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ID
2999065
Banca
FGV
Órgão
Prefeitura de Niterói - RJ
Ano
2018
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A Teoria Queer surgiu nos Estados Unidos com a proposta de mudança de foco dos estudos sobre identidade de gênero e de sexo que caracterizavam até então a maioria dos empreendimentos no campo da sociologia e das ciências humanas em geral.

Nesse contexto de discussão, Judith Butler é uma referência teórica importante, segundo a qual: 

Alternativas
Comentários
  • A questão requer conhecimentos a respeito da Teoria Queer a partir da visão teórica de Judith Butler.

    Judith Butler é uma importante ativista ético-política preocupada com as causas da identidade de gênero, principalmente feministas e a Teoria Queer.

    A Teoria Queer baseia-se em um enfoque político social a respeito dos modos de categorização sexual e seu processo de desconstrução, que visa defender a retirada do enfoque da sexualidade na sociedade como um todo.  Para essa teoria, categorizar os sujeitos baseados em sua sexualidade é perder o seu processo identitário, é viver em sociedade em detrimento de taxonomias voltadas para sexualidade.

    Assim possui objetivo de desconstruir e descentralizar conteúdos a respeito de gênero e sexo.

    Para Butler, a dicotomia existente entre o binômio homossexualidade/heterossexualidade são construtos sociais que de certa forma possibilita a hegemonia do grupo dominante - os héteros.

    Agora vamos às alternativas:

    A) - FALSA
    Para Butler, o sexo, assim como o gênero são construções sociais permeadas pela cultura. Ela acredita no oposto ao que a questão afirma: o sexo não deve ser invariável, como obra da natureza. Acreditava na desconstrução determinista que existe no sexo: refuta as taxações sexuais: se nascer com pênis é homem, com vagina, mulher. Ela acredita que devem ser retiradas a compulsória relação entre sexo, gênero e desejo.

    B) VERDADEIRA
    Como vimos, o gênero são construtos sociais com significado cultural, são significados culturais assumidos pelo corpo sexuado¹. Com isso, o gênero se insere como um instrumento que tenta retirar o sexo e suas diferenças do campo social, impedindo a crítica e a desconstrução desses significados. Por isso, possui uma falsa sensação de estabalidade, ao assegurar ao sexo a falsa estabilidade da matriz heterossexual, mediante os dois sexos fixos, constituindo-se por: pênis x vagina, homem x mulher, macho x fêmea, etc.

    C - FALSA
    Os conceitos psicanalíticos da sexualidade e identidade de gênero são extremamente opostos aos preceitos de Judith. Enquanto na psicanálise, a sexualidade possui base biológica, e logo possui uma identidade de gênero determinista (nasce com o órgão masculino deve ser homem e passar pelo complexo de castração, nasce com vagina deve ser mulher e passar pelo complexo de electra); Judith acredita que a sexualidade é algo ensinado mediante nossa cultura, algo construído socialmente, e não de ordem natural, biológica.

    D - FALSA
    A afirmação desse item é muito semelhante ao item anterior. A identidade de gênero são construtos sociais, não biológicos. Aprendemos a nos identificar conforme nossas vivências e aprendizados

    E - FALSA


    Não há um tempo exato para existência da repressão social para que o gênero seja adequado ao sexo biológico do sujeito. Acredita-se que desde a formação da sociedade civilizatória, aprendeu-se que as mulheres devem parir os filhos dos seus maridos, existindo inclusive tabus muito fortes quanto àquelas que não concebiam filhos ou eram solteiras. 

    Gabarito da professora: Letra B



    ¹Fonte: BUTLER. Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: civilização brasileira, 2003.
  • Gabarito B: "a produção do sexo como elemento pré-discursivo é efeito da construção cultural de gênero;"

  • Não tá fácil!