SóProvas


ID
3070330
Banca
FCC
Órgão
SABESP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Em 1938, o cineasta Orson Welles causou algumas horas de pânico ao fazer crer a milhares de ouvintes de rádio que o planeta estava sob ataque de marcianos. A dramatização, transmitida às vésperas do Halloween (dia das bruxas) em forma de programa jornalístico, tinha todas as características do radiojornalismo da época, às quais os ouvintes estavam acostumados. Hoje, talvez Welles provocasse um estrago ainda maior caso empregasse seu talento nas mídias sociais, onde notícias falsas enganam milhões diariamente em todo o mundo.

      Nos EUA, o debate sobre os efeitos nocivos de informações inverídicas ganhou força com a recente eleição − em que os norte-americanos se informaram maciçamente pelas redes sociais. Levantamentos mostraram que em diversas ocasiões o presidente eleito foi beneficiado pela leva de informações fabricadas. Ainda que seja quase impossível medir o impacto do fenômeno na definição do resultado eleitoral, a gravidade do problema não se apaga.

      No Brasil, a prática também preocupa. Muitas vezes, veículos da imprensa profissional precisam desmentir as mentiras, tão depressa elas se espalham.

      Em Mianmar, país em lento processo de democratização, violentas ondas de ataque contra muçulmanos têm sido atribuídas à circulação de notícias fictícias.

      Os grandes oligopólios da internet fogem da responsabilização pela montanha de barbaridades a que dão vazão. Não pecam apenas pela passividade, contudo. Associam-se às estratégias liberticidas e censórias de ditaduras.

      Nesse quadro que ameaça os pilares da arquitetura democrática do Ocidente, o jornalismo profissional, compromissado com os fatos e a ampla circulação das ideias, torna-se ainda mais necessário.

                     (Adaptado de: FSP. Editorial. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/opinião

Atente para as frases abaixo, redigidas a partir de frases do texto modificadas:


I. A transmissão tinha todas as características do radiojornalismo à que os ouvintes da época estavam acostumados.

II. Em Mianmar, ataques contra muçulmanos têm sido atribuídos à notícias fictícias.

III. Os grandes oligopólios da internet fogem da responsabilização pela montanha de barbaridades às quais dão vazão.


O sinal de crase está empregado corretamente APENAS em

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    I. A transmissão tinha todas as características do radiojornalismo à que os ouvintes da época estavam acostumados. → incorreto: estavam acostumados a alguma coisa (preposição "a"), porém não há artigo definido "a" antes do pronome relativo "que", logo não teria como formar a crase.

    II. Em Mianmar, ataques contra muçulmanos têm sido atribuídos à notícias fictícias. → atribuídos a alguma coisa (preposição), porém o substantivo "notícias" está no plural e é acompanhando pelo artigo definido "as", logo o correto seria: a+as= às notícias.

    III. Os grandes oligopólios da internet fogem da responsabilização pela montanha de barbaridades às quais dão vazão. → correto, verbo "dar" (transitivo direto e indireto, complemento sem preposição e um com preposição): dão algo (vazão → objeto direto) a alguma coisa (preposição foi para antes do pronome relativo "quais"): artigo definido "as" que acompanha o pronome relativo "quais" + preposição "a"= crase.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • gabarito E prontokabou luis telles

  • I. Não se usa crase diante de pronome relativo!

    II. Não se usa crase diante de artigo no singular e a palavra seguinte no plural!

    III. Só substituir (as quais) por (aos quais) se fizer sentido, a crase é obrigatória

  • Existe,sim,crase diante de pronomes relativo.

    Ex. A igreja á qual me refiro fica no centro. (REFERIR = VTI + Palavra feminina. )

  • Não há sinal indicativo de crase antes dos pronomes relativos: QUE E QUEM, pois estes não vêm com o artigo definido A, como no caso de A QUAL E AS QUAIS. Portanto, só há o A preposição na construção número um.

  • Muito cuidado ao falar '' não há crase antes do pronome QUE''...

    Existem casos em que pode haver crase sim! Ela se deve à presença de um artigo que acompanha o substantivo elíptico (subentendido).

    EX: Essa rua é paralela à rua que leva o nome do meu pai.

    Essa rua é paralela À QUE leva o nome do meu pai.

    Notem que o após o ''a'' antes do ''que'', há um substantivo elíptico.

    Fiquem atentos ao bater o olho sem analisar o caso.

  • Atenção!!!!

    Crase= prep. A + art.femin A.

    Quem se acostuma, acostuma-se a alguma coisa, logo pede preposição A.

    Por que então não leva crase? Os ouvintes da época estavam acostumados a o radiojornalismo.

    Logo, não tenho a presença do art.femin, necessário para a ocorrência de crase.

    Se ao invés de radiojornalimo fosse telenovela, teríamos crase: acostumados a a telenovela= I. A transmissão tinha todas as características da telenovela à que(ou à qual) os ouvintes da época estavam acostumados.

  • À qual

    Às quais

    Usam crase!