SóProvas


ID
28663
Banca
CESGRANRIO
Órgão
Caixa
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

          José de Arimatéia subiu a escada de pedra do
     alpendrão, e deu com Seu Tonho Inácio na cadeira de
     balanço, distraído em trançar o lacinho de seis pernas
     com palha de milho desfiada. A gente encontrava aquelas
5   trançazinhas por toda parte (...) - naqueles lugares onde
     o velho gostava de ficar, horas e horas, namorando a
     criação e fiscalizando a camaradagem no serviço. Com a
     chegada do dentista, Tonho Inácio voltou a si da avoação
     em que andava:
10        - Hã, é o senhor? Pois se assente ... Hum ... espera
     que a Dosolina quer lhe falar também. Vamos até lá
     dentro...
           E entrou pelo corredor do sobrado, acompanhado do
     rapaz.
15       Na sala - quase que sempre fechada, naturalmente
     por causa disso aquele sossego e o cheiro murcho de
     coisa velha - a mobília de palhinha, o sofá muito grande,
     a cadeirona de balanço igual à outra do alpendre. Retratos
     nas paredes: os homens, de testa curta e barbados, as
20  mulheres de coque enrolado e alto (...), a gola do vestido
     justa e abotoada no pescoço à feição de colarinho. Povo
     dos Inácios, dos Gusmões: famílias de Seu Tonho e Dona
     Dosolina. Morriam, mas os retratos ficavam para os filhos
     os mostrarem às visitas - contar como aqueles antigos
25  eram, as manias que cada qual devia ter, as proezas
     deles nos tempos das primeiras derrubadas no sertão da
     Mata dos Mineiros.
          De seus pais, José de Arimatéia nem saber o nome
     sabia.
30       Lembrava-se mas era só do Seu Joaquinzão Carapina,
     comprido e muito magro, sempre de ferramenta na mão
     - derrubando árvore, lavrando e serrando, aparelhando
     madeira. (...) E ele, José de Arimatéia, menininho de
     tudo ainda, mas já agarrado no serviço, a catar lascas e
35 serragem para cozinhar a panela de feijão e coar a água
     rala do café de rapadura, adjutorando no que podia.
     
    PALMÉRIO, Mário. Chapadão do Bugre. Rio de Janeiro: Editora Livraria
José Olímpio, 1966. (Adaptado)

O personagem José de Arimatéia

I - era filho de pais desconhecidos;
II - ajudava, desde a infância, Seu Joaquinzão;
III - descendia dos Inácios e dos Gusmões;
IV - tinha a profissão de dentista.

A leitura do trecho apresentado permite concluir que estão corretas APENAS as afirmações

Alternativas
Comentários
  • I - CERTO(L.28-29) "De seus pais, José de Arimatéia nem saber o nome sabia."II - ERRADO(L.30-33)"Joaquinzão Carapina, comprido e muito magro, sempre de ferramenta na mão - derrubando árvore, lavrando e serrando, aparelhando madeira. (L.33-35) "E ele, José de Arimatéia, menininho de tudo ainda, mas já agarrado no serviço, a catar lascas e serragem para cozinhar a panela de feijão" (E nãoUm cortava árvores e emparelhava madeira, enguanto o outro apanhava lascas para o fogão.III - ERRADO(L.21-23)"Povo dos Inácios, dos Gusmões: famílias de Seu Tonho e Dona Dosolina."IV - CERTO(L.7-8)"Com a chegada do dentista,..."
  • Não concordo com o gabarito, pois ao meu ver a altenativa II também está correta, diz o texto: "E ele, José de Arimatéia, menininho de tudo ainda, agarrado no serviço, a catar lascas e serragem..." Entende-se que ele ajudava seu Joaquinzão, que era lenhador.
      
  • Ricardo, concordo com vc pela palvra adjutorando que significa ajudando:
     "ele, José de Arimatéia, menininho de
         tudo ainda, mas já agarrado no serviço, a catar lascas e
        serragem para cozinhar a panela de feijão e coar a água
         rala do café de rapadura, adjutorando no que podia"
    dai infere-se q ele ajudava o jose de arimateia pois catava as lascas da arvore q. Arimateia cortava. No entanto, mesmo eu achando q essa alternativa fazia sentido, entendo que as outras, I e IV sao óbvias e inquestionáveis pelos motivos já explicados anteriormente por nossos colegas, sendo assim, marco letra b) . mas acho que a ll nao está errada, mas nao é tao obvia qto as outras. é isso!!! espero ter ajudado.
  • A questão é duvidosa porque:
    I- Era filho de pais desconhecidos: O texto diz que o José de Arimatéia não sabia o nome dos seus pais, mas isso não significa que eram desconhecidos!
    II- Ajudava, desde a infância, Seu Joaquinzão: o texto diz que ele "adjutorava sempre que podia" mas não diz que era ao Seu Joaquinzão que ele ajudava...

  • I e II corretas, gabarito errado, 

    Com a
      chegada do dentista, Tonho Inácio voltou a si da avoação
      em que andava:
    10  - Hã, é o senhor? Pois se assente ... Hum ... espera
      que a Dosolina quer lhe falar também. Vamos até lá
      dentro...
      E entrou pelo corredor do sobrado, acompanhado do
      rapaz.

    está na cara que o "rapaz" (não diz quem é) que é dentista, Arimatéia não é, o que é citado da profissão dele é apenas que ele ajudava quando criança.

  • Claro que ele é o dentista!  

  • A alternativa correta é a letra B. Pois ao voltar ao texto, há alguns trechos que justificam as alternativas I e IV: "De seus pais, José de Arimatéia nem saber o nome sabia" e "Com a chegada do dentista, Tonho Inácio voltou a si da avoação em que andava."

  • No meu entender as alternativas A e B poderiam ser o gabarito. Questão típica de anulação. Por isso, vou pedir comentário do professor. Lembrando ainda o seguinte: Significado de adjutorar. O que é adjutorar: Ajudar, auxiliar, contribuir com.