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ID
3043342
Banca
IBFC
Órgão
CGE - RN
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia com atenção o poema da poeta mineira Ana Martins Marques, abaixo, e responda a questão.


Pense em quantos anos foram necessários para chegarmos

a este ano

quantas cidades para chegarmos a esta cidade

e quantas mães, todas mortas, até tua mãe

quantas línguas até que a língua fosse esta

e quantos verões até precisamente este verão

este em que nos encontramos neste sítio

exato

à beira de um mar rigorosamente igual

a única coisa que não muda porque muda sempre

quantas tardes e praias vazias foram necessárias para

chegarmos ao vazio

desta praia nesta tarde

quantas palavras até esta palavra, esta

             Ref. https://revistapolen.com/seis-poetas-brasileiras-contemporaneas/

Com base na interpretação do poema acima assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    → O eu-lírico do poema cria em suas palavras uma representação da passagem do tempo, demonstrando como cada evento carrega em si uma somatória constante de transformação, exceto o mar que é igual por sempre mudar.

    → de acordo com o texto: à beira de um mar rigorosamente igual (ou seja, não ocorrem transformações no mar, o restante das coisas são transformadas).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • CUIDADO!

    a) Está errada. O erro está em afirmar o uso de rimas.

    b) Está correta.

    c) Está errada. O poema é mais do tipo reflexivo do que sarcástico.

    d) Está errada. Reflexivo sim, inutilidade da vida humana não.

  • Para haver sarcasmo deve haver ironia ferina, zombaria, escárnio disfarçado com sutileza. No trecho destacado do poema, há apenas franqueza enfática.

  • Gabarito:"B"

    Passagem do tempo;

    Transformações, evoluções;

    exceto o mar que é igual por sempre mudar.

  • Engraçado é que o própria repetição das palavras traz uma rima misturada (Os..o ..es..e ..as...a..e assim vai) . Não acredito que esse seja o erro da alterativa A.

  • A dimensão da passagem do tempo é construída nos versos do poema pelo encadeamento das rimas e da repetição de palavras.

    O eu-lírico do poema cria em suas palavras uma representação da passagem do tempo, demonstrando como cada evento carrega em si uma somatória constante de transformação, exceto o mar que é igual por sempre mudar.

    O sarcasmo, característica central para a interpretação do poema, tem seu ponto alto no verso “e quantas mães, todas mortas, até tua mãe”. (não há sarcasmo e sim franqueza)

    O verbo “pense”, que inicia o poema, propõe uma reflexão melancólica e saudosista, apontando a inutilidade da vida humana. (completa extrapolação)