SóProvas


ID
2893711
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Prefeitura de Sabará - MG
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   Estradas para a perdição?


      Numa época em que quase todo mundo carrega um GPS facílimo de operar no bolso ou na bolsa, imagens de satélite nunca foram tão banais. Dois toques na tela do celular são suficientes para que o sujeito consiga examinar uma representação mais ou menos realista e atualizada da Terra vista do espaço.

      Mesmo assim, uma forma inovadora de enxergar o nosso planeta, bolada por uma equipe internacional de cientistas, é capaz de deixar surpreso – e cabreiro – quem ainda tem um pouco de imaginação. O trabalho revela um globo retalhado por estradas, um “bolo planetário” cortado em 600 mil pedacinhos.

      Note, aliás, que essa estimativa do número de fatias separadas pela ação humana provavelmente é conservadora – ainda faltam dados a respeito de certas áreas, o que significa que o impacto global das estradas deve ser ainda maior.

      De qualquer jeito, se você achava que a Terra ainda está repleta de vastas áreas intocadas pela nossa espécie, pense de novo. A pesquisa, que acaba de sair na revista “Science”, indica que mais da metade dos pedaços de chão não atravessados por estradas têm área de menos de 1 km², e 80% desses trechos medem menos de 5 km² de área. Grandes áreas contínuas (com mais de 100 km²), sem brechas abertas especificamente para o tráfego humano, são apenas 7% do total.

      E daí? Decerto uma estradinha passando nas vizinhas não faz tão mal assim, faz? Muito pelo contrário, indica a literatura científica avaliada pela equipe do estudo, que inclui a brasileira Mariana Vale, do Departamento de Ecologia da UFRJ.

      Para calcular as fatias em que o planeta foi picado, Mariana e seus colegas utilizaram como critério uma distância de pelo menos 1 km da estrada mais próxima – isso porque distâncias iguais ou inferiores a 1 km estão ligadas a uma série de efeitos negativos das estradas sobre os ambientes naturais que cortam.

      Estradas são, é claro, vias de acesso para caçadores e gente munida de motosserras; trazem poluentes dos carros e caminhões para as matas e os rios; além de trazer gente, trazem espécies invasoras (não nativas da região) que muitas vezes deixam as criaturas nativas em maus lençóis. Considere ainda que estradas, em certo sentido, dão cria: a abertura de uma rodovia em regiões como a Amazônia quase inevitavelmente estimula a abertura de ramais secundários, dos quais nascem outras picadas, num processo que vai capilarizando a devastação. [...]

              (Reinaldo José Lopes. Folha de S. Paulo. 18 de dezembro de 2016.)

A expressão “um ‘bolo planetário’ cortado em 600 mil pedacinhos.” (2º§) apresenta a impressão do autor acerca da situação apresentada através do emprego de uma figura de linguagem que pode ser observada no exemplo dado em:

Alternativas
Comentários
  • Acertei, mas não entendi essa questão. kkkkk

  • Pensei q bolo planetário seria metáfora e pulmão da cidade seria personificação.

    Alguém sabe explicar?

  • Pensei que teria rolado uma Hiperbole, Mas foi uma mera impressão!

    seguir em frente, esse é o objetivo.

  • Acredito que a alternativa A "Suor do teu rosto"=trabalho, logo sinédoque.

  • Em "bolo planetário" há uma metáfora, bem como em "pulmões da cidade".

    Obs.: a personificação define a atribuição de características humanas a objetos, coisas inanimadas e a animais. Não por coincidência também é chamada de animismo. "Pulmão" é um órgão, e não um predicado humano, e, ainda que o fosse, tampouco seria de nossa exclusiva propriedade.

    Letra B

  • ‘bolo planetário’ (METÁFORA)

    “Comerás o pão com o suor do teu rosto.” *METONÍMIA

    “A urbanização está destruindo os pulmões da cidade.”*METÁFORA

    “Soube que é um pobre rapaz rico que não sabe nada da vida.”*PARADOXO

    “Continuando o desmatamento não sobrará uma sombra de pé.”*METONÍMIA

  • Olha, posso estar errado, mas interpretei da seguinte forma e acertei:

    1) Bolo planetário = Vários planetas juntos --> Troca do todo (vários planetas) pela parte (bolo planetário)

    2) Pulmões da cidade = Várias árvores --> Troca do todo (várias árvores) pela parte (pulmões - 2 só)

    Sendo assim, ambas as alternativas com sentido de metáfora.

    Se eu errei alguma coisa, mande mensagem no privado.

    Valeu!

    ---

    GABARITO: LETRA B.

  • A parte pelo todo é METONÍMIA

    O fragmento do texto trata de uma METÁFORA.

    Cuidado com o comentario do colega, raciocinou meio confuso.

    ;)

  • Na expressão:"...globo retalhado por estradas,um bolo planetário...",dá para estabelecer a ideia de uma comparação implícita.No caso,a metáfora.Contudo,posso estar equivocada,não descarto a possibilidade.A meu ver,no item "b",não há a ideia de comparação! Uma luz,caros colegas!

  • A questão diz: 

    “um ‘bolo planetário’ cortado em 600 mil pedacinhos.” - Ou seja, Como se fosse um bolo do Planeta Terra.

    = Metáfora: Designação de um objeto ou qualidade mediante uma palavra que designa outro objeto ou qualidade que tem com o primeiro uma relação de semelhança. Tipo de comparação em que o conectivo está subentendido.

    Obs.: Imaginem que o planeta Terra é um BOLO (como um bolo de aniversário) e as milhares de estradas cortam esse bolo em milhares de pedacinhos (como se houvesse 600 mil convidados e você fosse dar um pedaço do seu bolo de aniversário a cada um). 

    Atenção: a referência é APENAS ao Planeta Terra, não há referência à galáxia ou conjunto de planetas. 

    LETRA A) “Comerás o pão com o suor do teu rosto.” - Suor do teu rosto = trabalho.

    METONÍMIA: uso de uma palavra no lugar de outra que tem com ela alguma proximidade de sentido. Muito famoso o caso do uso do autor pela obra (parei para ler Machado), aqui foi usado o efeito pela causa. Observamos que a palavra trabalho foi substituída pela expressão “suor de teu rosto”. Podemos entender que o suor é o efeito, pois é a causa de muito trabalho. A pessoa compra o pão para comer com o dinheiro que ganhou pelo trabalho, que provoca o suor.

    LETRA B) “A urbanização está destruindo os pulmões da cidade.” - PULMÕES DA CIDADE = árvores (filtram os poluentes do ar da atmosfera e nos proporcionam mais oxigênio, como se fossem pulmões, assim como os nossos pulmões filtram o ar que respiramos e mandam oxigênio para as nossas células).

    METÁFORA

    LETRA C) “Soube que é um pobre rapaz rico que não sabe nada da vida.” - Pobre rapaz rico = um rapaz que tem dinheiro e é um coitado. 

    PARADOXO OU OXÍMORO: aproximação de palavras ou ideias de sentidos opostos em apenas um figura (Ex.: estou cego e vejo).

    LETRA D) “Continuando o desmatamento não sobrará uma sombra de pé.” - Sombra = árvores (são as responsáveis pela formação de sombras, com os seus galhos e folhas). 

    METONÍMIA: Aqui foi usado a parte pelo todo (a sombra é uma “parte” da árvore, por assim dizer). Não sobrará uma ARVORE de pé, não sobrará uma sombra (“parte pelo todo” também é chamado de sinédoque por alguns gramáticos - controverso).

    COMPLEMENTANDO:

    A metáfora estabelece, mesmo que não claramente, uma comparação. Sabemos que uma comparação está sendo feita apesar de não aparecerem os termos comparativos.

    Na Metonímia uma palavra é substituída por outra, quando os dois termos possuem uma proximidade de sentido. (Contiguidade). Ela pode ocorrer de várias formas no texto: autor pela obra, continente pelo conteúdo, causa pelo efeito (e vice-versa), lugar pelo produto, parte pelo todo, matéria pelo objeto, marca pelo produto, concreto pelo abstrato (e vice-versa).