Inicialmente, o BRICS foi criado como um sistema que visa alterar os paradigmas econômicos e políticos, de modo que tire o monopólio dos países de "primeiro-mundo", como os Estados Unidos, os países da Europa, etc.
Se você der uma pesquisada, vai ver que o BRICS não é um bloco econômico, e isso elimina a alternativa b. E, além disso, eles já criaram o Banco do BRICS e outras redes que os servem, mostrando que é um grupo bem mais político do que econômico. Alternativa A.
"Nos últimos anos, vem crescendo a ideia de que o BRIC está tirando dos Estados Unidos, União Europeia e Japão - que chamamos de trilateral - o dinamismo da economia mundial", comenta o professor. Juntas, as quatro nações respondem por 15% do produto interno bruto (PIB) do mundo e concentram cerca 40% da população total do planeta. "Brasil e Rússia possuem abundância de recursos naturais, enquanto China e Índia, de mão-de-obra. É isso que lhes dá esse potencial de crescimento. Já a trilateral, embora possua capital, não tem mais para onde crescer". O especialista acrescenta que a crise econômica que atingiu o planeta no segundo semestre de 2008 contribuiu para que mundo voltasse seus olhos ao grupo. "Depois da crise, que afetou principalmente Estados Unidos e Europa, ficou muito clara a dependência econômica mundial desses quatro países".
O BRIC não é um bloco econômico como o Mercosul, nem político como a União Européia ou militar como a Otan. Trata-se de um conceito que está ligado aos grandes mercados emergentes, mas que nada diz sobre o modelo econômico ou a situação política e social de cada uma de suas quatro nações. "Nessa questão ainda há muito a percorrer, principalmente para a China e a Índia, que possuem milhões de pessoas em condições muito precárias de vida", afirma André Martin.
Ainda assim, os quatro países têm buscado uma aproximação política e, em junho de 2009, foi realizado o primeiro encontro formal e independente do BRIC, na cidade de Ecatemburgo, na Rússia. "O que saiu de lá foi uma crítica à hegemonia do dólar, mas não se pensou em uma moeda alternativa. Ou seja, eles têm força para se opor ao domínio da economia americana, mas ainda não têm poder para substituí-la", comenta o especialista. "Agora o momento é de dúvida se elas vão se consolidar como um grupo geopolítico ou não". A próxima reunião de cúpula do grupo será sediada no Brasil, em 2010.