A taxa de juros é o preço do “bem” moeda. Assim, se o governo quiser reduzir a taxa de juros, ele pode aumentar a oferta de moeda na economia (quando aumentamos a oferta de um bem, seu preço cai). Se ele quiser aumentar a taxa de juros, ele pode reduzir a oferta de moeda na economia (quando reduzimos a oferta de um bem, seu preço aumenta).
Quando o Bacen controla a oferta de moeda, e a taxa de juros pode variar livremente, nós dizemos que a política monetária é ativa (quantitativa).
Por outro lado, quando o Bacen visa determinar a taxa de juros e deixa a oferta de moeda variar, para garantir o nível da taxa de juros que ele quer, nós dizemos que a política monetária é passiva.
Não é possível ao governo adotar, ao mesmo tempo, política monetária ativa e passiva. Deve-se escolher uma das duas (ou se controla a oferta de moeda, ou se controla a taxa de juros).
GABARITO: LETRA E
Estratégia Concursos.
Fala pessoal! Tudo beleza? Professor Jetro Coutinho na área, para comentar esta questão sobre inflação e moeda.
A hipótese da questão é que o Banco Central não consegue controlar a quantidade de moeda, isto é, não consegue controlar o “M".
Segundo a Teoria Quantitativa da Moeda:
MV = PT
Onde: M = oferta de moeda (base monetária – também chamada de estoque de moeda), V = velocidade de circulação da moeda, P = nível geral de preços e T = quantidade de transações ocorrida no sistema econômico.
A ideia por trás da TQM é a de que as pessoas utilizam a moeda como meio de troca. Isto porque se a Economia estiver utilizando o máximo de recursos possíveis (o chamado pleno emprego), a quantidade de transações (T) estará no máximo. Portanto, se nós aumentarmos a quantidade de moeda (M) a única coisa que ocorrerá será o aumento de P, ou seja, no nível geral de preços.
Portanto, segundo a TQM, aumentos na oferta de moeda vão fazer com que haja mais inflação. Então, se a oferta de moeda for alta (quanto maior o M), o nível geral de preços será alto (P).
Só que, se o Banco Central não puder controlar M, a Teoria Quantitativa da Moeda deixa de fazer sentido, pois a relação entre as variáveis não subsiste. Com isso em mente, fica fácil acertar a questão.
Vamos para as alternativas.
A) Incorreta. Se o BACEN não controla M, a relação entre M e P não subsiste e o nível geral de preços (P) será influenciado por uma outra variável, que a TQM não consegue dizer qual seria. Teríamos que desenvolver uma nova teoria (que parece que é isso o que o autor propõe no artigo para a imprensa).
B) Incorreta. Alternativa absurda. A taxa básica de juros brasileira é a SELIC. Se todo mundo fosse obrigado a usar a SELIC em seus contratos, é possível que alguns projetos não saíssem do papel. Isto porque há projetos mais arriscados (cujo financiador irá requerer uma maior taxa de juros) e menos arriscados (cujo financiador pode, dependendo do caso, cobrar uma taxa menor que a básica).
C) Incorreta. O modelo de metas de inflação é caracterizado quando o Banco Central estipula quanto vai ser a inflação e usa a política monetária (via taxa de juros) para perseguir essa inflação (inflação-meta). Alguns países realmente não tem tido sucesso com esse regime, mas o enunciado parte justamente da hipótese contrária: como o Banco Central controla o juros, o instrumento mais efetivo para conter a inflação seria justamente o juros (de forma geral, aumentam o juros, contem-se a inflação).
D) Incorreta. Pelo contrário! O Banco Central é o emissor de moeda, ou seja, ele é o único agente autorizado a emitir moeda. A questão já está errada, portanto. A relação com as criptomoedas é ainda pior, pois o volume financeiro negociado em cripto ainda é muito baixo e, por enquanto, não afeta a capacidade do Banco Central de emitir moeda.
E) Correta. Se o BACEN não controla M, não faz sentido aplicarmos a teoria quantitativa da moeda.
Gabarito do Professor: Letra E.