A obrigatoriedade do ensino da história da África nas redes de ensino no Brasil confronta o universo
docente brasileiro com o desafio de disseminar um conjunto de singularidades num curto espaço de
tempo, por meio de uma gama de conhecimentos multidisciplinares sobre o mundo africano. Aprofundar
e divulgar o conhecimento sobre os povos, as culturas e as civilizações do continente africano, antes,
durante e depois da grande tragédia dos tráficos negreiros transaariano, do mar vermelho, do oceano
Índico (árabe-mulçulmano) e do oceano Atlântico (europeu), e sobre a subsequente colonização direta
desse continente pelo Ocidente a partir do século XIX, são tarefas de grande envergadura para o
profissional docente. Portanto, no contexto da história geral da humanidade, a África apresenta em
planos diversos um conjunto de impressionantes singularidades que remete ao professor interpretações
conflituosas, quando não contraditórias, e é por causa dessas, dentre as muitas, singularidades que acaba
sendo imprescindível, no decorrer das atividades de ensino, adotar uma abordagem transversal,
transdisciplinar e de longa duração baseada numa dupla diacronicidade, as quais, respectivamente, são: