Willian Ronald D. Fairbairn desenvolveu sua obra do final
dos anos 20 até o começo da década de 50 do século XX, escrevendo, de 1940 a
1951, a Teoria das Relações Objetais da Personalidade, na qual faz revisões
teóricas e propõe novos entendimentos à constituição psíquica.
O pensamento de Fairbairn desenvolveu-se no sentido da
formulação de uma estruturação psíquica egóica cindida. E, diferentemente, da
Teoria da libido de Freud, para ele, a intensa dependência do objeto - e a
qualidade deste para responder às necessidades mais fundamentais e básicas - é
o que determina a constituição psíquica e o desenvolvimento da personalidade. É
a partir das relações objetais, de incorporações e identificações que a
personalidade vai se estabelecendo e se configurando.
Entretanto, as relações com os objetos primitivos são sempre
insatisfatórias em alguma medida, já que eles não conseguem ser completamente
responsivos e atender a todas as necessidades do indivíduo. E é justamente esta
impossibilidade de satisfação completa das necessidades na relação objetal que,
para o autor, acaba levando à forma esquizóide de estruturação.
Inicialmente, a criança depende radicalmente de seu objeto
para assegurar sua sobrevivência, bem-estar físico e psicológico. Em um estado
de tamanha dependência dos objetos, dificuldades com eles são percebidas e
registradas como uma ameaça de perda do próprio ego.
Podemos pensar que Fairbairn debruça-se sobre as patologias
da autoconservação, ao invés da busca do prazer; e elas se dando nas relações
com os objetos e não no conflito da autoconservação com as pulsões libidinais.
GABARITO: A
Gab. A
Diferentemente da concepção de Freud que considerou a relação do objeto principalmente com a pulsão sexual, os teóricos das relações objetais consideram as relações interpessoais entre esses objetos. Há, portanto, ênfase no contexto social e ambiental na formação da personalidade, destacando como principal influência a interação entre mãe e filho. A existência das relações interpessoais indica que a construção da personalidade na infância se estabelece de forma mais precoce do que Freud idealizava.
Fonte:
Psicanálise e as relações objetais.
Cadernos de Graduação - Ciências Biológicas e da Saúde | Maceió | v. 1 | n.3 | p. 57-66 | nov. 2013