SóProvas


ID
29557
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2008
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Ao chegar ao fim, a Segunda Guerra Mundial desvelava um
novo cenário mundial. Ao declínio europeu e à emergência de
um sistema internacional bipolar, soma-se o movimento de
independência na Ásia e na África. Relativamente a esse
processo de descolonização, julgue (C ou E) os itens que se
seguem.

As semelhanças verificadas na descolonização de regiões distintas, como a África Negra, o Magreb, o Sudeste Asiático, o Oriente Próximo e o Extremo Oriente, explicam-se pela uniformidade da ação imperialista nessas áreas.

Alternativas
Comentários
  • O fim da Segunda Guerra Mundial fomentou o processo de descolonização afro-asiático. Nas colônias localizadas na Ásia, formaram-se movimentos de guerrilha que oscilavam desde o nacionalismo anticolonial até formas socialistas. Nas colônias situadas no norte África, emergiu o nacionalismo árabe. Na África subsaariana, notadamente nas colônias portuguesas, o processo de descolonização foi mais tardio (década de 1970 em diante) e marcado por fortes influências das ex-metrópoles.
  • No artigo abaixo, o autor indiano chega a conclusão de que, embora Índia, Paquistão e Sri Lanka provinham da mesma matriz colonial (Reino Unido), os três países tiveram processos de descolonização totalmente diferentes. Nesse sentido, Bose (2004) enfatiza a necessidade de se estudar comparativamente não apenas State-building, mas também Nation-building.

    BOSE, Sumantra. Decolonization and State Building in Asia. Journal of International Affairs, n. 58, v. 1, 2004, p. 95-113. Disponível em: <http://www.himalayancrossings.com/pdf/course/resource/decolonization_and_state_building.pdf>. Acesso em: 5 set. 2013.


  • Gabarito: Errado.

    Referência: VISENTINI, Paulo Fagundes. Manual do candidato : história mundial contemporânea (1776-1991) : – 3. ed. rev. atual. – Brasília : FUNAG, 2012. Guerras e revoluções na Ásia e no Magreb- -Machrek, pág. 194.

    O movimento de descolonização ocorreu em três grandes ondas cronologicamente subsequentes, com características políticas e implantação geográfica específica. A primeira delas ocorreu nos anos imediatamente subsequentes à guerra e no início dos anos 1950 na Ásia Oriental e Meridional, onde se deu a luta contra o Japão e o maior enfraquecimento do colonialismo europeu. Nessas regiões o movimento de emancipação nacional foi marcado por grandes enfrentamentos armados e revoluções, adquirindo predominantemente um conteúdo socialista (China, Coreia e Vietnã) ou fortemente nacionalista (Índia e Indonésia). No início da década de 1950, o epicentro do processo de descolonização deslocou-se para o mundo árabe (Magreb-Machreck), onde o conteúdo dominante foi o nacionalismo árabe de perfil reformista (Egito, Iraque, Argélia) até a passagem dos anos 1950 aos 1960. A partir desse momento, a África Negra, ou subsaariana, tornou-se o centro de uma descolonização grandemente controlada pelas ex-metrópoles europeias, adquirindo fortes contornos neocolonialistas. Até a segunda metade dos anos 1960, a maioria dos países da África Tropical havia obtido a independência. Restaram os regimes de minoria branca e as colônias portuguesas da África Austral, cujo processo de emancipação foi mais violento e radical, estendendo-se da década de 1970 até o início da de 1990. Esta, contudo, seria uma fase particular.”