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ID
2851360
Banca
FUMARC
Órgão
PC-MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Criminologia
Assuntos

Leia com atenção trechos da reportagem abaixo:


Pesquisa inédita diz que não há relação direta entre homicídios na zona sul de São Paulo e o tráfico de drogas


Estudo desvincula tráfico de violência


    Pesquisa inédita reproduz a geografia das drogas em São Paulo e revela que não se pode associar diretamente o tráfico à violência, principalmente aos homicídios.

    Mostra também que a maconha é a droga mais apreendida e que ela é mais usada em bairros de classe média da região sudoeste da cidade, como Pinheiros, Campo Belo e Vila Mariana.

    O estudo, realizado pela Fundação Escola de Sociologia e Política (Fesp), com apoio do Ilanud, órgão da ONU que trata da violência, e do Conen (Conselho Estadual de Entorpecentes), fez o levantamento das prisões de pessoas acusadas de uso e de tráfico de drogas nos distritos policiais da capital, durante o segundo semestre de 1996. O trabalho foi concluído no final de 1997.

    Nesse período, houve 501 casos de apreensão de maconha, 362 de cocaína e 358 de crack. A maconha representou mais de um terço das apreensões.

    Segundo a pesquisa, o maior volume de prisões de traficantes acontece no centro e na zona norte da cidade. Nessas regiões, estão os bairros onde ocorreram entre 6 e mais de 20 prisões de traficantes no segundo semestre de 1996.

    De acordo com o chefe do CPM (Comando de Policiamento Metropolitano de São Paulo), coronel Valdir Suzano, a distribuição do efetivo da PM é proporcional à quantidade de habitantes de cada região da cidade, o que, em princípio, descartaria a hipótese de um número menor de apreensões de drogas na zona sul em razão de uma menor presença da polícia.

    O estudo questiona a habitual vinculação dos homicídios ocorridos na zona sul ao envolvimento de seus autores e vítimas com o tráfico ou o uso de drogas.

    Segundo o DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), 40% das chacinas ocorridas na região sul de São Paulo têm envolvimento de drogas.

    No entanto, de acordo com a pesquisa da Fesp, na região sul, a mais violenta da cidade, é onde acontece o menor número de prisões por causa de drogas.

    "A Seccional Santo Amaro vem sendo a campeã dos homicídios na cidade (em sua área ocorrem cerca de 25% dos assassinatos da capital). Contudo, apresenta taxa pequena ou média de tráfico", disse o pesquisador Guaracy Mingardi.

    "Portanto, não se pode dizer que exista uma correlação imediata entre homicídio e tráfico de entorpecentes."

    Segundo Mingardi, a alta incidência de criminalidade na zona sul pode ser explicada pela ocupação desordenada da região.

    "Lá é a zona desorganizada, de ocupação recente. Ela é mais violenta porque não há uma sociabilidade antiga que una as pessoas. É uma região pobre, sem infraestrutura, onde predomina a cultura da violência. O tráfico mata, mas não é tanto quanto se supõe".

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff12069801.htm

De acordo com a teoria da ecologia criminal formulada pela Escola de Chicago, aplicada à reportagem, é INCORRETO afirmar:

Alternativas
Comentários
  • Gab. B

    A escola de Chicago inicia um processo que abrange estudos em antropologia urbana, tem no meio urbano seu foco de análise principal, constatando a influência do meio ambiente na conduta delitiva fazendo um paralelo entre o crescimento das cidades e o consequente aumento da criminalidade. Envolve estudos relacionados ao surgimento de favelas e à proliferação do crime e da violência ante o aumento populacional, marcante no início do século XX. É a única teoria sociológica criada por jornalistas cujo nome homenageia um grupo de professores e pesquisadores da Universidade de Chicago, surgido na década de 1920. A escola de Chicago é considerada a principal escola criminológica do Brasil.

  • 1. Controle social formal: polícia, judiciário, administração penitenciária etc.; 2. Controle social informal: família, escola, igreja.)


  • ACRESCENTANDO - Escola de Chigado:

    Desenvolveu as teorias Macrossociais do crime.

    Autores: Robert Park, Ernest Burgess, Clifford Shaw e Henry McKay

    A orientação da escola foi decididamente socilógica

    formou importantes criminólogos como Edwin Sutherland, criador da Teoria da Associação Diferencial e da expressão Crime de Colarinho Branco

    Visava a mudança efetiva na condição social das crianças (anotei de alguma questão

    Fonte: Criminologia - Eduardo Fontes

  • Com as transformações muito profundas na cidade, o papel de controle social informal desempenhado pela vizinhança continua a manter o controle da criminalidade. Apesar da fragmentação do controle social formal, a família, a igreja, a escola, o local de trabalho, os clubes de serviço conseguem refrear as condutas humanas.

    .

    Por que o controle social informal NÃO continua a manter o controle da criminalidade?

    A ecologia criminal diz que devido ao crescimento desordenado das cidades com um fluxo migratório intenso de pessoas advindas de vários lugares diferentes, inexiste um vínculo afetivo entre essas pessoas, ou seja, há uma desorganização social (experiência pela qual passa o recém-chegado à cidade com uma rejeição de hábitos e concepções morais). Dessa forma, o controle social informal se perde, não sendo mais capaz de controlar a criminalidade.

    "Note-se que, com transformações muito profundas na cidade, o papel desempenhado pela vizinhança - de controle social informal - acaba por perder-se. Não há mais instâncias efetivas que possam desincumbir-se dessa tarefa. A família, a igreja, a escola, o local de trabalho, os clubes de serviço não mais conseguem refrear as condutas humanas" (SHECAIRA, Sério Salomão; Criminologia; 6 ed, 2014; p. 151)

  • GABARITO B

    ESCOLA DE CHICAGO (TEORIA ECOLÓGICA/ECOLOGIA CRIMINAL):

    1.      Pertencem à Escola de Chicago (Ecologia Criminal) a Teoria Ecológica e as Zonas Concêntricas. Essa teoria sustenta que o delito é produto da desorganização da cidade grande, que debilita o controle social e deteriora as relações humanas, propagando-se, consequentemente, o vício e a corrupção, que são considerados anormais e nocivos à coletividade. Para essa escola ao atentar para a mutação social das grandes cidades na análise empírica do delito, interessa-se em conhecer os mecanismos de aprendizagem e transmissão das culturas consideradas desviadas, por reconhecê-las como fatores de criminalidade. As principais propostas da ecologia criminal visando o combate à criminalidade são:

    a.      Alteração socioeconômica das crianças;

    b.     Amplos programas comunitários para o trato da prevenção;

    c.      Planejar estratégias por áreas definidas;

    d.     Programas comunitários de recreação e lazer, como ruas de esportes e outros;

    e.      Reurbanização dos bairros pobres, com melhoria estética e do padrão das casas – controle INFORMAL.

    ATENÇÃO – política de TOLERÂNCIA ZERO, que é baseada no controle FORMAL, faz parte das teorias do consenso, não da Escola de Chicago.

    A teoria do Consenso sob o enfoque sociológico da Escola de Chicago rechaça – repele – o papel das instâncias punitivas e fundamenta suas ideias em situações concretas, de fácil comprovação e verificação empírica das medidas adotadas para contenção do crime, sem que haja hostilidade e coerção no uso dos meios de controle.

    Para haver progresso, tem que existir ordem. 

    DEUS SALVE O BRASIL.

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  • Sonhar grande e sonhar pequeno da o mesmo trabalho - Evandro Guedes Alo você!!
  • pESSOAL, porque não seria a alternativa "A"?.... consegui verificar o erro da B, mas gostaria de entender a "A"...

  • RESPOSTA: LETRA B

    Acredito que o erro do enunciado está na relação de controle social formal, ligado à igreja, a escola, o local de trabalho, os clubes de serviço.

    Note:

    Com as transformações muito profundas na cidade, o papel de controle social informal desempenhado pela vizinhança continua a manter o controle da criminalidade. Apesar da fragmentação do controle social formal, a família, a igreja, a escola, o local de trabalho, os clubes de serviço conseguem refrear as condutas humanas.

  • Com as transformações muito profundas na cidade, o papel de controle social informal desempenhado pela vizinhança continua a manter o controle da criminalidade (Com a metrópole o controle social informal não consegue manter o controle da criminalidade, visto que as relações interpessoais estão cade vez mais distantes). Apesar da fragmentação do controle social formal, a família, a igreja, a escola, o local de trabalho, os clubes de serviço conseguem refrear as condutas humanas.

  • Apesar da fragmentação do controle social formal, a família, a igreja, a escola, o local de trabalho. Se trata de controle social informal

  • A incorreta é a B.

    Erro em vermelho:

    Com as transformações muito profundas na cidade, o papel de controle social informal desempenhado pela vizinhança continua a manter o controle da criminalidade. Apesar da fragmentação do controle social formal, a família, a igreja, a escola, o local de trabalho, os clubes de serviço conseguem refrear as condutas humanas.

    Segundo Nestor Penteado:

    ''Há dois conceitos básicos para que se possa entender a ecologia criminal e seu efeito criminógeno: a ideia de “desorganização social” e a identifi​cação de “áreas de criminalidade” (que seguem uma gradient tendency).

    O crescimento desordenado das cidades faz desaparecer o controle social informal; as pessoas vão se tornando anônimas, de modo que a família, a igreja, o trabalho, os clubes de serviço social etc. não dão mais conta de impedir os atos antissociais.Destarte, a ruptura no grupo primário enfraquece o sistema, causando aumento da criminalidade nas grandes cidades''.

  • Mas iai o que anomia tem a ver com a escola de Chicago?

  • GABARITO, B: Com as transformações muito profundas na cidade, o papel de controle social informal desempenhado pela vizinhança continua a manter o controle da criminalidade. Apesar da fragmentação do controle social formal, a família, a igreja, a escola, o local de trabalho, os clubes de serviço conseguem refrear as condutas humanas.

    Bem objetiva, o erro está em vincular ao controle formal aqueles que na verdade são parte do controle informal.

    Controle formal: polícia, judiciário, administração penitenciária, etc.

    Controle informal: família, escola, igreja e etc.

  • A) A ausência completa do Estado dá origem a uma sensação de completa anomia, condição potencializadora para o surgimento de grupos justiceiros, bandos armados que acabam por substituir o Estado na tarefa do Estado de controle da ordem.

    MUITO POBRE O ENUNCIADO MAS ESTA LIGADO A ESCOLA DE CHICAGO:

    ANOMIA é no sentido ``ausência de lei ou de regra, desvio das leis naturais; anarquia, desorganização´´.

    E não na TEORIA DA ANOMIA – ESCOLA DO CONSENSO

  • Em 18/11/20 às 10:46, você respondeu a opção A. ! Você errou!

    Em 19/06/20 às 12:12, você respondeu a opção A.! Você errou!

    E ainda continuo não sabendo porque a A está certa kkkkkkk

  • "Com as transformações muito profundas na cidade, o papel de controle social informal desempenhado pela vizinhança continua a manter o controle da criminalidade. Apesar da fragmentação do controle social formal, a família, a igreja, a escola, o local de trabalho, os clubes de serviço conseguem refrear as condutas humanas."

    Crescimento e as transformações geram a perda de vínculos comunitários (que fazem controle social informal e é mais eficaz que o formal), ou seja, o controle social informal perde o seu poder de controle da criminalidade.

  • GAB : B

    Com as transformações muito profundas na cidade, o papel de controle social informal desempenhado pela vizinhança continua a manter o controle da criminalidade. (O crescimento desordenado das cidades, distancia as pessoas e faz desaparecer os laços de proximidade e o controle informal.) Apesar da fragmentação do controle social formal, a família, a igreja, a escola, o local de trabalho, os clubes de serviço conseguem refrear as condutas humanas. (Pelo contrário, não impedem os atos antissociais.)

  • Só lendo o texto para acertar a questão. Está bem vinculada ao texto.

  • GAB - B - O Fuxico controlando a criminalidade Kkkkkk... é o auge, mesmo !! "o papel de controle social informal desempenhado pela vizinhança continua a manter o controle da criminalidade"

  • O controle social que é marcado pela fragmentariedade é o informal.

    Daí o erro da B.

  • EXPLICAÇÃO: Tentou, através da análise empírica (inquéritos sociais e amostragens – social surveys) da cidade de Chicago, explicar o surgimento da criminalidade, em loopings/espaços urbanos e estruturados conforme a arquitetura urbana. As análises concluíram que os locais de maior desorganização social, em situação de abandono público, eram mais suscetíveis à atuação criminosa. A falta de iluminação, saneamento básico, ruas pavimentadas, escolas, hospitais, delegais eram fatores criminógenos. Constataram haver “cidades dentro das cidades”. Interessante notar que os estrangeiros que outrora, em seus países, nunca tiveram histórico criminal, passaram a apresentar comportamento contraventor. Isso se deu, também, pelo fato da diminuição do chamado controle social informal (criado lentamente, ao longo da vida, como em cidades do interior em que todos se conhecem – família, vizinhança, clubes, escolas, associações, igreja, amizades), por haver grande mobilidade. Há, em situações tais, uma perda do “eu”; uma mitigação/destruição da identidade de cada sujeito, em decorrência da multidão em que se encontra, o que contribui para o cometimento do crime; verdadeira sensação de não pertencimento. Para essa teoria, o fator decisivo da criminalização não é a pobreza, mas sim a sensação de impunidade e a ausência do Estado.

  • A teoria ecológica ou da Escola de Chicago parte do pressuposto em que a criminalidade é fruto de uma desorganização social, faz parte das toeiras sociológicas que dão ênfase aos fatores sociais como causadores da criminalidade, não se baseia em critérios individuais, ou seja, ligados ao criminoso, como causadores da criminalidade. Dessa forma o crime não é um fenômeno natural e o criminoso não é um delinquente nato possuidor de uma série de estigmas comportamentais Além disso, tais características fazem parte da Escola Positiva.

  • A alternativa A está correta, se refere a teoria da Anomia. CONTUDO o enunciado pede a alternativa incorreta relacionada a escola de Chicago, e a teoria da anomia não tem nada a ver com a Escola de Chicago, a não ser o fato das duas serem teorias de consenso. Levando bem ao pé da letra a alternativa A e B estariam erradas, sendo que o erro da A é a ausência de relação com a Escola de Chicago.

  • Tanto a alternativa "A" quanto a "B" estão incorretas.

    A Teoria da Anomia e a Escola de Chicago são espécies de Teoria do Consenso MAS NÃO SE CONFUNDEM. No mais, é um salto interpretativo muito grande entender que a única referência a "justiceiros" e "grupos armados" no texto da questão é o termo "chacina". Justiceiros são justos; chacina entre traficantes é apenas desordem apenas pra dizer o óbvio.

  • Se você analisar cada assertiva, todas são uníssonas, exceto a alternativa B.

  • GAB. B

    Controle formal: polícia, judiciário, administração penitenciária, etc.

    Controle informal: família, escola, igreja e etc.

  • ecologia = estudo das relações dos seres com o meio onde vivem

    Basta excluir as alternativas que falam sobre locais, ambientes, etc.

  • Só em vê de que veículo vem a reportagem, ficou fácil a questão, pois jamais este veículo de desinformação vai dizer que "a família, a igreja, a escola, o local de trabalho, os clubes de serviço " ajudam a melhorar a sociedade.

  • PROVA DE PORTUGUÊS OU DE CRIMINOLOGIA?

  • . A Escola de Chicago representa uma ruptura desse paradigma, ao afirmar que não basta a análise unicamente do indivíduo, mas, também, de toda a sociedade, na busca pelos motivos que geram a criminalidade.

    Decorrente da Escola de Chicago, o estudo elaborado por Clifford Shaw e Henry McKay foi um dos mais importantes na linha da teoria ecológica, ao estabelecerem que os delinquentes procediam principalmente das zonas adjacentes ao distrito central, e que a concentração de criminosos ia diminuindo conforme as áreas residenciais se distanciavam do centro.