A. A construção cooperativa de uma política pública, envolvendo outros órgãos e atores, é uma das estratégias para melhor garantir sua institucionalização e atendimento às necessidades.
B. As legislações garantem por si só a institucionalização das políticas organizacionais, logo que representam a formalização da decisão política na busca pela resolução dos problemas.
( a existência de uma norma, não garante por si só a institucionalização das políticas organizacionais, elas precisam ser implantadas de fato)
C. A liderança organizacional exerce pouco poder sobre a manutenção dos objetivos, uma vez que representam os interesses do órgão, não do detentor do cargo ou função.
( a liderança organizacional exerce grande poder, uma vez que o líder tem papel de influenciador)
D. Em organizações públicas não é possível precisar e quantificar as metas, uma vez que as necessidades da sociedade são dinâmicas e alteram o escopo das organizações de tempos em tempos.
(é possível quantificar as metas no setor público)
E. A implementação do gerencialismo nas organizações públicas brasileiras permitiu a correta definição dos objetivos e metas, substituindo por completo o modelo patrimonialista e burocrático.
(o gerencialismo não substituiu por completo os modelos antigos, ainda existem práticas patrimonialistas e burocráticas)
A questão em análise requer um
amplo entendimento sobre gestão de políticas públicas num contexto de
planejamento estratégico de organizações públicas. Por isso, para respondermos
a essa questão, iremos analisar item por item:
A) A
construção cooperativa de uma política pública, envolvendo outros órgãos e
atores, é uma das estratégias para melhor garantir sua institucionalização e
atendimento às necessidades – durante a gestão de uma política pública, percebemos que uma das
grandes dificuldades em sua implementação é o estabelecimento de parcerias e o
apoio das partes interessadas. Nesse contexto, adotar uma estratégia para
construir cooperação entre os atores envolvidos é, sem dúvida, fundamentar para
garantir sua implementação e o atingimento dos objetivos estabelecidos. Portanto,
essa alternativa é a resposta da questão em análise.
B) As legislações garantem por si só a institucionalização das políticas
organizacionais, logo que representam a formalização da decisão política na
busca pela resolução dos problemas – o processo de institucionalização de
uma política pública envolve diversos fatores relacionadas aos interesses das
partes interessadas. O aspecto legal, com certeza, é um campo que deve ser
seguido para a implantação de uma política pública. Porém, “por si só" ele não
garante essa institucionalização.
C) A liderança organizacional exerce pouco poder sobre a manutenção dos
objetivos, uma vez que representam os interesses do órgão, não do detentor do
cargo ou função - Segundo RIBAS (2015, apud HERSEY e BLANCHARD, 1986), liderança “é
o processo de exercer influência sobre um indivíduo ou um grupo, nos esforços
para realização de um objetivo, em determinada situação". Em face do
exposto, percebe-se que a liderança é fundamental para a manutenção dos
objetivos organizacionais.
D) Em organizações públicas não é possível precisar e quantificar as metas,
uma vez que as necessidades da sociedade são dinâmicas e alteram o escopo das
organizações de tempos em tempos – As organizações públicas podem e devem
criar seus próprios planejamentos estratégicos, uma vez que ele é fundamental
para o alcance dos objetivos específicos de cada entidade e para gerar valor à
sociedade. O Planejamento Estratégico de qualquer instituição se desdobra em:
objetivos estratégicos, estratégias, iniciativas estratégicas, indicadores e
metas. Nesse contexto, segundo o Tribunal de Contas da União: “as iniciativas
estratégicas indicam, em linhas gerais, o conjunto de medidas ou ações a serem
implementadas no curto, médio e longo prazos para assegurar o alcance dos
objetivos estabelecidos no mapa estratégico e para preencher as lacunas
existentes entre o desempenho atual da organização e o desejado". Assim,
dessa análise, percebe-se que, apesar dos objetivos da sociedade serem
dinâmicos, o planejamento estratégico de um órgão público consegue qualificar e
quantificar suas estratégias, seus indicadores e suas metas. Sendo assim, essa
alternativa não pode ser o gabarito da questão.
E) A implementação do gerencialismo nas organizações públicas brasileiras
permitiu a correta definição dos objetivos e metas, substituindo por completo o
modelo patrimonialista e burocrático – Ao abordar a temática do
gerencialismo, cabe um breve comentário para responder essa alternativa. A partir
da redefinição do papel do Estado com Luiz Carlos Bresser Pereira (Ministro do
Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado, no governo de
Fernando Henrique Cardoso, em 1995) no chamado de Plano Diretor da Reforma do
Aparelho do Estado – PDRAE, o “Estado
deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela
via da produção de bens e serviços para se adequar a uma nova função de Estado
Gerencial"(MATIAS-PEREIRA, 2018). Essa nova forma de Administração
Pública exige uma atuação descentralizada e baseada em resultados. Apesar de
ser um novo modelo de administração, o Estado Gerencial não rompeu com o
Burocrático, mas está apoiado também em princípios da Administração
Burocrática. Portanto, percebe-se que a Administração Gerencial ou
gerencialismo não substituiu “por completo" os modelos anteriores, mas excluiu
as práticas impróprias do patrimonialismo, aperfeiçoou e mudou determinadas
condutas do modelo burocrático. Sendo assim, essa alternativa não pode ser a
resposta da questão em análise.
GABARITO DO
PROFESSOR: Letra A.
FONTES:
MATIAS-PEREIRA, José. Administração
Pública: foco nas instituições e ações governamentais. 5ª Ed. – São Paulo:
Atlas, 2018.
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Plano
Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília, 1995.
RIBAS, Andréia Lins. Gestão
de Pessoas para concursos. 3ª Ed. – Brasília: Alumnus, 2015...