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ID
2964778
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
UFPB
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Sobre os momentos do diagnóstico em psicopedagogia clínica, assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • MOMENTOS DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO CLÍNICO

    1. MOTIVO DA CONSULTA

    Objetivos:

    Identificar o sintoma NA e PARA a família.

    Buscar, nas entrelinhas do discurso da família, nos atos falhos e nos lapsos, dados significativos que o inconsciente deixa escapar

     

    2. HORA DO JOGO

    Objetivos:

    Investigar a modalidade de aprendizagem do paciente.

    Compreender o pensamento da criança, seus sentimentos, sua forma de entender o mundo.

    Observar o processo da construção simbólica da criança.

    Observar e analisar as noções operatórias já construídas.

     

    3. HISTÓRIA VITAL

    Objetivos:

    Reconstruir a história da criança.

    Identificar a modalidade assimilativo-acomodativa do sujeito.

    Identificar possíveis fraturas no desenvolvimento da criança.

    4. PROVAS PROJETIVAS

    Objetivos:

    Investigar a relação do sujeito com a aprendizagem nos diferentes espaços em que convive, que servem de modelo e que podem influenciar negativa ou positivamente a aprendizagem.

    Confirmar hipóteses anteriores coletadas em outros momentos do diagnóstico.

    5. PROVAS OPERATÓRIAS

    Objetivos:

    Identificar o nível da estrutura cognoscitiva do sujeito.

    6. CONSTRUÇÃO DE LINGUAGEM ESCRITA E LECTO-ESCRITA – PRODUÇÃO TEXTUAL

    Objetivos:

    Situar em que etapa do desenvolvimento da lectoescrita se encontra o sujeito (também ortográfico).

    Identificar os níveis de interação do sujeito nos processos de leitura e escrita (também textual).

    Analisar as relações entre o pensamento e a linguagem na história do sujeito (desenvolvimento).

    Analisar a construção da função semiótica.

    Buscar relações com a história vital, hora do jogo e provas operatórias.

    7. CONHECIMENTO LÓGICO MATEMÁTICO

    Objetivos:

    Identificar as hipóteses da criança e a estrutura cognitiva que a sustenta, construídas a partir das experiências vivenciadas no seu cotidiano.

    Identificar as estruturas operatórias subjacentes à construção numérica.

    8. CORPO E MOVIMENTO

    Objetivos:

    Estar atento para as manifestações corporais da criança.

    Observar a capacidade de integração e maturidade neuromotora, sua noção evolutiva do esquema corporal, suas realizações práxicas e o tônus muscular.

    Intercruzar todos os fatores já mencionados para realizar uma leitura global do sujeito.

     

    9. DEVOLUÇÃO

    Objetivos:

    Resgatar a criança como sujeito aprendente.

    Ressignificar o lugar do sujeito na família como sujeito aprendente.

    Consolidar o enquadre, estreitando o vínculo terapêutico da família.

    FONTE: Percursos Psicopedagógicos - Entre o saber e o fazer (KOPZINSKI)

  • Ito de Sá, em seu trabalho de conclusão de curso intitulado “A Psicopedagogia da Nova Geração", faz um profundo apanhado dessas ferramentas psicopedagógicas citadas na questão.

    As provas projetivas aplicadas pelo profissional de psicopedagogia estão diretamente vinculadas à aprendizagem, pois  visa procurar aclarar quais são os componentes do aprendiz guardados nos objetos que passam a permanecer como apoio na identificação e que estrutura opera perante uma instrução que façam o aprendente a representar em situações estereotipadas e impregnadas emotivamente. Geralmente aplicadas em forma de desenhos, trazem elementos para reflexão diagnóstica buscando confirmar hipóteses levantadas em outros momentos do diagnóstico.

    As provas operatórias têm como principais objetivos determinar o grau de aquisição de algumas noções-chaves do desenvolvimento cognitivo, detectando o nível de pensamento alcançado pela criança, ou seja, o nível de estrutura cognoscitiva com que opera. Constitui-se em um momento de investigação psicopedagógica, possibilitando identificar o nível da estrutura cognoscitiva do sujeito. Possibilitam ao psicopedagogo organizar atividades onde o sujeito possa avançar em seu pensamento cognitivo Com o objetivo de conhecer os estágios do pensamento do sujeito e contribuir no processo diagnóstico, as provas operatórias avaliam a forma como o paciente apresenta as respostas que vão fornecer dados avaliando as suas aprendizagens. Desta forma, a memória, o conhecimento, o raciocínio e a percepção, são instrumentos utilizados pelo sujeito para analisar situações da vida cotidiana.

    Sabe-se que, através do jogo, a criança pode assimilar o mundo exterior ao eu. A hora do jogo é de fundamental importância para a observação psicopedagógica, pois estarão envolvidos aspectos conscientes e inconscientes da relação com a aprendizagem. Através do jogo que o sujeito representa o mundo em que vive e como se relaciona neste. O jogo propriamente dito é uma atividade predominantemente assimilativa, através da qual o sujeito alude a um objeto, propriedade ou ação ausente, por meio de um objeto presente que constitui o símbolo do primeiro e guarda com ele uma relação motivada. Através da atividade assimilativa-acomodativa do bebê, a atividade lúdica nos fornece informação sobre os esquemas que organizam e investigam o conhecimento num nível representativo.

    A história vital permitirá levantar uma série de dados relativamente aos objetivos vinculados às condições do problema, permitindo, simultaneamente, detectar o grau de individualização que a criança tem em relação à mãe e a conservação de sua historia. Portanto no diagnóstico psicopedagógico, a entrevista de história vital, dedica-se a reconstruir a história da criança. Neste apanágio o psicopedagogo buscará estabelecer relações de dados já coletados em outros momentos do diagnóstico para confirmar as hipóteses já levantadas ou criar novas hipóteses em relação às causas da dificuldade de aprendizagem.

    O motivo da consulta é o primeiro momento do diagnóstico, sendo que este período tem por finalidade m estabelecer o primeiro contato com a família do paciente. Portanto, este espaço circunda em torno das queixas de dificuldades que o paciente apresenta em relação à aprendizagem. Nessa entrevista  é fundamental saber sobre o paciente, seu nome, sua idade, escolaridade, escola que frequenta, quem solicitou avaliação e por que razão o fez quem indicou o profissional, se esteve ou está em atendimento com outros profissionais e de que especialidades são se vive com os pais ou só com um deles, se o paciente está concordando em fazer a avaliação, dentre outras informações. A família deve sempre estar confortada para que esta possa desfrutar de toda a liberdade para expressar em relação ao motivo da consulta pela qual vieram procurar ajuda profissional para resolução da situação do não aprender de seu filho. O motivo da consulta possibilita o profissional a estabelecer hipóteses em relação ao significado do sintoma  para a família, uma vez que o mesmo nem sempre é revelado de maneira concisa, não coincidindo por vezes com a principal preocupação descrita, ou seja, apresentada.

    Podemos observar que o examinador trocou as definições entre hora do jogo e história vital, o que tornou as duas assertivas incorretas.

    O trabalho pode ser acessado na íntegra em: http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/2376/1/Ito%20de%20S%C3%A1.pdf




    GABARITO BANCA: C

    GABARITO PROFESSOR: C e D