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ID
2972641
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Teologia

 Para responder a questão, considere os excertos adaptados do artigo “Por uma eclesiologia a duas vozes”, da teóloga e biblista francesa Anne-Marie Pelletier, publicado em L’Osservatore Romano, em 01-10-2018.

[...] a franqueza da carta que o Papa Francisco dirigiu ao “povo de Deus” não abole a clareza da Palavra de Deus. O Papa confirma, sim, a visão exposta recentemente na Gaudete et Exsultate, ao recordar uma verdade fundmental, mas obstinadamente diminuída apesar da Lumen Gentium: o chamado à santidade, consubstancial pelo batismo, portanto, universal, transversal a todas as vocações, para além das distinções hierárquicas que se multiplicaram ao longo da história. A expressão “povo de Deus”, muitas vezes olhada com suspeita após o seu retorno nos textos do Concílio, readquire agora todo o seu peso e a sua urgência. E é justamente essa realidade teológica que o Papa Francisco crê que deve recordar hoje com urgência, porque é o exato antídoto ao veneno do clericalismo que está por trás dos abusos criminosos de poder.

Esse diagnóstico, que aponta para a fonte dos dramas atuais, para a responsabilidade de uma autoridade desviada em uma instituição eclesiástica prioritariamente masculina, leva a ver nas mulheres, no seio do “povo de Deus”, as primeiras interessadas no apelo do papa a reagir.

São elas, de fato, as primeiras a saber o que são os abusos de poder eclesial. [...] É uma experiência que elas fazem todos os dias. Uma experiência que confirma a memória coletiva de uma palavra que pretendeu controlar a sua consciência e o seu corpo, e que sempre preferiu falar no seu lugar, ao invés de ouvi-las.[...] Em outras palavras, a eclesiologia agora deve ser formulada a duas vozes, conjugando o masculino e o feminino. É apenas assim que realmente será possível fazer mudanças, que a instituição eclesial poderá se desvincular da representação de um sacerdócio ministerial que continua sempre, em maior ou menor medida, se arrogando hierarquicamente a identidade sacerdotal de toda a Igreja. É assim que o sacerdócio batismal poderá encontrar a sua plena existência e o seu pleno exercício no seio da Igreja. Correlativamente, o sacerdócio ministerial será restituído à sua verdadeira grandeza, a do serviço à vida e à santidade do povo dos batizados, vivido em uma fidelidade humilde e devota, a imagem de Cristo, que “veio para servir e não para ser servido”. [...]

Avalie o que se afirma a respeito dos excertos.

I. O “sacerdócio batismal” é comum a todos os consagrados pelo Espírito Santo como sacerdócio santo.

II. Ao “sacerdócio ministerial” pertence à identidade sacerdotal da Igreja pela participação no sacerdócio de Cristo.

III. A categoria “povo de Deus”, na Constituição Dogmática Lumen Gentium, expressa a igual dignidade de todos na Igreja.

IV. “O chamado à santidade”, expresso na Lumen Gentium, pode chegar a todos a partir do exemplo daqueles que recebem o santo sacramento da Ordem.

Está correto apenas o que se afirma em

Alternativas