SóProvas


ID
3043330
Banca
IBFC
Órgão
CGE - RN
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia atentamente a letra da canção “O meu Guri” do compositor brasileiro Chico Buarque e responda a questão.


Quando, seu moço, nasceu meu rebento

Não era o momento dele rebentar

Já foi nascendo com cara de fome

E eu não tinha nem nome pra lhe dar

Como fui levando não sei lhe explicar

Fui assim levando, ele a me levar

E na sua meninice, ele um dia me disse

Que chegava lá

Olha aí! Olha aí!

Olha aí!

Ai, o meu guri, olha aí!

Olha aí!

É o meu guri e ele chega

Chega suado e veloz do batente

Traz sempre um presente pra me encabular

Tanta corrente de ouro, seu moço

Que haja pescoço pra enfiar

Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro

Chave, caderneta, terço e patuá

Um lenço e uma penca de documentos

Pra finalmente eu me identificar

(...)

Chega no morro com carregamento

Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador

Rezo até ele chegar cá no alto

Essa onda de assaltos está um horror

Eu consolo ele, ele me consola

Boto ele no colo pra ele me ninar

De repente acordo, olho pro lado

E o danado já foi trabalhar

(...)

Chega estampado, manchete, retrato

Com venda nos olhos, legenda e as iniciais

Eu não entendo essa gente, seu moço

Fazendo alvoroço demais

O guri no mato, acho que tá rindo

Acho que tá lindo de papo pro ar

Desde o começo eu não disse, seu moço!

Ele disse que chegava lá

Olha aí! Olha aí!

                                          Ref. https://www.letras.mus.br/chico-buarque/66513/

Na canção “O Meu Guri” existem muitos trechos irônicos, construídos pela contraposição da ingenuidade do discurso do eu-lírico e a gravidade da situação social vivida pelo filho. Considerando a canção e a ironia presente nela, assinale a alternativa incorreta:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    → Nos versos “Eu não entendo essa gente, seu moço/ Fazendo alvoroço demais” não há ironia, pois representa a manifestação sincera da ingenuidade do eu-lírico, que não entende que o alvoroço das pessoas se deve à morte do filho.

    →não há ironia, visto que o eu-lírico compreende o fim de seu filho, anestesiado pelo fato de estar morto ele prefere acreditar que ele, realmente, chegou lá.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • questão interessante

  • Quem fala na música é uma mãe que se dirige ao “seu moço”, o qual parece representar a comunidade em geral. Para se dirigir ao povo, ela faz o uso de uma espécie de vocativo: “Seu moço,”. Esse povo pode ser também uma pessoa apenas, como por exemplo, um policial que aparece no desfecho da história, ou um jornalista, a contar a verdade desse guri para essa mãe. E há passagens que comprovam que se trata de uma mãe, como, por exemplo: “Nasceu meu rebento” e “Ai o meu guri, olha aí!”. O uso do pronome possessivo ‘meu’, nos dois trechos, revela que se trata de uma mãe a falar do filho. Além disso, os personagens dessa música podem servir de metonímia daqueles que não têm projeção social nem perspectiva de vida na sociedade contemporânea, uma vez que os personagens não têm nome, podem, portanto, representar a história de qualquer um.

  • Trata-se de uma cena em que a mãe vê o filho morto no jornal. Provavelmente em uma tentativa de fuga, o filho não escapara e fora morto. Por isso, o nome dele e a manchete noticiando o fato no jornal.

     Porque o guri era menor de idade. Quando se é menor de idade, em casos policiais, não se podem divulgar o nome da pessoa nem a imagem nítida de seu rosto em meios de comunicação.

  • Confusa a redação da letra D que está em desacordo com a interpretação do autor do texto embora exista nela ironia.

  • Quem assalta não sua ao correr da polícia?

  • Gabarito:"B"

    O teor da música inteira ironiza a realidade da vida do "gurí".

  • A questão me deixou triste. Credo.

  • Confesso q nao entendi nada dessa questão, até pq o enunciado pediu a incorreta

  • Excelente comentário do Arthur Carvalho

  • Ué, o muleque morreu?
  • Não compreendi muito bem, para mim realmente não ocorreu ironia. A questão pede a alternativa incorreta. Que canção!!! Permite tantas reflexões... Forte!

  • Foco na aprovação, seu comentário também contém ironia, certo?

  • que lixo de canção seu moço

  • Bandido tem que suar sim e correr também

  • "Nos versos “Eu não entendo essa gente, seu moço/ Fazendo alvoroço demais” não há ironia, pois representa a manifestação sincera da ingenuidade do eu-lírico, que não entende que o alvoroço das pessoas se deve à morte do filho."

    Não entendi essa parte como ironia, mas sim ingenuidade do eu lírico.

  • ESSA QUESTÃO FOI ANULADA. VEJAM O GABARITO OFICIAL. FOI ANULADA

  • ué a questão pediu a INCORRETA, ao meu ver a alternativa B está certa. Confuso!?!?
  • a pessoa estuda estuda estudaa e pensa que não estar aprendendo com uma questão dessa...

  • questão anulada - olhem o gabarito oficial

    Nos versos a seguir “e uma penca de documentos/Pra finalmente eu me identificar”, há a presença de ironia, pois os documentos trazidos pelo filho eram produtos de roubos, que, portanto, identificavam as vítimas dos assaltos e não o eu-lírico. CORRETO

    Nos versos “Eu não entendo essa gente, seu moço/ Fazendo alvoroço demais” não há ironia, pois representa a manifestação sincera da ingenuidade do eu-lírico, que não entende que o alvoroço das pessoas se deve à morte do filho. CORRETO - Ñ HÁ EM NENHUMA PASSAGEM DO TEXTO A CONFIRMAÇÃO QUE A MÃE TINHA CONHECIMENTO DA MORTE DO FILHO. E COMO A MÃE PASSOU O TEXTO INTEIRO SENDO INGENUA ENTÃO É CABIVEL ACREDITAR QUE ELA POR SER INGENUA AINDA NÃO ENTENDEU QUE O FILHO ESTAVA MORTO NO MATO.

    Nos versos “O guri no mato, acho que tá rindo/Acho que tá lindo de papo pro ar” a ironia está no fato de o eu-lírico achar que o seu filho está descansando no mato, quando, na verdade, está morto. MESMO MOTIVO DA ANTERIOR

    No verso “Chega suado e veloz do batente”, a ironia está no fato de que o filho do eu-lírico não precisa correr e nem suar no seu batente. ERRADO - a ironia está no fato de que o filho do eu-lírico corre e chega suado mas não " por pegar no batente " como a mãe acha, e sim após seu "trabalho" de roubar.