1. O tempo lógico
Tratam-se de três estágios, no chamado “tempo lógico” de Lacan (1964):
O instante de ver, que seria algo próximo ao insight ou revelação;
O tempo para compreender, que é o andamento necessário da elaboração ou construção;
O momento de concluir.
Conforme o próprio Lacan (1964, p.1718):
Para discernir o que é o tempo lógico, há que partir do seguinte: a bateria significante está dada desde o começo. Sobre esta base deve-se introduzir dois termos, requeridos, como veremos, pela função da repetição: Willkür, o acaso, e Zufall, a arbitrariedade, assim Freud examina que consequências têm para a interpretação dos sonhos o acaso da transcrição e a arbitrariedade das conexões – por que algo se relaciona com isto e não com qualquer outra coisa?
Note-se que, para elucidar o tempo lógico, Lacan traz a questão da repetição, um conceito que envolve em si mesmo um espaço-tempo, uma vez que o que se repete é uma coisa que requer um tempo para reincidir.