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ID
3011566
Banca
UECE-CEV
Órgão
UECE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

Sobre a questão da liberdade em Spinoza, a filósofa brasileira Marilena Chauí afirma o seguinte: “[...] o poder teológico-político é duplamente violento. Em primeiro lugar, porque pretende roubar dos homens a origem de suas ações sociais e políticas, colocando-as como cumprimento a mandamentos transcendentes de uma vontade divina incompreensível ou secreta, fundamento da ‘razão de Estado’. Em segundo, porque as leis divinas reveladas, postas como leis políticas ou civis, impedem o exercício da liberdade, pois não regulam apenas usos e costumes, mas também a linguagem e o pensamento, procurando dominar não só os corpos, mas também os espíritos”.

CHAUÍ, Marilena. Espinosa, uma subversão filosófica. Revista CULT, 14 de março de 2010. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/baruch-espinosa/.

O poder teológico-político é violento, porque

Alternativas
Comentários
  • Imanência é um conceito filosófico e metafísico que designa o caráter daquilo que tem em si o próprio princípio e fim. É, portanto, antitético ao conceito de transcendência. 

  • O que Espinosa revelou com as discussões acerca do homem e da Natureza (Deus) em sua filosofia foi que a teologia tornou-se ferramenta política, ou seja, deixou de tentar compreender a divindade para passar a justificar ações devido à divindade. Devido a isso, dominou as práticas e objetivos políticos. Sendo a politica uma manifestação do social e da coletividade, perde sua originalidade quando transfere para um poder transcendente a origem e a razão de seus sentidos e objetivos. Por isso o poder teológico-político é duplamente violento.
    Resposta é a letra A.
    A letra B está errada porque essa conexão entre os homens e a causalidade e desejo divinos é o que fortaleze o argumento religioso.
    A letra C está errada, pois descreve exatamente a "segunda violência" do poder teológico-político, é exatamente por sua dominação sobre o político que ele IMPEDE que a linguagem e o pensamento tomem formas que libertem copos e espíritos.
    A letra D está errada, pois não recusa usos e costumes, mas exatamente os torna transcendentes.
  • O que Espinosa revelou com as discussões acerca do homem e da Natureza (Deus) em sua filosofia foi que a teologia tornou-se ferramenta política, ou seja, deixou de tentar compreender a divindade para passar a justificar ações devido à divindade. Devido a isso, dominou as práticas e objetivos políticos. Sendo a política uma manifestação do social e da coletividade, perde sua originalidade quando transfere para um poder transcendente a origem e a razão de seus sentidos e objetivos. Por isso o poder teológico-político é duplamente violento.

    (comentário do prof Athos Vieira)

    Gabarito: O poder teológico-político é violento porque submete os homens a leis supostamente transcendentes ao negar-lhes a imanência de suas próprias ações.