SóProvas


ID
2876173
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara Municipal de São José dos Campos - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                          Meu bem, meu mal


      Na psicologia social, há uma definição de comportamento conhecida como “licença moral”. É o consentimento que autoriza as pessoas que praticam uma boa ação a compensá-la com o avesso. Dito de outro modo: quando alguém está certo de ter feito o bem, com compaixão e generosidade, pode sentir-se liberado para fazer o mal, com posturas egoístas, preconceituosas, antiéticas e – que surpresa! – até corruptas. No mundo corporativo, em que se aplaudem as companhias que cultivam valores morais e éticos, com doações e responsabilidade social, os desvios costumam cair como baldes de água fria e decepção – e estão longe de representar uma raridade. “No Brasil, muitas das empresas que são investigadas em esquemas de corrupção têm o seu instituto e sua fundação com ações filantrópicas, mas ao mesmo tempo estão envolvidas em conluio setorial, cartel implícito ou formas de ganhar recursos de bancos públicos”, diz o professor Sérgio Lazzarini, colunista de VEJA.

      Esse fenômeno acaba de receber amparo acadêmico. Um trabalho realizado pelos economistas John List e Fatemeh Momeni, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, põe em xeque a tese da benevolência como uma postura inquebrantável. O estudo revela que trabalhar para uma empresa socialmente responsável pode motivar os empregados a agir de forma exatamente oposta em outras searas. Eles se tornam irresponsáveis, mais propensos a trapacear. Para os autores, o gesto de bondade deflagra uma espécie de crédito para praticar desvios em outros contextos.

      Mas, afinal de contas, todas as pessoas que doam trapaceiam? É atávico? Não necessariamente. A construção psicológica que diz que, “se fiz um bem, posso então relaxar e fazer algo errado” não é aplicada a todos, de modo incondicional. Há regras morais claras, muitas vezes jogadas para debaixo do tapete, mas que nunca deixam de incomodar, silenciosamente. Diz a psicóloga e professora Denise Ramos: “Nenhum corrupto é inconsciente. A pessoa sempre sabe o que está fazendo”. O nó, descoberto pelos professores de Chicago, é que, numa brincadeira com o batido adágio, assim como não há mal que dure para sempre, também não há bem que se eternize. É uma pena. Mas é humano, demasiadamente humano.

                                  (Natália Cuminale. Veja, 07.03.2018. Adaptado)

A passagem do texto caracterizada pelo emprego de palavras expressando ideias de modo categórico, sem admitir possibilidade de exceções, é:

Alternativas
Comentários
  • Imperativo Categórico:
    Age somente, segundo uma máxima tal, que possas querer ao mesmo tempo que se torne lei universal.


  • a questão quer saber de uma alternativa que expresse uma opinião do autor.

    alternativa D.

  • Gente, o que diabos é modo categórico?

  • Pessoal, o examinador que saber se você consegue identificar no texto as palavras que não tem espaçõ para alterações. Assim, as palavras: NENHUM/ SEMPRE, deixam claro que a alternativa só poderia ser a D.

     

  • Laureno Justiniano

    Modo categórico é uma afirmação absoluta, sem possibilidade de exceções.

  • Não entendi nada essa questão..

  • apesar de ter acertado a questão eu ñ sei se entendi o que o analisador quis perguntar... em fim, segue o baile.

  • adjetivo

    Indiscutível; que não aceita dúvidas; que não se consegue discutir.

    Taxativo; que restringe; que não admite resposta: chefe categórico.

    Definido; cujos limites foram demarcados, delimitados: projeto categórico.

    Relacionado com categoria, com a classe de pessoas ou coisas que são abrangidas ou citadas por um conceito: procedimento de teor categórico.

    Etimologia (origem da palavra categórico). Do grego kategorikós.é.ón.