“São muitas as pessoas que, dominando magnificamente
a língua, sentem-se logo desamparadas
em certas esferas de comunicação verbal, precisamente
pelo fato de não dominarem, na prática, as
formas do gênero de uma dada esfera. Não é raro o
homem que domina perfeitamente a fala numa esfera
de comunicação cultural, saber fazer uma explanação,
travar uma discussão científica, intervir
a respeito de problemas sociais, calar-se ou então
intervir de uma maneira muito adequada numa conversa
social. Não é por causa de uma pobreza de vocabulário
ou de estilo (numa acepção abstrata), mas
de uma inexperiência em dominar o repertório dos
gênero da conversa social e de uma falta de conhecimento
a respeito do que é o todo do enunciado, que
o indivíduo fica inapto para moldar com facilidade e
prontidão sua fala e determinadas formas estilísticas
e composicionais; é por causa de uma inexperiência
em tomar uma palavra no momento certo, em começar
e terminar no tempo correto (nesses gêneros,
a composição é muito simples).
(BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo:
Martins Fontes, 2003)
Considerando a concepção de Bakhtin sobre a importância
do domínio dos gêneros textuais, assinale
a alternativa que melhor contemple a relação entre
o ensino de língua e a função da escola quanto
ao domínio dessas esferas de comunicação verbal: