Recorte importante do artigo mencionado na questão:
"Neste artigo, destacamos um conjunto de funcionalidades do apoio matricial que o despontam como uma ferramenta fundamental no cenário da Reforma Psiquiátrica, na atenção à crise e, quiçá, para a formulação de indicadores da ampliação do cuidado em saúde mental. O caráter intercessor de uma operacionalização potente do apoio matricial se apresenta como um artifício que produz resistência à captura manicomial, em favor da desinstitucionalização e do modelo psicossocial. Isto, especialmente, quando a matriz apoiadora for capaz de disparar, nos encontros e entre os atores envolvidos, processos e sensibilidades desinstitucionalizantes, produtores de autonomia nas equipes matriciadas e nos sujeitos-alvo do cuidado. [...] Neste sentido, enfatizamos que, apesar dos muitos condicionantes, o apoio matricial tem produzido efeitos importantes que podem ser interpretados com indicadores da ampliação do cuidado em saúde mental. Destacamos, por exemplo, redução das situações de crise e dos índices de internação psiquiátrica; detecção precoce, evitando-se novas hospitalizações; aumento das ações ofertadas na atenção básica e especializada, indicando maior cobertura assistencial; aumento da capacidade de referência em saúde mental para a população adscrita de um território; diminuição das demandas para o CAPS; maior articulação entre o médico da ESF e o psiquiatra do CAPS, impactando no seguimento e continuidade de cuidados; atenção mais sensível em casos de pessoas em sofrimento psíquico e aumento da responsabilização em casos de maior complexidade; maior qualificação dos encaminhamentos e transformações na vida dos usuários no sentido de ampliação de vínculos e redes de sociabilidades."
Referência: Lima M, Dimenstein M. Matrix support in mental health: a tool for support in care in crisis situations. Interface (Botucatu). 2016; 20(58):625-35.