SóProvas


ID
2893723
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Prefeitura de Sabará - MG
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   Estradas para a perdição?


      Numa época em que quase todo mundo carrega um GPS facílimo de operar no bolso ou na bolsa, imagens de satélite nunca foram tão banais. Dois toques na tela do celular são suficientes para que o sujeito consiga examinar uma representação mais ou menos realista e atualizada da Terra vista do espaço.

      Mesmo assim, uma forma inovadora de enxergar o nosso planeta, bolada por uma equipe internacional de cientistas, é capaz de deixar surpreso – e cabreiro – quem ainda tem um pouco de imaginação. O trabalho revela um globo retalhado por estradas, um “bolo planetário” cortado em 600 mil pedacinhos.

      Note, aliás, que essa estimativa do número de fatias separadas pela ação humana provavelmente é conservadora – ainda faltam dados a respeito de certas áreas, o que significa que o impacto global das estradas deve ser ainda maior.

      De qualquer jeito, se você achava que a Terra ainda está repleta de vastas áreas intocadas pela nossa espécie, pense de novo. A pesquisa, que acaba de sair na revista “Science”, indica que mais da metade dos pedaços de chão não atravessados por estradas têm área de menos de 1 km², e 80% desses trechos medem menos de 5 km² de área. Grandes áreas contínuas (com mais de 100 km²), sem brechas abertas especificamente para o tráfego humano, são apenas 7% do total.

      E daí? Decerto uma estradinha passando nas vizinhas não faz tão mal assim, faz? Muito pelo contrário, indica a literatura científica avaliada pela equipe do estudo, que inclui a brasileira Mariana Vale, do Departamento de Ecologia da UFRJ.

      Para calcular as fatias em que o planeta foi picado, Mariana e seus colegas utilizaram como critério uma distância de pelo menos 1 km da estrada mais próxima – isso porque distâncias iguais ou inferiores a 1 km estão ligadas a uma série de efeitos negativos das estradas sobre os ambientes naturais que cortam.

      Estradas são, é claro, vias de acesso para caçadores e gente munida de motosserras; trazem poluentes dos carros e caminhões para as matas e os rios; além de trazer gente, trazem espécies invasoras (não nativas da região) que muitas vezes deixam as criaturas nativas em maus lençóis. Considere ainda que estradas, em certo sentido, dão cria: a abertura de uma rodovia em regiões como a Amazônia quase inevitavelmente estimula a abertura de ramais secundários, dos quais nascem outras picadas, num processo que vai capilarizando a devastação. [...]

              (Reinaldo José Lopes. Folha de S. Paulo. 18 de dezembro de 2016.)

É possível constatar no texto o emprego de uma variedade linguística informal através das expressões “bolada” e “cabreiro”, por exemplo. Ocorre, porém, que também é possível reconhecer o emprego da variedade culta ultraformal da língua através da expressão vista no trecho:

Alternativas
Comentários
  • Todo mundo é um termo genérico e banalizado, o que o faz denotar informalidade. Não compreendi por que motivo a alternativa A é o gabarito.

  • Também não entendi!

  • "Facílimo".

  • Também não entendi, pra mim a letra correta é a letra D.

  • Eu não diria que o termo "facílimo" é um elemento de linguagem ULTRAformal.

    Eu achei que a alternativa mais formal seria a letra B, com o termo "conservadora". Um termo que é bastante utilizado no meio acadêmico para tratar de afirmações estatísticas, metodológicas, experimentais e etc caracterizando algo como tradicionalista, retrógrado, antiquado, moderado, prudente. Ou seja, afirmar que uma estimativa (provavelmente estatística) é conservadora não é algo que se é muito utilizado informalmente.

  • Nem eu! Vida Nova! Novo ciclo de vida irá começar!!!!!

  • Difícil achar o critério que a banca usou.

  • Gabarito Letra - A, vejamos:

    É facílimo de tornar uma prova objetiva em uma loteria, basta fazer questões como essa em que é necessário um "chute" para acertar.

  • Professores por favor comentem esta questão que não sei qual foi o critério dessa banca.

    Colegas de estudo por favor solicitem comentários dos professores pra tirarmos nossas dúvidas

  • Me chamou a atenção o termo "facílimo".

  • Questão mal feita!!!

  • O banquinha triste!! Não vejo o porquê não ser a D. Se for considerado todo o parágrafo (que inclusive não é o sexto e sim o quinto) td bem, porém só o trecho destacado para mim é o mais correto.

  • Como assim "variedade culta ultraformal da língua"?

  • Em todas as opções eu encontrei uma expressão que identifica uma linguagem mais informal. Somente na letra D que foi diferente, pois usou expressões formais. Solicitei comentário do professor.

  • a resposta da banca para considerar os recursos improcedentes:

    Recurso Improcedente. Ratifica-se a opção divulgada no gabarito preliminar. Trata-se de um uso restrito à variedade culta formal e mesmo ultraformal da língua, o emprego de facílimo – superlativo de fácil. Na alternativa “D) “[...] indica a literatura científica avaliada pela equipe do estudo, que inclui a brasileira 13 Mariana Vale, do Departamento de Ecologia da UFRJ.” (6º§)” não há ocorrência para tal característica assim como não ocorre também no trecho destacado na alternativa C) “[…] mais da metade dos pedaços de chão não atravessados por estradas têm área de menos de 1 km², […]” (5º§). Quanto ao conteúdo programático, o conhecimento dos níveis de linguagem existentes na língua portuguesa está vinculado à compreensão textual. Fonte:  Azeredo, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. Publifolha.  Bechara, Evanildo. Moderna gramática portuguesa.  Saconni, Luiz Antonio. Nossa Gramática Teoria e Prática. Ed. Atual

  • Alternativa letra "A"

    "Todo mundo" expressão informal

    "facílimo" adjetivo superlativo ( Norma culta)

    Os adjetivos superlativos dificilmente são vistos nos textos, sendo considerado ultra formal.