SóProvas


ID
2875597
Banca
IDECAN
Órgão
CRF-SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Farmácia literária


      Imagine chegar ao consultório ou ao hospital com um incômodo qualquer e sair de lá com a prescrição de uma terapia intensiva de George Orwell, seguida de pílulas de Fernando Pessoa, emplastros de Victor Hugo e doses generosas de Monteiro Lobato. Você não leu errado: uma boa história ajuda a aliviar depressão, ansiedade e outros problemas que atingem a cabeça e o resto do organismo.

      Quem garante esse poder medicamentoso das ficções são as inglesas Ella Berthoud e Susan Elderkin, que acabam de publicar no Brasil Farmácia Literária (Verus). Redigida no estilo de manual médico, a obra reúne cerca de 200 males divididos em ordem alfabética. Para cada um, há dicas de leituras.

      As autoras se conheceram enquanto estudavam literatura na Universidade de Cambridge. Entre um debate sobre um romance e outro, viraram amigas e criaram um serviço de biblioterapia, em que apontam exemplares para indivíduos que procuram assistência. “O termo biblioterapia vem do grego e significa a cura por meio dos livros”, ressalta Ella.

      O método é tão sério que virou política de saúde pública no Reino Unido. Desde 2013, pacientes com doenças psiquiátricas recebem indicações do que devem ler direto do especialista. Da mesma maneira que vão à drogaria comprar remédios, eles levam o receituário à biblioteca e tomam emprestados os volumes aconselhados.

      A iniciativa britânica foi implementada com base numa série de pesquisas recentes que avaliaram o papel das palavras no bem-estar. Uma experiência realizada na Universidade New School, nos Estados Unidos, mostrou que pessoas com o hábito de reservar um tempo às letras costumam ter maior empatia, ou seja, uma capacidade ampliada de entender e se colocar no lugar do próximo. Outra pesquisa da também americana Universidade Harvard apontou que leitores ávidos são mais sociáveis e abertos para conversar.

      E olha que estamos falando de ficção mesmo. No novo livro não vemos gêneros como autoajuda ou biografia. “Eles já tinham o seu espaço, enquanto as ficções eram um recurso pouco utilizado. É difícil lembrar-se de uma condição que não tenha sido retratada em alguma narrativa”, esclarece Susan.

      As autoras acreditam que é possível tirar lições valiosas do que fazer e do que evitar a partir da trajetória de heróis e vilões. “Ler sobre personagens que experimentaram ou sentiram as mesmas coisas que vivencio agora auxilia, inspira e apresenta perspectivas distintas”, completa.

      As sugestões percorrem praticamente todas as épocas e movimentos literários da humanidade. A obra mais antiga que integra o livro é a epopeia O Asno de Ouro, assinada pelo romano Lúcio Apuleio no século 2, que serve de fármaco para exagero na autoconfiança. Há também os moderníssimos Reparação, do inglês Ian McEwan (solução para excesso de mentira), e 1Q84, do japonês Haruki Murakami (potente para as situações em que o amor simplesmente termina).

      Disponível em 20 países, cada edição de Farmácia Literária é adaptada para a cultura local, com a inclusão de verbetes e de literatos nacionais. “Nós precisamos contemplar as obras que formaram e moldaram o ideal daquela nação para que nosso ofício faça sentido”, conta Ella. No caso do Brasil, foram inseridos os principais textos de Machado de Assis, Guimarães Rosa e Milton Hatoum, que fazem companhia aos portugueses Eça de Queirós e José Saramago.

(16 de abril de 2017. Rosa Maria Miguel Fontes. Disponível em: http://blogs.uai. com.br/contaumahistoria/farmacia-literaria/.)

Em “Da mesma maneira que vão à drogaria comprar remédios, eles levam o receituário à biblioteca e tomam emprestados os volumes aconselhados.” (4º§) pode-se afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Ocorrem ambos os fenômenos crásicos em função da regência dos verbos (ir e levar), os quais, respectivamente, requerem um objeto indireto e um objeto direto e indireto.


    Letra C

  • Quem vai vai a algum lugar logo tem preposição e aceita artigo


    Quem leva leva alguma coisa a alguém VTDI pede preposição e aceita artigo





    GAB. C

  • Gabarito: Letra C

    Quem vai, vai a algum lugar(OI) + a drograria

    Quem leva, leva alguma coisa(OD) a algum lugar(OI) + a biblioteca

    Jesus: meu único Senhor e Salvador!

  • verbo VTDI

  • LETRA C.

    Pelo mesmo motivo.

    verbo VTDI

  • As duas se dão pelo fato da regência do verbo.

  • O QUE ME AJUDOU A MATAR FOI QUE BIBLIOTECA E DROGARIA -> PALAVRAS FEMININAS

  • Volto DA drogaria>>>>> CRASE Obrigatória!

    Quem leva! leva algo ( VTD) se leva algo para alguém! então: (VTDI) A+A Biblioteca>>> CRASE Obrigatória!

  • Resposta C

    As duas ocorrência ocorrem pelo mesmo motivo porque em ambos os casos o verbo pede a preposição e as palavras que antecedem a preposição admitem artigo.

  • “Da mesma maneira que vão à drogaria comprar remédios, eles levam o receituário à biblioteca e tomam emprestados os volumes aconselhados.” 

    A) as duas ocorrências de crase são de caráter facultativo. ERRADO.

    São de caráter obrigatório conjugando preposição + artigo.

    B) na segunda ocorrência de crase há uma locução feminina. ERRADO.

    Existe uma locução masculina (eles levam)

    C) as duas ocorrências de crase justificam-se pelo mesmo motivo. CERTO.

    Quem vai, vai a algum lugar. (verbo transitivo indireto) e drogaria é o seu Objeto indireto.

    vão(VTI) à (a prep. + a artigo) drogaria(OI).

    Quem leva, leva algo a lugar. ( verbo transitivo direto e indireto), receituário (objeto direto) e biblioteca (objeto indireto).

    levam(VTDI) o (prep.) receituário (OD) à (a prep. + a artigo) biblioteca(OI).

    D) apenas uma das duas ocorrências de crase é de caráter facultativo. ERRADO.

    São de caráter obrigatório conjugando preposição + artigo.

    Gabarito: C.

  • Letra C

  • as duas ocorrências de crase justificam-se pelo mesmo motivo.

    posso estar equivocado porém de acordo com essa afirmativa raciocinei de outra forma

    (a justificativa fala que as duas ocorrências de crase justificam-se pelo mesmo motivo ,mas (vão à drogaria (verbo ir/chegar não são intransitivos? concordo quando da ideia de destino é regido pela preposição (a) ok)

    porém a eles levam o receituário à biblioteca o verbo levar não é VTDI?

    LOGO A OCORRÊNCIA DE CRASE É JUSTFICADA POR MOTIVOS DISTINTOS (VERBO INTRANSITIVO E VERBO TRANSITIVO DIRETO INDIRETO)

    não concordei muito com o gab , mas quem sou eu na fila do pão né rs..

  • Verbo de movimento requer a preposição "a", sendo o o objeto regido é feminino: crase! Portanto, C correta, A E D erradas. Não tem locução (C).

  • Vou a...

    Volto da...

  • GABARITO: LETRA C

    COMPLEMENTANDO:

    Casos de crase facultativa:

    1)Pronome possessivo - Feminino no singular

    a suas maneiras -> crase proibida;  

    a (à) sua maneira -> crase facultativa;

    às suas maneiras -> crase obrigatória

    2)Depois da preposição - "até"

    3)Nome próprio - Feminino

    FONTE: QC

  • Mesma justificativa: em ambas as ocorrências a regência verbal obriga o uso de crase!

  • C

    as duas ocorrências de crase justificam-se pelo mesmo motivo

    VÃO: PEDE UM OI ( QUEM VAI, VAI A ALGUM LUGAR)

    LEVAM: PEDE UM OD E OI ( QUEM LEVA, LEVA ALGO A ALGUM LUGAR)