Adolescentes, de modo geral, diferentemente de jovens e adultos, não são compreendidos como atores coletivos, pois não usufruem
plenamente dos direitos políticos e se inserem na ordem social e no espaço público mais como atores por meio da participação
cultural e, muitas vezes, sob o estatuto de estudantes, sobretudo em tempos de centralidade real e simbólica da Internet.
Entretanto, os adolescentes não deixam de expressar em diferentes espaços preocupações sociais, econômicas e até mesmo
políticas e familiares distintas e mais amplas, pois como “ponta de iceberg” eles evidenciam os dilemas centrais que atravessam
a sociedade na contemporaneidade, inclusive em torno das questões e desafios que se deparam no território da escolarização
básica e superior e em virtude das orientações das políticas públicas educacionais que têm por intencionalidade delimitar os
contornos da formação escolar tendo em vista determinadas projeções de futuro. Nos anos de 2015 e 2016, estudantes-adolescentes
protagonizaram ações coletivas de protestos em defesa da escola pública e da qualidade do ensino que usufruíam; seja
como categoria nativa, seja pela literatura acadêmica aquelas ações foram denominadas de