A segmentação ou metamerismo consiste na divisão longitudinal do corpo em unidades repetitivas (segmentos) que dão origem internamente a compartimentos na cavidade corporal (celoma) separados por septos. Os animais segmentados têm tipicamente uma região anterior – (ou ), um tronco e posteriormente um (ou ).
A segmentação condiciona praticamente todos os aspectos da estrutura e funcionamento dos animais, fato bastante evidente nos Anelídeos. Uma das suas vantagens relaciona-se com a e advém, por um lado, do fato do volume do fluído celómico se manter constante em cada compartimento, funcionando como força antagónica contra a qual os músculos podem actuar e, por outro, da possibilidade de controlar independentemente cada segmento. Tal permite que o movimento peristáltico (onda de contracção da musculatura circular seguida da contracção de músculos longitudinais) seja localizado e envolva apenas os músculos estritamente necessários, rentabilizando consideravelmente as necessidades energéticas do movimento.
A compartimentação do corpo levou à repetição de estruturas, nomeadamente excretoras, nervosas e circulatórias em cada segmento. Tal pode ser encarado como outra das vantagens da segmentação, já que poderá diminuir o impacto da danificação do corpo do animal; os segmentos não danificados podem manter as suas funções praticamente normais e, desta forma, aumentar a probabilidade do animal superar os danos sofridos.
Outra vantagem refere-se ao facto da segmentação permitir a modificação de certas porções do corpo para o desempenho de funções especializadas, como alimentação, locomoção e reprodução. Esta especialização do corpo, , tem a sua forma mais simples nos Anelídeos e está particularmente bem desenvolvida nos Artrópodes (sobretudo nos Insectos e certos Crustáceos). A especialização de regiões do corpo resulta de basicamente três processos: restrição de certas estruturas segmentares a apenas alguns segmentos (ex. as dos Oligoquetas restringem-se a apenas alguns segmentos - segmentos genitais); existência de estruturas segmentares que estruturalmente estão adaptadas ao desempenho de várias funções (ex. apêndices adaptados para a alimentação, trocas gasosas, reprodução, etc.); fusão de segmentos dando origem a zonas diferenciadas. Esta fusão poderá ocorrer em qualquer região do corpo mas é bastante mais comum na região anterior, podendo dar origem a uma cabeça complexa.