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ID
2964760
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
UFPB
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Um dos fenômenos descritos pela técnica psicanalítica acontece quando o terapeuta, durante a sessão, fica confuso, com uma hipertrofia ou atrofia de seus desejos, com a memória atrapalhada e, por conseguinte, com um prejuízo de sua capacidade perceptiva em função de ataques aos vínculos deferidos pelo inconsciente do paciente. Assinale a alternativa que corresponde a esse fenômeno.

Alternativas
Comentários
  • nunca ouvi falar de contraresistencia

  • nunca ouvi falar de contraresistencia

  • onde está isso na literatura?

  • Como assim contraresistência?

  • Sacanagem!

  • Gab: B) Contrarresistência.

  • Como assim?

  • ...No modelo relacional a resistência reflete a luta do paciente entre padrões relacionais antigos e novos, entre ligações adesivas a objetos insatisfatórios (reativados nas interações transferenciais/contratransferenciais com o analista) e a possibilidade de novas formas de relacionamento que paciente e analista lutam para descobrir. Uma vez que o analista é profunda e conflituosamente responsivo às angústias transferenciais do paciente, sempre há no paciente e no analista uma contrarresistência complementar a procurar e encontrar novas maneiras de se envolverem mutuamente.

    FONTE: ARTIGO: Psicanálise relacional contemporânea da pulsão para a relação

  • Primeiro vez que vejo Contrarresistência, acho que preciso estudar mais .......

  • Não existe contrarresistência nem contratransferência na Psicanálise. O que é dito como contratransferência na verdade se diz como transferência do analista. Complicado estudar Psicanálise e ver estes termos sendo usados de maneira errada.

  • A resistência é um conceito fundamental para a psicanálise, estando presente em quase todos os textos freudianos e permeando todo o processo de análise. Está implicada numa série de fenômenos relacionados aos conflitos intrapsíquicos, mas também aos que dizem respeito à relação intersubjetiva. Caracteriza-se pelo conjunto das reações de um analisando cujas manifestações, no contexto do tratamento, criam obstáculos ao desenrolar da análise; tudo aquilo (atos e palavras) que o analisando faz uso para impedir o acesso do analista ao seu inconsciente.

    Do mesmo modo poderemos pensar no funcionamento de uma resistência que acontece também para o psicanalista: a contrarresistência. Tal fenômeno se apóia no processo transferencial e se encontra a ele ligado de maneira sempre presente, causando confusão e prejudicando a capacidade de memorização e percepção do analista, o que produz os conhecidos “pontos cegos", existentes dentro da fantasmática que pertence ao sujeito psíquico do psicanalista.  Todo cuidado é devido a esse fenômeno; questão sempre atuante dentro do setting, algo com o qual se deva estar ocupado todo tempo, uma vez que, assim como a resistência que atua a partir do analisando, ela poderá se apresentar de maneiras absolutamente disfarçadas, até pelo psicanalista bondoso que acolhe, cuida, ajuda etc ou ainda por aquele que leva o conceito de neutralidade ao seu limite máximo. Surge no intuito de favorecer muito mais as necessidades narcísicas do analista, do que o trabalho analítico em si. E não deverá ser encarada como ocasional, pois a cada nova intervenção do analista ela, de alguma maneira, tentará se fazer presente e entender isso é dar amplitude ao trabalho que acontece ali entre o divã e a poltrona do psicanalista.

    Deixo aqui o artigo de Denise Deschamps que apresenta uma discussão à respeito do assunto: http://www.redepsi.com.br/2007/09/19/trabalhando-com-a-resist-ncia-t-cnica-psicanal-tica-ii/


    GABARITO: B

  • "5) Contra-resistência (...) . Um dos fenômenos descritos pela técnica psicanalítica acontece quando o terapeuta, durante a sessão, fica confuso, com uma hipertrofia ou atrofia de seus desejos, com a memória atrapalhada e, por conseguinte, com um prejuízo de sua capacidade perceptiva em função de ataques aos vínculos deferidos pelo inconsciente do paciente.” (Zimerman, 2008, p.106)

    ZIMERMAN, David E. Manual de Técnica Psicanalítica: Uma revisão. Porto Alegre: Artmed, 2008.

    https://books.google.com.br/books?id=-fYucRtHTHMC&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q=106&f=false

    (Achei no Google Livros na página 106, item 5)

  • NUnca escutei falar desse termo, esse zimerman cria muitos conceitos e distorce muita coisa, complica é pra gente. Lacan fala que justamente que a resistência sempre é do analista, mas nunca inventou-se esse termo contraresistência.

  • Vdd, mas as bancas adoram ele (Zimerman). Tem esse conceito no livro Fundamentos das Grupoterapias tamb, acho que o livro é de 1993.

  • Livro Manual de Técnica Psicanalítica: Uma re-visão

    Capítulo 9 - Contra-resistência. Os Conluios Inconscientes

    A contra-resistência chegou a ocupar um significativo espaço na literatura psicanalítica, como pode ser constatado nas vezes em que Racker (1960) emprega o termo e nas conceituações que ele faz acerca deste fenômeno, em seu consagrado livro sobre técnica psicanalítica. Gradativamente, os autores foram deixando de abordar e de nomear diretamente a presença das manifestações da contra-resistência, talvez pela possibilidade de que as considerassem enquadradas no fenômeno da contratransferência. Não há dúvida quanto ao fato de que os fenômenos de resistência e transferência – e por conseguinte, os de contra-resistência e contratransferência – estão intimamente conectados, como Freud estudou exaustivamente; não obstante, acompanhando muitos autores, também entendo que existe uma nítida diferença conceitual, sendo útil estudar e nomeálos separadamente.

    5. Contra-resistência. A distinção que estamos propondo, entre o que se trata de uma “resistência própria do analista” e de uma “contra-resistência”, em razão da influência do analisando por meio de uma carga de identificações projetivas que inundam a mente do analista, pode ser exemplificada com a maneira de como o terapeuta utiliza aquilo que Bion chama de uma mente saturada por “memória, desejo e ânsia de compreensão”. Assim, pode acontecer que o analista, durante a sessão, fique confuso, com uma hipertrofia ou atrofia de seus desejos, com a sua memória atrapalhada e, por conseguinte, com um prejuízo de sua indispensável capacidade perceptiva, em razão dos “ataques aos vínculos perceptivos” (Bion, 1967) desferidos pelo inconsciente do paciente, de tal sorte que ele pode ficar enredado no jogo resistencial deste último. Tal condição caracteriza um estado de contra-resistência. A mesma pode estar a serviço de uma sutil resistência de certos pacientes, a qual consiste no fato de em vez de atacar a sua própria percepção de verdades intoleráveis, consegue o mesmo resultado, fazendo com que se multipliquem as resistências de seu analista.

  • Resposta B.

    Realmente é um termo desconhecido para muitos, visto que na graduação não se tem acesso a esse termo.

    Questão difícil, requer cuidado ao estuda-lo, aliás, devemos levar em conta os autores que cada Banca utiliza para fundamentar e basear suas questões. O perfil da Banca é fundamental ao se preparar para uma prova.

  • Entao se eu marcasse letra D e entrasse com um recurso, a banca teria que anular a questao dado que existe essa possibilidade de duas respostas né? A resposta de zimerman e a resposta mais usual vista por nos dentro da academia.

  • Nao brigar com a banca. Também nunca tinha ouvido falar desse termo, só contratransferencia. Seguimos...

  • Na verdade, percebo que o conteúdo trabalhado por Zirmerman é pouco visto em nossa formação e, portanto, desconhecido. Há muitos conceitos trabalhados pelo autor que eu nunca nem vi...