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ID
2843128
Banca
FGV
Órgão
OAB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Filosofia do Direito
Assuntos

Concebo, na espécie humana, dois tipos de desigualdade: uma que chamo de natural ou física, por ser estabelecida pela natureza e que consiste na diferença das idades, da saúde, das forças do corpo e das qualidades do espírito e da alma; a outra, que se pode chamar de desigualdade moral ou política, porque depende de uma espécie de convenção e que é estabelecida ou, pelo menos, autorizada pelo consentimento dos homens.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.


Levando em consideração o trecho acima, assinale a afirmativa que apresenta a perspectiva de Rousseau sobre como se coloca o problema da desigualdade.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito Letra C:

    Rousseau considera as desigualdades naturais aceitáveis, pois decorrem da própria natureza. Ele mesmo ressalta, na citada obra a que remete a questão, que “não se pode perguntar qual a fonte da desigualdade natural, porque a resposta estaria enunciada na simples definição da palavra¹”. Na sequência, Rousseau afirma que não se pode, sequer, “procurar a existência de qualquer ligação essencial entre essas duas desigualdades – natural e moral. (Motivo pelo qual a alternativa A está incorreta!). As desigualdades morais, autorizadas pelo consentimento dos homens, consistem “nos vários privilégios de que gozam alguns em prejuízo de outros, como o serem mais ricos, mais poderosos e homenageados do que estes, ou ainda por fazerem-se obedecer por eles”.


    1- ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 159


    Bons estudos!

  • A questão aborda o ponto de vista do pensador Jean-Jacques Rosseau relacionado ao discurso sobre a origem e os fundamentos das desigualdades entre os homens.  Para Rosseau, a desigualdade moral ou política consiste nos vários privilégios de que gozam alguns em prejuízo dos outros, como serem mais ricos, mais poderosos e homenageados do que estes, ou ainda por fazerem-se obedecer por eles. Por outro lado, a desigualdade natural ou física, é aquela estipulada pela natureza e caracterizada pelas diferenças de idade, saúde, forças corpóreas e espirituais. Para Rousseau, as desigualdades naturais são aceitáveis, mas as sociais não. Isso porque, enquanto não se pode perguntar qual a fonte da desigualdade natural (posto que por própria definição da palavra é natural), para o autor, a desigualdade social, fruto de um pacto entre os homens, é o nascedouro, por exemplo, da corrupção. Isso porque, genericamente, considera-se que a ordem política constituída pelo pacto dos ricos torna a desigualdade social uma realidade, viabilizando um cenário de enorme antagonismo entre ricos e pobres. O que inevitavelmente cria condições para que a corrupção emerja.

    Referência: ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso  Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

    Gabarito do professor: letra c.
  • Pelo próprio axioma da questão é possível assinalar a correta, vamos lá:

    Se esta sendo afirmado que as desigualdades naturais se referem a fatores como idade, saúde e força dos corpos

    As desigualdades morais como aquelas que são anuídas pelos consentimento humano, como os "privilégios financeiros"

    A)Seria ilógico afirmar ser necessariamente a desigualdade natural entre duas pessoas, como a idade, uma concausa de uma desigualdade moral, como sua situação socioeconômica .

    B) Como também seria desarrazoado afirmar que uma desigualdade física, como a propensão genética que alguém possui para o desenvolvimento determinada doença, seria inaceitável, até pq esse tipo de desigualdade foge muitas vezes ao crivo e ao controle humano.

    C) GABARITO, MAS UMA CRÍTICA No discurso sobre a origem e fundamentos da desigualdade entre os homens de fato Rousseau diferencia esses dois tipos, MAS NÃO AFIRMA QUE QUALQUER TIPO É INACEITÁVEL, isso é uma interpretação da BANCA!

    D) Como é possível depreender da leitura do próprio texto nem TODAS AS DESIGUALDADES SE ORIGINAM DE FATOS OBJETIVOS, Algumas se relacionam com o consentimento dos humanos.

  • A) Rousseau considera as desigualdades naturais aceitáveis, pois decorrem da própria natureza. Porém, afirma que não se pode “procurar a existência de qualquer ligação essencial entre essas duas desigualdades” – natural e moral. Logo, não há, para Rousseau, nenhuma possibilidade de as desigualdades naturais implicarem as desigualdades morais.

    B) Como ressaltado anteriormente, Rousseau considera as desigualdades naturais aceitáveis, pois decorrem da própria natureza. Considerando essa premissa, a alternativa é considerada errada, visto que a sociedade civil não é uma consequência direta das desigualdades naturais.

    C) GABARITO. As desigualdades naturais são aceitáveis, visto que são dadas pela natureza. As desigualdades morais, segundo Rousseau, são autorizadas pelo consentimento dos homens e consistem “nos vários privilégios de que gozam alguns em prejuízo de outros, como o serem mais ricos, mais poderosos e homenageados do que estes, ou ainda por fazerem-se obedecer por eles”.

    D) As duas formas de desigualdades apresentadas não são acatadas como fatos objetivos. Para Rousseau, a desigualdade natural é dada, ao passo que a desigualdade moral é produzida pelo consentimento do homem. Não haveria, desse modo, um caráter objetivo nesta última.

    Fonte: Lenza, Pedro. OAB primeira fase: volume único. Saraiva Educação SA, 2020.

  • C) As desigualdades naturais são aceitáveis, mas as desigualdades morais não o são, pois consistem em privilégios de uns sobre os outros.

    "Concebo, na espécie humana, dois tipos de desigualdade: uma que chamo de natural ou física, por ser estabelecida pela natureza e que consiste na diferença das idades, da saúde, das forças do corpo e das qualidades do espírito e da alma; a outra, que se pode chamar de desigualdade moral ou política, porque depende de uma espécie de convenção e que é estabelecida ou, pelo menos, autorizada pelo consentimento dos homens".

    Comentário: Se a desigualdade social ou política DEPENDE dos homens, por outro lado, a desigualdade natural INDEPENDE dos homens. Sendo algo que independe do homem, nada ele poderá fazer em relação a desigualdade natural, apenas "aceitar" (exemplo: uma doença sem cura). Por outro lado, a desigualdade moral não pode ser aceitada/tolerada, pois ela só ocorre por causa das convenções que os homens estabelecem ou aceitam, sendo assim, depende de nós para ocorrer as mudanças necessárias para acabar com os privilégios de uns sobre os outros.

  • Leiam somente as alternativas e vá pela lógica que você gabarita todas de filosofia.

  • A RESPOSTA ESTÁ NA ALTERNATIVA

  • Comentário do Professor do QC:

    A questão aborda o ponto de vista do pensador Jean-Jacques Rosseau relacionado ao discurso sobre a origem e os fundamentos das desigualdades entre os homens. Para Rosseau, a desigualdade moral ou política consiste nos vários privilégios de que gozam alguns em prejuízo dos outros, como serem mais ricos, mais poderosos e homenageados do que estes, ou ainda por fazerem-se obedecer por eles. Por outro lado, a desigualdade natural ou física, é aquela estipulada pela natureza e caracterizada pelas diferenças de idade, saúde, forças corpóreas e espirituais. Para Rousseau, as desigualdades naturais são aceitáveis, mas as sociais não. Isso porque, enquanto não se pode perguntar qual a fonte da desigualdade natural (posto que por própria definição da palavra é natural), para o autor, a desigualdade social, fruto de um pacto entre os homens, é o nascedouro, por exemplo, da corrupção. Isso porque, genericamente, considera-se que a ordem política constituída pelo pacto dos ricos torna a desigualdade social uma realidade, viabilizando um cenário de enorme antagonismo entre ricos e pobres. O que inevitavelmente cria condições para que a corrupção emerja.

    Referência: ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

    Gabarito do professor: letra c.

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