mãe sobreviver aos ataques destrutivos e às demandas vorazes do filho sem um revide retaliador e, muito menos, sem sucumbir a um estado de depressão (que exacerba as fantasias da criança a respeito de sua maldade e destrutividade).  ( isso não é Para-excitação como a questão diz)

    Exercer a função de para-excitação dos estímulos que o ego incipiente da criança não consegue processar pela sua natural imaturidade neurofisiológica. Esses estímulos tanto procedem das tensões e traumatismos derivados das primeiras experiências sen-soriais e emocionais da infância, como também se originam nas desprazerosas sensa- ções emanadas do próprio corpo. Neste último caso, elas podem ser exteroceptivas (parte externa do corpo), proprioceptivas (camadas profundas da pele), enteroceptivas (órgãos internos, como pode ser, por exemplo, uma cólica intestinal do bebê), cinestésicas (sensação de equilíbrio). A mãe compreendendo e, na medida do possível, atendendo aos apelos do bebê, alivia-o das tensões insuportáveis que se expressam por um estado de excitação - Winnicott

    fonte> Zimmerman - fundamento psicanalise