ESTRICNINA
" Constitui de um pó branco presente nas iscas de raticidas. É uma substância relativamente estável, podendo persistir por um período relativamente longo em alimentos e no ambiente (GOODYEAR et al., 2013).
Sua estrutura é semelhante à glicina, principal neurotransmissor da medula espinhal, por isso atua como antagonista competitivo da glicina, além de evitar a união da glicina aos receptores em várias reações químicas, o que leva a excitação da medula espinhal e tronco cerebral, além de estimulação incontrolada dos músculos esqueléticos (BELOW & LIGNITZ, 2003).
A absorção pelo trato gastrointestinal é rápida após a ingestão. Esta pode ocorrer pela mucosa nasal por exposição dérmica. Depois de absorvida é amplamente distribuída pelos tecidos, portanto pequenas quantidades de estricnina podem ser detectadas no sangue. A biotransformação ocorre no fígado e a excreção pelos rins (KLAASSEN et al., 2013).
Os sinais clínicos começam a se manifestar de 30 minutos a duas horas após a ingestão do tóxico, são característicos de síndrome nervosa, inquietação, dispneia, convulsões, midríase, opistótono, perda da consciência, a morte se dá por asfixia e exaustão (MELO et al., 2002)
O diagnóstico é baseado nos sinais da intoxicação e análise química, pesquisando a presença de estricnina nas amostras biológicas ou iscas.O tétano é o mais importante diagnóstico diferencial para a intoxicação por estricnina (SCHIMITT & ROSSATO, 2013).
Na necropsia geralmente as mucosas apresentam-se cianóticas, há casos que não se observam lesões, em outros se nota presença de petéquias no pâncreas, equimoses no coração e pulmão, e conteúdo digestivo pode estar pigmentado indicando a toxicose (GORNIÁK & MEDEIROS, 2008; SCHIMITT & ROSSATO, 2013)" fonte: dissertação Tália Temori
Obs: as equimoses e petéquias podem culminar na congestão dos orgãos principalmente nos pulmoes