SóProvas


ID
2924575
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Monte Alto - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                 Fim do mundo ‘físico’


      Meu amigo Daniel Chomski, dono do sebo Berinjela, no Rio de Janeiro, surpreendeu-se outro dia usando uma expressão que, em anos de trato com livros, nunca lhe ocorrera pronunciar: “livro físico”. E caiu em si no ato: por que livro “físico” se, até então, todos os livros que haviam passado por suas mãos eram apenas livros - objetos físicos - e não havia motivo para aquele apêndice boboca?

      É claro que Daniel sabe a resposta e eu também. De algum tempo para cá, as pessoas têm falado de “livro físico” para diferenciá-lo do livro que, a poder de dois ou três cliques, sai de um lugar não sabido do ciberespaço e desembarca numa tabuleta eletrônica chamada, em português castiço, “tablet” - o e-book, ou livro eletrônico, que se lê mais com os dedos do que com os olhos. Considerando-se que o livro “físico”, de papel, existe há cerca de 1500 anos, deveria ter o direito de continuar sendo apenas e somente livro, não? Mas não é o que acontece.

      O mesmo está acontecendo com o CD, o “disco físico” - que, ironicamente, passou a se chamar assim em pleno processo de extinção física -, em contraposição à música que também sai de qualquer lugar e nos entra pelas orelhas quase sem depender de intermediário.

      E, idem, com o “filme físico”, o DVD, prestes a se tornar um objeto tão pré-histórico quanto uma mandíbula de pterodáctilo.

      Há pouco, vi pela primeira vez alguém pagando as compras com o celular num supermercado sem caixas. É quase certo que, em breve, as últimas moças que ainda conservarem seus empregos serão chamadas de “caixas físicas”. E o “dinheiro físico” também ameaça deixar de ser impresso, tal o número de pessoas que hoje pagam até uma bala Juquinha com o cartão.

      Imagino que, um dia, as pessoas “físicas”, tipo você e eu, também deixaremos de existir. Mas isso é problema de vocês.

(Ruy Castro. Folha de S.Paulo, 28.12.2018. Adaptado)

A previsão do autor sobre o surgimento constante de novas tecnologias eletrônicas aponta como uma das consequências desse processo

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    "a utilização desses recursos também para gradualmente substituir pessoas no desempenho de atividades laborais."

       Há pouco, vi pela primeira vez alguém pagando as compras com o celular num supermercado sem caixas. É quase certo que, em breve, as últimas moças que ainda conservarem seus empregos serão chamadas de “caixas físicas”. E o “dinheiro físico” também ameaça deixar de ser impresso, tal o número de pessoas que hoje pagam até uma bala Juquinha com o cartão.

    Força, guerreiros(as)!!

  • (E)


    "Há pouco, vi pela primeira vez alguém pagando as compras com o celular num supermercado sem caixas. É quase certo que, em breve, as últimas moças que ainda conservarem seus empregos serão chamadas de “caixas físicas”. E o “dinheiro físico” também ameaça deixar de ser impresso, tal o número de pessoas que hoje pagam até uma bala Juquinha com o cartão.

    Imagino que, um dia, as pessoas “físicas”, tipo você e eu, também deixaremos de existir. Mas isso é problema de vocês."


    #QC, FAVOR MANTER A VERSÃO ANTIGA DO SITE#

  • esse texto serve para uma reflexão sobre o mundo em que vivemos. realmente, o que acontecerá com vários empregos que serão subistutuidos por computadores?

  • Cara, não leio a Folha por considerá-la um dos maiores meios de desinformação do país. Mas desde já nota-se que esse Ruy Castro é deveras provinciano. Já é o segundo texto que leio dele no qual ele trata a tecnologia como se fosse o "mal do século". Caia na real bixo. Ou melhor, "aceita que dói menos".

    Velho mimizento.

  • gab. E

  • Gabarito (e).

    Off-topic: típica questão que não precisa ler o texto para responder.