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ID
2862574
Banca
CESGRANRIO
Órgão
LIQUIGÁS
Ano
2018
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Um dos mais conhecidos modelos de economia aberta é o de Mundell-Fleming (IS-LM-BP), que procura avaliar o impacto esperado das políticas econômicas em países com diferentes regimes de câmbio e graus de abertura ao movimento de capitais. Considere, então, o caso do Brasil atual, que adota um regime de câmbio flutuante e possui elevado grau de abertura ao fluxo de capitais.


De acordo exclusivamente com o modelo de MundellFleming, caso o governo adote uma política fiscal expansionista com o objetivo de reduzir o elevado nível de desemprego no país, o efeito final de longo prazo, comparado a uma situação de equilíbrio inicial, será, supondo tudo o mais constante,

Alternativas
Comentários
  • Não entendi o gabarito (B).

    No regime de câmbio flutuante, a política fiscal não tem efeito sobre a renda - somente política monetária.

    Uma política fiscal expansionista => aumenta G => desloca curva IS para direita => aumenta juros. Como câmbio é flutuante com livre entrada de capitais, há aumento de entrada de capital estrangeiro => há apreciação da moeda nacional => isso determina piora na Balança Comercial ( -X, +M), trazendo a curva DA para a esquerda. Ou seja, o efeito positivo de G sobre Y foi compensado pela piora na Bal Com.

    Alguém sabe explicar?

  • Concordo com o Marcello! Pode-se falar maior taxa de juros, maior renda agregada e apreciação do real brasileiro somente no CURTO PRAZO ( uma consequência inicial da política fiscal expansionista). Mas, como foi muito bem colocado pelo colega, o regime de câmbio flutuante há entrada de capital estrangeiro anulando o efeito do deslocamento da IS

  • A resposta é a alternativa B por corresponder a uma situação com mobilidade imperfeita de capitais, sob um regime de câmbio flutuante. Então, uma política fiscal expansionista desloca a IS para a direita. Como o efeito predominante é o da taxa de juros (já que pelo enunciado a BP é menos inclinada que a LM), há uma apreciação cambial e um aumento das importações, que desloca a IS novamente para baixo, mas em um nível maior que o ponto inicial. Nesse sentindo, como efeito final temos um nível de produto e juros maior, bem como o real mais apreciado.

  • Exatamente Henrique Campos. Pelo que entendi a pegadinha da questão está no "elevado grau de abertura de capitais" que significa mobilidade imperfeita, e não mobilidade perfeita de capitais.

  • Não temam cavaleiros de bronze.

    Levem uma coisa pra vida de vcs: no câmbio flutuante, somente políticas monetárias expansionistas serão efetivas. E por que isso acontece? Com política monetária expansionista, a curva LM é deslocada para a direita em função da diminuição da taxa de juros. Com isso, há uma saída de US$ da economia, tornando-o menos abundante e mais caro. Com uma menor quantidade de US$ – e considerando que ela não será reposta –, e levando-se em conta que o preço do US$ está mais caro, as importações diminuirão, mas as exportações aumentarão.

    Daí, tem-se o seguinte:

    – juros à US$ – abundante e + caro à – importações

    – juros à US$ – abundante e + caro à + exportações 

    E o pulo do gato está justamente aqui: o aumento nas exportações acaba por aumentar o PIB real (PIB = C + I + G + (X- M), comportamento este visto numa política fiscal expansionista. O aumento de renda ocasionado pelo aumento de exportações faz com que a curva IS seja deslocada para a direita. Se a IS é deslocada para a direita, a renda aumenta. Portanto, em virtude da diminuição de juros, do reequilíbrio na balança de pagamentos e do aumento da renda, num regime de câmbio flutuante, a política monetária expansionista é efetiva.

  • A mobilidade de capitais no Brasil é imperfeita. Sabendo disso, fica fácil responder à questão.

    Obs.: a ausência de mobilidade e a mobilidade perfeita de capitais são utópicas, são apenas parâmetros para sabermos o quão distante de tais utopias está o regime de capitais do país. Na esmagadora maioria dos casos reais, a mobilidade é imperfeita, assim como quase tudo na Economia. A teoria nos traz casos utópicos (comunismo, livre mercado) para sabermos que tais hipóteses estão no limite do aceitável, pois na vida real há confusão de elementos de ambos os limites (complexidade).

    Gabarito: B