SóProvas


ID
2907748
Banca
FCC
Órgão
Prefeitura de Recife - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                 Mesopotâmia*


                         Perto de minha casa um rio

                         seguia rumoroso e pobre,

                         mas sempre havia quem buscasse

                         um seixo, um peixe, uma lembrança.


                         Eram meninos e eram homens

                         muito mais pobres do que ele,

                         curvados sobre a água escura

                         mesmo sob o sol de dezembro.


                          Pequenos caracóis, viscosos

                          abrigos de um destino só

                          na infância, a percorrer as léguas

                          de schistosoma e solidão.


                           À noite, eu pensava que o mundo

                           era composto só de rios

                           e de crianças que tentavam

                           a todo custo atravessá-los.


                           E ninguém me explicava nunca

                           que na verdade, em minha vida,

                           apenas um riozinho de águas,

                           sempre escassas, corria perto.

*Mesopotâmia: região entre os rios Tigre e Eufrates, considerada o berço da civilização.

(MELO, Alberto da Cunha. Poesia completa. Rio de Janeiro, Record, 2017) 

No contexto do poema, as águas escassas simbolizam

Alternativas
Comentários
  • gab: D

    A precariedade de recursos de uma comunidade negligenciada pelo poder público.

    Comunidade pobre vive próxima a um rio, possivelmente, poluído por falta de saneamento básico (daí a incidência da esquistossomose).

    "Pequenos caracóis, viscosos

    abrigos de um destino só

    na infância, a percorrer as léguas

    de schistosoma e solidão.

    (...)

     E ninguém me explicava nunca

     que na verdade, em minha vida,

     apenas um riozinho de águas,

     sempre escassas, corria perto".

    Bons estudos.

  • Não entendi onde o poema diz que há uma negligência causada pelo poder Público.

    Entendo que há uma precariedade e pobreza, mas não negligência estatal.

  • essa era para usar de poderes paranormais e vidência.. ok entendi

  • posso estar equivocada, mas é forçar a barra dizer descaso do poder público, extrapolação textual ...

  • Complicado, ora a banca quer que você extrapole o texto, ora não quer que extrapole.

    Clara extrapolação textual. "No contexto do poema, as águas escassas simbolizam" Será que simbolizar nos dá liberdade para extrapolar?

  • Pela leitura do texto com atenção é possível perceber que se fala de uma população pobre e deixada de lado pelo poder público quando diz: "Perto de minha casa um rio

    seguia rumoroso e pobre,

    mas sempre havia quem buscasse

    um seixo, um peixe, uma lembrança.

    Eram meninos e eram homens

     muito mais pobres do que ele,

     curvados sobre a água escura

     mesmo sob o sol de dezembro."

    Nota que esta falando de um esgoto a céu aberto, onde com certeza é um descaso total do governo Público.

  • Vunesp é uma MÃE perto dessa banca.

  • Errei pelo mesmo que muitos. A banca não tratou nenhum momento sobre o poder público. Lá se vai a prova que eu iria gabaritar Português.

    Se perceber pelo ponto de vista de alguns, que o RIO na verdade era um Esgoto a Céu aberto, dá para chegar à resposta.

    Não fui um desses que viu o Rio dessa forma. Eu vi o RIO como um RIO que passa por uma vila pobre, onde algumas crianças brincavam, e outros "pegavam peixes/refletiam observando ele".

    À noite, eu pensava que o mundo

    era composto só de rios

    e de crianças que tentavam

    a todo custo atravessá-los.

    ----------------------------

    mas sempre havia quem buscasse

    um seixo, um peixe, uma lembrança.

    ---------------------

    Mas mesmo assim não haveria uma resposta que cravasse esta interpretação.

  • Sacanagem

  • No contexto do poema, as águas escassas simbolizam

    Sempre leiam atentamente o que é pedido, já errei muita questão de bobeira até aprender.

    Percebe-se que o autor fala de uma comunidade pobre. E que quando criança ele imaginava que a realidade de todos era aquela, pois ninguém lhe contou as desigualdades do mundo. Ele cita riozinhos de água escassa e doenças que percorrem léguas. Claramente, uma região precária.

    Excelente texto e questão.

    Gab. D

  • Eu ia na D, mas achei extrapolação demais.

    Essa questão deveria ser anulada, pois para eliminar candidato não precisa colocar questões onde a pessoa tenha que ficar adivinhando, o que o examinador quer ou deixa de querer

    uma questão dessa só na sorte, pois eu estudo para concurso não é para ser a substituta do Chico Xavier.

  • Concordo com os posicionamentos da Wilma Rosane. Tbm ia na letra D.

  • Mesopotâmia pq de um lado...

    está esse riozinho (na vdd um esgoto a céu aberto na porta da casa) = precariedade de recurso

    doutro está a divisão social criada numa comunidade onde o Estado não se faz presente = negligência do Estado

  • É nesse momento da prova que o fiscal entrega um pacotinho de Cannabis para cada candidato

  • Galera, há um milagre nas palavras do primeiro parágrafo do poema: Existia peixe em um canal de esgoto?

    O avaliador dessa vez exagerou nas ideias!! rsrsrsrs

  • Para mim foi pura extrapolação da banca, pois em nenhum momento o poema aborda que há uma precariedade de recursos de uma comunidade negligenciada pelo poder público.

    Digna de recurso.

    Não temos que fazer suposições subjetivas em textos desse tipo, pois cada um imagina o que quiser.

  • Concordo com o ponto de vista de todos, pois também errei. Mas fiquei analisando, apesar de ainda achar as alternativas de má-fé. Então foquei no que ele pediu, que foi a simbolização de águas escassas, ou seja, sinônimo, e precário é sinônimo de escasso. E o texto deixa bem explicito que a comunidade era pobre:

     Eram meninos e eram homens

    muito mais pobres do que ele

    então o governo não investia para o desenvolvimento do lugar.

    Bom esse foi meu entendimento, mas muito e muito depois de ter xingado bastante a banca e o bendito que elaborou essa qst.

  • Marquei letra B, mas entendi que subserviência é adulação, servir de modo humilhante, etc. Logo estrapola demais a questão. A que melhor responde, mesmo abrindo possibilidade de divergência, é a letra D.

  • Melhor do que a resposta são as suas justificativas. Talvez o Chico Xavier pudesse responder facilmente a questão.

  • Bha a FCC forçou nessa questão, eu com certeza recorreria

  • Muita maconha envolvida? Acho que não. Mas uma coisa é fato: essa questão não faz sentido.

  • Só fumando um baseado á beira desse rio pra poder entender a pergunta kkk

  • Questão sem resposta plausível.

    A letra B a pobreza do sujeito poético, que se revolta contra a subserviência de seus pares.

    NÃO HÁ SUBSERVIÊNCIA NO CONTEXTO

    A letra D a precariedade de recursos de uma comunidade negligenciada pelo poder público.

    NAO TEM ELEMENTOS SUFICIENTES PARA AFIRMAR QUE NEGLIGÊNCIA ADVÉM DO PODER PÚBLICO

  • Questão sem resposta plausível.

    A letra B a pobreza do sujeito poético, que se revolta contra a subserviência de seus pares.

    NÃO HÁ SUBSERVIÊNCIA NO CONTEXTO

    A letra D a precariedade de recursos de uma comunidade negligenciada pelo poder público.

    NAO TEM ELEMENTOS SUFICIENTES PARA AFIRMAR QUE NEGLIGÊNCIA ADVÉM DO PODER PÚBLICO

  • "...comunidade negligenciada pelo poder público."???? Heim? De onde veio isso???

  • Piada, na dúvida, vá na mais politicamente correta.

  • Ao longo do texto, o poeta fala sobre sua relação com rio que faz parte do seu cotidiano:

    Perto de minha casa um rio

    seguia rumoroso e pobre, (linhas 1 e 2)

    Aqui ele dá pistas sobre a condição do "rio" do bairro dele

    Eram meninos e eram homens

    muito mais pobres do que ele,

    curvados sobre a água escura

    mesmo sob o sol de dezembro.

    Nesse trecho, percebemos que as pessoas que moram ao redor do rio que já não oferece nada se encontram numa situação de vulnerabilidade. O verso "curvados sobre a água escura/mesmo sob o sol de dezembro" reforça a ideia que o rio não tem o tratamento ambiental adequado, pois estamos no verão e o rio, a princípio, não está em sua vazão máxima

    Depois fala de alguns organismos que ainda sobrevivem e de doenças que são reproduzidas pelo contato com a água imprópria pro consumo

    E nas duas últimas estrofes, há uma metáfora do símbolo do rio tal como nós conhecemos (fartura, correntes d'água volumosas em torrentes infinitas) e que faz parte da imaginação dele. Do outro lado, há a constatação de que o rio que faz parte da vida do poeta é um rio de água escassa, que na verdade é um canal mal tratado que existe em sua vizinhança.

    É um texto que oferece múltiplas interpretações, mas dentre as alternativas, a D é a que mais se encaixa na resposta certa.

    Qualquer problema no comentário acima, é só avisar.

    GABARITO: D

  • Pior de tudo é perder tempo de estudo numa questão como essa.

  • Aí não! Né FCC!!

  • A estrofe final do poema dá a entender que somente o autor não dava valor a algo que as pessoas ao redor dele davam. Nisso, não encontrei nenhuma alternativa que se encaixasse no comando da questão. Marquei a letra b) por acreditar que o problema poderia ser a revolta do eu-poético em ver as pessoas acomodadas àquela situação. Forcei a barra ne, mas dizer que o problema é a precariedade de recursos (as pessoas pescam por vários motivos, inclusive passatempo; mesmo em rios muito urbanizados é possível contrair doenças) e o poder público (?????) quando nada no texto indica isso, também é forçar a barra.

  • Totalmente subjetivo. Como vou adivinhar q o examinador tratava sobre o Poder Público, visto que não há citação dele no texto. Sem sentido...

  • A figura das águas escassas está associada contextualmente à carência vivida pelo eu-lírico. Podemos associar essa carência aos poucos recursos com que vivem os moradores de uma pobre comunidade.

    Resposta: D

  • Poder público? Onde? pqp

  • A figura das águas escassas está associada contextualmente à carência vivida pelo eu-lírico. Podemos associar essa carência aos poucos recursos com que vivem os moradores de uma pobre comunidade.

    D

  • Não sei o que é pior; ter que engolir essas questões "nada a ver", sem qualquer lógica, ou ter que ver essas explicações forçando a barra para justificar o gabarito.

  • que viagem esse gabarito

  • Não tem nada falando sobre poder público, gente gabarito "sorte", absurdo.

  • FCC brincando de FGV

  • Faça isso na sua redação e nos diga que nota atingiu.

    rs