Para resolver essa questão precisamos
colocar em prática nossos conhecimentos sobre o tratamento de efluentes.
A princípio, é importante compreender que
o processo de tratamento escolhido deve levar em conta a vazão de esgoto
a ser tratado diariamente (N x C), os parâmetros físico-químicos e
biológicos do esgoto (DBO, DQO, sólidos), as características do solo
(natureza, utilização, permeabilidade), a profundidade do lençol
freático no local e a eficiência de tratamento necessária para
disposição final.
As fossas sépticas são unidades que
promovem o tratamento por sedimentação, flotação e digestão anaeróbia, indicadas
para locais sem rede coletora ou como alternativa de tratamento.
Os sumidouros
ou poços absorventes são geralmente projetados após as fossas sépticas para
depuração e disposição final do esgoto, sendo uma solução favorável somente em
áreas onde o aquífero é profundo. Assim, nesse sistema, as características do
solo e a profundidade do lençol freático assumem grande importância no projeto.
A alternativa A está errada,
pois o efluente líquido resultante da fossa séptica é potencialmente
contaminado e possui características desagradáveis como odor e cor. Portanto,
precisa ser disposto com segurança em corpos hídricos ou no solo em sumidouros,
filtros, valas de filtração ou infiltração.
A alternativa B está errada,
pois a condição arenosa do terreno pode resultar em contaminação do aquífero. A
ABNT NBR 13969/97, item 5.3.2, recomenda que sumidouros em região
arenosa com nível de aquífero profundo e baixa capacidade de percolação do solo
(menor que 500 min/m) tenham uma camada filtrante para proteger o
aquífero não inferior a 0,3 m
A alternativa C está errada,
pois de acordo com a ABNT NBR 7229/93, item 5.7, o volume útil total do
tanque séptico é calculado pela fórmula,
V = 1000+N.(C.T+K.Lf)
Onde:
V = volume útil, em litros;
N = número de pessoas ou unidades de
contribuição;
C = contribuição de despejos, em
litros/pessoa x dia;
T = período de detenção, em dias;
K = taxa de acumulação de lodo digerido,
em dias;
Lf = contribuição do lodo fresco, em
litros/pessoa x dia.
Assim, o cálculo leva em consideração o
volume de lodo.
A alternativa D está errada, pois
as fossas sépticas são projetadas para períodos mínimos de detenção que
dependem da faixa de contribuição diária (C x N), conforme a ABNT NBR
7229/93, item 5.4.
A alternativa E está correta, pois
a ABNT NBR 7229/93, item 5.1, determina que os tanques sépticos devem
manter a distância mínima horizontal de:
a) 1,50 m de construções, limites de
terreno, sumidouros, valas de infiltração e ramal predial de água;
b) 3,0 m de árvores e de qualquer
ponto de rede pública de abastecimento de água;
c) 15,0 m de poços freáticos e de corpos
de água de qualquer natureza.
Gabarito do professor: Letra E.