Sobre a obra em si [“Microcontos”, organizado por Lucas Palhão], concluí ontem a leitura. E é surpreendente pela criatividade de todos os envolvidos e apreciável talento. A coerência e a coesão que dão a esse amálgama autoral uma ideia clara de unidade são elogiáveis, dignas de admiração. Sem que isso represente prejuízo da identidade e estilo dos autores nas sequências dos microcontos. Por ser microcontos, seria praticamente impossível manter a concentração para ler um posterior microconto se diverso ao tema. Explicando melhor, suponhamos que estivéssemos lendo uma história sobre um amor de verão, curtíssima, no exato momento do término, passamos a ler uma outra curtíssima sobre corrupção; tenho certeza que seguindo tal falta de linearidade, no quinto ou no sexto microconto não saberíamos mais qual era o primeiro lido e, provavelmente, não atentaríamos para sentido de ligação no microconto lido no futuro. Terminada a leitura, iria ser como se não tivéssemos lido nada.
WLD, 21 dez. 2015. Disponível em: https://wldexilado.wordpress.com/2015/ 12/21/microcontosvol-1-lucas-palhao-e-autores/. Acesso em 10 jun. 2018 (adaptado).
Mesmo coexistindo vários microcontos de diversos autores, é possível, segundo o texto, vislumbrar “uma ideia clara de unidade”. A razão para o efeito de unidade justifica-se em razão da