Dono de uma singular habilidade, acima de tudo, o jesuíta empenha-se em atribuir superioridade à monarquia lusitana.
O empenho de Antônio Vieira passa pelo reforço do papel do Estado. Basicamente, o que importa é a ordenação e a hierarquização do modelo monárquico de poder.
A afirmação profética do Quinto Império é parte essencial da argumentação de Vieira. Há uma destinação que envolve o convencimento de todos a participar e empregar tempo e capital no Reino Português, pois, como espero ter demonstrado, apenas a este Estado estava prometido um papel compatível com o futuro previsto por sua crença.
Padre Antônio Vieira propunha ao rei português conceder a recepção e permanência de judeus em Portugal, visando “deslocar para sua pátria as fabulosas fortunas daqueles” que haviam migrado para outras regiões devido à perseguição sofrida durante a dinastia de Avis, especialmente no reinado de D. Manuel.
Essa proposta demonstra que Vieira seria um adepto do mercantilismo e que o sucesso econômico de Portugal estava atrelado ao seu destino enquanto Quinto Império.