SóProvas


ID
3078838
Banca
FCC
Órgão
SEC-BA
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ao lado daquilo que os críticos da obra de Gregório de Matos qualificam, irrevogavelmente, de plágios, registramos também, em nossas leituras, temas, frases e procedimentos variados que o poeta foi buscar em outros autores. Em grande parte, trata-se de paródias camonianas ou de outros poetas, sendo visível a intenção do autor de estabelecer um canto paralelo ou um contraponto poético, imitando mais por espírito de emulação e sem ocultar seus desígnios, o que seria impossível, até pela projeção dos modelos. Há, contudo, exemplos expressivos de apropriação, mas como era habitual no poeta: partindo de um núcleo tomado de outro autor, reelaborar o restante, criando um novo poema. Outra maneira de que se valeu para criar em cima do texto alheio foi a paródia.

(Adaptado de: GOMES, João Carlos Teixeira. Gregório de Matos, o Boca de Brasa (um estudo de plágio e criação). Petrópolis: Editora Vozes, 1985, p. 90-91)


A primeira estrofe de soneto de Gregório de Matos em que se pode identificar “a desconstrução de soneto camoniano com a atitude parodística e intuito humorístico” é:

Alternativas
Comentários
  • Trata-se de uma questão que exige conhecimento do soneto "Raquel" de Luís de Camões.

    Raquel

    Sete anos de pastor Jacob servia

    Labão, pai de Raquel, serrana bela;

    Mas não servia ao pai, servia a ela,

    E a ela só por prémio pretendia.

    Os dias, na esperança de um só dia,

    Passava, contentando-se com vê-la;

    Porém o pai, usando de cautela,

    Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

    Vendo o triste pastor que com enganos

    Lhe fora assi negada a sua pastora,

    Como se a não tivera merecida;

    Começa de servir outros sete anos,

    Dizendo: – Mais servira, se não fora

    Para tão longo amor tão curta a vida!

  • tudo embolado da nem pra saber onde termina uma assertiva e começa a outra