Lev Semyonovich Vygotsky foi um psicólogo bielo-russo,
proponente da Psicologia cultural-histórica, pioneiro no conceito de que o
desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações
sociais e condições de vida.
Vygotsky
propunha a existência de dois níveis de desenvolvimento infantil: o real, que
engloba as funções mentais que já estão completamente desenvolvidas,
habilidades e conhecimentos adquiridos pela criança, representado pelo que uma
criança realiza sozinha; e o proximal, caraterizado por aquilo o que ela
conseguiria fazer ou alcançar com a ajuda de um colega ou do próprio professor.
A essa distância entre as práticas que uma criança já domina e as atividades
nas quais ela ainda depende de ajuda, o autor deu o nome de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP).
E este conceito justamente o apresentado no gabarito da questão. Para Vygotsky,
o caminho entre os dois pontos de desenvolvimento, ou seja a ZDP pode ser vencido
por meio da interação e da troca de experiências.
Com base nesse conceito, poderíamos encontrar a resposta à questão, porém trago
aqui a referência bibliográfica utilizada onde poderemos encontrar os erros das
demais alternativas.
Tatiana
de Freitas Ordonhes de Mello, em sua tese “Da Mediação do Professor às Medidas
dos Sujeitos – Adultos e Crianças – na Educação Infantil", apresenta esse mesmo
conceito descrito pela Secretaria Municipal de Educação do Estado do Rio de
Janeiro:
- “o
processo de constituição de conhecimentos passa a ter uma importância
vital, e, portanto, dever ser considerado tão importante quanto o produto
(avaliação final);
- o
papel do professor muda radicalmente, a partir dessa concepção. Ele não é
mais aquele professor que se coloca como centro do processo, que “ensina"
para que os alunos passivamente aprendam; tampouco é aquele organizador de
propostas de aprendizagens que os alunos deverão desenvolver sem que ele
tenha que intervir. Ele é o agente mediador deste processo, propondo
desafios aos seus alunos e ajudando-os a resolvê-los, realizando com eles
ou proporcionando atividades em grupo, em que aqueles que estiverem mais
adiantados poderão cooperar com os demais.
- Nesta perspectiva, rompe-se
com a falsa verdade de que o aluno deve, sozinho, descobrir suas
respostas; de que a aprendizagem é resultado de uma atividade individual,
basicamente intrapessoal. Aquilo que o aluno realiza hoje com a ajuda dos demais,
estará realizando sozinho amanhã;
- a
aprendizagem escolar implica apropriações de conhecimentos, que exigem
planejamento constante e reorganização
contínua e experiências significativas para os alunos.
- A
reorganização das experiências de aprendizagem devem considerar o quanto
de colaboração o aluno ainda necessita, para chegar a produzir
determinadas atividades, de forma independente. Desta forma o professor poderá avaliar, durante o processo, não
somente o nível das propostas que estão sendo feitas, mas, sobretudo, o
nível de desenvolvimento real do aluno – revelado através da produção independente
– bem como o seu nível de desenvolvimento proximal – onde ainda necessita
de ajuda. Chega-se assim, a um conhecimento muito maior da realidade
do aluno, do “curso interno de seu desenvolvimento", tendo condições de
prever o quanto de ajuda ainda necessita, e como se deve reorientar o
planejamento para apoiar este aluno;Com suas intervenções estará
contribuindo para o fortalecimento de funções ainda não consolidadas ou para abertura
de zonas de desenvolvimento proximal.
- Para que todo este processo
tenha condição de se consolidar, o diálogo deve permear constantemente
o trabalho escolar; para Vigotski a linguagem é a ferramenta psicológica mais importante;
- Desta maneira é possível
verificar não apenas o que o aluno é num dado momento, mas o que pode
vir a ser;
- Rompe-se
com o conceito de que as turma devem ser organizadas buscando-se uma
homogeneidade".
O
trabalho pode ser acessado na íntegra em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=12368@1&msg=28
GABARITO: C