SóProvas


ID
3004012
Banca
Itame
Órgão
Prefeitura de Avelinópolis - GO
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                     Relato


      Em Santos, onde morávamos, minha mãe me lia histórias, meu pai gostava de declamar poesias. Foi em algum momento do ginásio – por volta do que hoje seria a sexta ou sétima série – que li de começo a fim um romance: Inocência, de Taunay, é minha mais remota lembrança de leitura de um romance brasileiro. Livro aberto nos joelhos, afundada de atravessado numa poltrona velha e gorda, num quartinho com máquina de costura, estante de quinquilharias e uma gata branca chamada Minie.

      Até então, leitura era coisa doméstica. Tinha a ver apenas comigo mesma, com os livros que havia na estante de quinquilharias de meu pai e com os volumes que avós, tias e madrinhas me davam de presente. No cardápio destas leituras, Monteiro Lobato, as aventuras de Tarzan, os volumes da Biblioteca das Moças. O sítio do Pica Pau Amarelo, as florestas africanas, castelos e cidades europeias constituíam a geografia romanesca que preenchia meus momentos livres.

      Mas um dia a escola entrou na história. Dona Célia, nossa professora de português, mandou a gente ler um livro chamado Inocência. Disse que era um romance. Na classe, tinha uma menina chamada Maria Inocência. Loira desbotada, rica e chata. Muito chata. Alguma coisa em minha cabeça dizia que um livro com nome de colega chata não podia ser coisa boa.

      Foi por isso que com a maior má vontade do mundo comecei a leitura do romance de Visconde de Taunay, de quem eu nunca tinha ouvido falar: visconde, para mim, era o de Sabugosa. Fui lendo a frio, sem entusiasmo nenhum.

      O presságio da chatice confirmava-se, até que apareceu o episódio das borboletas. Aí me interessei pelo livro: um alemão corria caçando borboletas e depois dava a uma delas o nome da heroína do livro... Gostei. Não muito, mas gostei. E passei a olhar o nome das borboletas com olhos diferentes: alguma delas seria a papiloinnocentia da história? [...]

(Marisa Lajolo. Como e por que ler o romance brasileiro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. p. 15-7.)

O narrador é a voz que conta os fatos e seu desenvolvimento. Qual tipo de narrador é apresentado nesse texto?

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ===> observamos o uso da primeira pessoa do singular e a primeira pessoa do plural denunciando que o autor faz parte, como um personagem, da história:

     Em Santos, onde (NÓS, SUJEITO OCULTO) morávamos, minha mãe me lia histórias, meu pai gostava de declamar poesias. Foi em algum momento do ginásio – por volta do que hoje seria a sexta ou sétima série – que (EU, ELE É O PERSONAGEM, PRATICA A AÇÃO DE LER) li de começo a fim um romance: Inocência, de Taunay, é minha mais remota lembrança de leitura de um romance brasileiro. Livro aberto nos joelhos, afundada de atravessado numa poltrona velha e gorda, num quartinho com máquina de costura, estante de quinquilharias e uma gata branca chamada Minie.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • GABARITO: LETRA D.

    narrador-personagem.

  • Gabarito''D''.

    Narrador é apresentado nesse texto personagem.

    Estudar é o caminho para o sucesso.

  • GABARITO: LETRA D

    narrador personagem é aquele que participa da história. Ele pode ser um dos personagens principais ou ser apenas um personagem secundário. Sendo um porta-voz de histórias narradas em primeira pessoa, esse tipo de narrador apresenta relação intrínseca com os demais personagens.

    FONTE: WWW.INFOESCOLA.COM